sábado, 11 de dezembro de 2010

"Geneticistas afirmam que resultado aponta para relato bíblico."


Uma pesquisa genética publicada na revista britânica Nature confirma a origem geográfica dos judeus conforme o relato bíblico e que a diáspora judaica manteve uma forte coesão em nível de DNA, apesar de os judeus terem sido afastados do Oriente Médio. Os cientistas disseram que esse trabalho faz parte de uma investigação mais ampla sobre a migração humana baseada em aglomerados de diferenças microscópicas detectadas no código genético.

"Descobrimos evidências de que as comunidades judaicas se originaram no Oriente Próximo. Nossas descobertas genéticas concordam com registros históricos", disse o cientista molecular Doron Behar, do Rambam Health Cae Campus, em Halfa, Israel, que liderou o estudo reunindo especialistas de oito países.

O trabalho dos cientistas consistiu em reunir amostras de DNA de 121 pessoas residentes em 14 comunidades judaicas ao redor do mundo, de Israel ao Norte da África, da Europa à Ásia e à Índia. As amostras foram comparadas com as de 1.166 indivíduos de 69 populações não-judaicas, incluindo o "país anfitrião" ou região onde havia uma comunidade judaica. Introduzindo uma nova série de informações na pesquisa, os especialistas acrescentaram a análise de 16 mil amostras do cromossomo Y - encontrado apenas em indivíduos do sexo masculino - e de DNA mitocondrial, que é transmitido pela mãe. O estudo confirmou que o Oriente Médio, também conhecida como Levante, que abrange os atuais territórios de Israel, Líbano, Palestina, Síria e Jordânia, é o local de origem dos judeus, conforme documentado nas Escrituras hebraicas. Essa linhagem é visível nas comunidades atuais, tempos depois de os judeus terem sido expulsos daquela região do planeta. Segundo o relatório dos cientistas, os judeus da diáspora, fortemente ligados por tradições sociais, culturais e religiosas, mantiveram de modo geral uma forte coesão genética, embora também tenha havido uma indução de DNA em menor ou maior grau da população do "país anfitrião".

"As comunidades judaicas parecem ter uma coesão com a piscina genética do Levantino, mas mesmo entre as comunidades judaicas ainda se vê como elas se inclinam para a população 'anfitriã'. Entretanto, quero mencionar que, como um cientista, a genética não tem ligações com a definição da identidade judaica", explicou Behar, que demonstrou preocupação de sua pesquisa fosse utilizada para a construção de perfis genéticos como suporte para o debate sobre "quem é um judeu", que discute quem tem o direito automático à cidadania em Israel.

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