quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Europa começa a expulsar seus judeus de novo

Um rabino da cidade alemã de Hof, na Baviera, foi denunciado às autoridades por praticar circuncisão, dois meses depois de um tribunal de Colônia ter declarado que a circuncisão é equivalente a "danos corporais". A queixa foi apresentada por um médico, que não foi identificado, contra o rabi David Goldberg, de Hof, ao mesmo tempo em que a comunidade judaica contesta a decisão do tribunal de Colônia. Habitualmente, no caso dos judeus, a circuncisão é praticada ao oitavo dia de vida, e banir o ritual põe em risco o seu modo de vida e tradição. "Esta acusação é um ataque não apenas ao rabino, mas a toda a comunidade judaica", disseram em comunicado Marvin Hier e Abraham Cooper, dois responsáveis do Simon Wiesenthal Center, uma organização de defesa dos direitos dos judeus. Goldberg, por sua vez, disse que não praticou nenhuma circuncisão na Alemanha, onde vive há 20 anos, desde que foi anunciada a decisão do Tribunal de Colônia, ainda que tenha efetuado esse ato mais de 4.000 vezes ao longo da sua vida, dos quais garante que não resultaram complicações. Após a decisão do Tribunal de Colônia, o líder da Conferência de Rabinos Europeus, Pinchas Goldschmidt, considerou que uma proibição da circuncisão "tornaria a vida judaica na Alemanha praticamente impossível". E adiantou: "Se esta decisão se mantiver, não vejo futuro para os judeus na Alemanha". Na foto, memorial às vítmas no campo de concentração de Sachsenhausen.

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Circuncisão, um crime sexual?


Meu bisavô, o velho Isaac Bernsztein, sentado numa cervejaria de Munique, fumava seu charuto e entornava alguns litros de cerveja bávara. Corria o ano de 1925. Seu amigo, Yankale Rozenfunef (era assim que se chamava aquele ancião judeu e livreiro que plantava rosas e tinha cinco filhos), acabara de passar pela porta de madeira e vidro da cervejaria e, rapidamente sentou-se à mesa de meu bisavô e disse-lhe:
- Isaac, trouxe-lhe uma grande novidade para ler. Aí está este livro grosso, escrito por um soldado raso do nosso exército. Sabe, ele escreveu sobre você e sobre mim. Escreveu sobre nossas famílias. Escreveu sobre o rabino, sobre o banqueiro, sobre o comerciante, sobre o sapateiro, sobre o alfaiate e sobre o nosso pessoal que vive de plantar e colher. Nenhum ficou de fora. Não citou nomes mas escreveu que nós todos juntos, somos culpados por tudo o que acontece de ruim no mundo. Escreveu que nós somos um tipo diferente. Uma espécie piorada de gente que se pode comparar com ratos e baratas. Ele escreveu que na Alemanha a falta de empregos e de comida para tanta gente é culpa dos judeus. Culpa minha e sua, Isaac! Eu que nada mais faço além de recolher livros velhos para vendê-los no sebo. Imagine só, culpado pelas desgraças da Alemanha! O que vamos fazer agora?
Meu bisavô, condecorado na Primeira Guerra Mundial, por atos de bravura, deu de ombros e respondeu para Rozenfunef: - Lá vem você com este medo judeu! Somos ou não somos alemães? Pagamos ou não pagamos impostos. Lutamos ou não lutamos contra os inimigos ingleses e franceses? Nós somos iguais a qualquer outro alemão. Ninguém vai fazer mal a um general condecorado por atos de bravura e muito menos a meus amigos e nossos familiares. Fique quieto e se não quiser tomar um gole, peça um café e não me aborreça mais.
O livro era o Mein Kampf. O soldado raso era Adolf Hitler. Os dois amigos judeus da cervejaria, foram dois dos seis milhões de judeus mortos pelos nazistas no episódio conhecido como Holocausto, ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial.
O tempo passou. A Alemanha perdeu a guerra. Os nazistas ou foram presos, ou escaparam ou já morreram. Não restam muitos originais.
Hoje existem os neonazistas.
Na mesma Baviera de Adolf Hitler, em pleno limiar do século XXI, sob as nossas barbas, inicia-se agora uma nova cruzada antijudaica, sob o pretexto de cuidados com as criancinhas. Estão mirando na circuncisão, prática religiosa judaica que define a pertinência ao judaísmo através do pacto de D'us com nosso patriarca Abrãao. Os avós e os bisavós desta gente que hoje tem tanta pena das crianças judias, não hesitaram em matar cerca de um milhão e quinhentas mil destas, no período nazista, em toda a Europa. Hoje, seus netos e bisnetos estão preocupados com o prepúcio judaico. Chegam, durante os debates que tem sido travados na justiça alemã e nas casas parlamentares, ao cúmulo de acusarem os judeus de crime sexual contra seus recém-nascidos que passaram pela circuncisão.
Nós não podemos na opinião deles, dar curso ao pacto da circuncisão. Eles puderam matar seis de nossos milhões de almas, para nos roubar. Hoje se dizem envergonhados do que seus pais e avós fizeram. Agora vem com um ataque muito sutil que, inclusive, envolve gente bem intencionada, Gente que realmente pensa o que está discutindo. Apenas que os antijudeus estão surfando esta tsunami que começa bem miudinha. Vai crescer e vai arrebentar sobre muita gente.
O que se avizinha, certamente é um Holocausto manso. Vagaroso.
Ao contrário de matar judeus em praça pública, o que neste momento pega mal e pode trazer sanções comerciais, contra os assassinos, os mesmos de sempre urdem contra a vida judaica tradicional, contra os valores judaicos, contra a primeira lei que seguimos e praticamos que é a da circuncisão, um debate público, estimulado pela imprensa alemã e austríaca que viu neste tema um pedaço certo de polêmica para vender jornal e programas de TV e que sem dúvida alguma , vai desembocar em lei. Lei que virá para proibir a prática da circuncisão, terminando com a dignidade judaica conseguida na mesma Europa que lhe foi algoz, através de muito sangue, suor e lágrimas, choradas por todos nós, diariamente.
Claro está que muitos devem estar imaginando que sou apenas um louco, atrás de sensacionalismo. Assim também disseram sobre aqueles que avisavam aos judeus que suas famílias já tinham sido deportadas e que as próximas seriam as deles.
Nós não vamos nos calar. Nós sabemos que o próximo passo será dado contra a prática do abate de gado para a produção de carne kosher (abatida ritualmente, dentro dos preceitos da lei judaica).
Em nove de novembro de 1938, quase todas as sinagogas da Europa foram incendiadas a mando dos nazistas. Hoje querem incendiar antes dos nossos prédios, as nossas almas. Querem se envolver na prática de nossa religião, para impedi-la.
A democracia existe para garantir a vida das minorias. Maioria que quer se impor contra minoria não pode ter sua prática sufragada por quem acredita nas liberdades. Esta é prática de regimes de exceção.
Menorah está avisando porque hoje mesmo, estamos na Áustria assistindo o debate e as coisas estão acontecendo sob nosso nariz adunco.
Amanhã que não se façam de idiotas e não digam que não houve aviso.
Aos dirigentes e ao presidente da Conib, aos presidentes de Federações Israelitas de todo o Brasil e ao meu amigão, Jack Terpins, grande presidente do Congresso Judaico Latino Americano, peço que não fechem os olhos. Nós aqui da Menorah estamos preparando um documento para ser assinado por todos os judeus e não judeus possíveis, em todo o mundo, principalmente nos países que visitamos e que são mais de quarenta. Vamos fazer este documento chegar ao seu destino para que surta seus efeitos.
Vamos nos mexer para evitar o que já sabemos que vai acontecer se cruzarmos os braços, vez que não é novidade e já foi agenda da Igreja, dos cruzados, do Império Romano, da Inquisição, dos nazistas e agora dos juristas e legisladores da atual Baviera.
O documento é nada mais do que uma petição simples para que a maioria não judaica da Europa respeite a forma de vida e a tradição judaica que jamais fizeram mal a um de nossos filhos, muito pelo contrário. Uma petição para ser entregue aos parlamentos da Alemanha e da Áustria, através de seus embaixadores em cada um de nossos países.
Deixem os judeus em paz para continuarem a viver suas vidas de comerciante, banqueiro, sapateiro, rabino, alfaiate, livreiro, militar e mohel (prático em circuncisão).
Semana que vem, publicaremos o texto para você avaliar se merece receber a sua assinatura. Até lá.
Ronaldo Gomlevsky
Editor Geral - "MENORAH RAPIDINHAS"

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

" Profeta, ingênuo ou sonhador "



Marcos Wasserman, membro da Ordem dos Advogados do Brasil e da Ordem dos Advogados de Israel

Assim ele foi classificado por uns e outros. Outros epítetos menos simpáticos lhe foram alcunhados. Ele enfrentou os poderosos, mas suas grandes desavenças foram com os próprios irmãos – os judeus. Foi atacado de forma inclemente; ele lutou com todas as suas forças, mas, ao final, seu coração não aguentou e morreu jovem, com apenas 44 anos de idade. Teria dito em seus últimos momentos: "Dei o sangue de meu coração para meu povo". Nos dias 29, 30 e 31 de agosto de 1897, por coincidência nesta mesma época, realizou-se o Primeiro Congresso Sionista na Basileia, e lá estava Theodor Herzl, o homem que revolucionou a história moderna do Povo Judeu, o criador do Sionismo Político, que resultou nos direitos legítimos da autodeterminação do seu povo. Ele escreveu vários livros, e o mais importante deles passou a ser a bíblia do sionismo – “O Estado Judeu”. Originalmente escrito em francês – “L'État Juif” –, foi imediatamente traduzido para o alemão – “Der Judenstaat” – e para o inglês – “The Jewish State”.
Ingênuo e sonhador ele não foi, embora, em alguns aspectos de sua modesta obra, em número de palavras, faça referência ao futuro Estado Judeu como um país que, na sua visão, deveria ser neutro, não ter exército. Ele sonhou com uma bandeira, na qual estariam estampadas sete estrelas, querendo representar o fato de que, no futuro Estado Judeu, se trabalharia apenas sete horas por dia. Um pensamento revolucionário para a época. Profeta ele realmente foi. Achei de bom alvitre reproduzir um trecho escrito por ele sob o subtítulo “Teocracia”: "Teremos, pois, por fim, uma teocracia? Não! Se a fé nos mantém unidos, o silêncio nos torna livres. Por consequência, não deixaremos raízes às veleidades teocráticas dos nossos eclesiásticos. Saberemos mantê-los nos seus templos, como os nossos soldados profissionais nas suas casernas. O exército e o clero devem ser tão altamente honrados quando as suas belas funções o exigem e o merecem. No Estado que os distingue, eles nada têm a dizer, porque de outra forma provocariam dificuldades exteriores e interiores".
Que extraordinária visão! Mais cedo ou mais tarde, o clero em Israel deverá evacuar o palco da política e passar a existir, única e exclusivamente, em função dos seus fiéis e da evocação do divino. Esse é um processo que já começou. O mesmo terá que, obrigatoriamente, ocorrer quanto aos militares, no momento em que houver a tão almejada e sonhada paz. Ingênuo e sonhador, também aqui ele antecedeu o seu tempo: "Cada um também é completamente livre na sua fé ou na sua incredulidade como na sua nacionalidade. E se acontece que fiéis de outra confissão, membros de outra nacionalidade habitam também conosco, conceder-lhes-emos proteção honrosa e a igualdade de direitos". Com tudo isso e outros conceitos, em poucas palavras foi escrita a moderna bíblia política, que pôs um ponto final à então denominada “l'affair juif” ("a questão judaica"). Como não poderia deixar de ser, o espírito de divergência é apanágio do Povo Judeu. Já há tempos se discute e se tenta interpretar de forma diferente o significado da bíblia herzliana. Ele quis e previu um país, a terra, a pátria do Povo Judeu. Já outros inventaram e se agarram a outra linha de pensamento: um país judaico.
País judaico? Que significaria isso? Seria um país religioso ortodoxo? Seria um judaísmo cultural? Reformista ou conservador, ou qualquer outro tipo de denominação religiosa? Para nós, a resposta é óbvia: é o lar ancestral do Povo Judeu. Não nos damos conta que, decorrido pouco mais de um século, o Povo Judeu, em todas as suas diásporas, vive num plano totalmente distinto em relação ao seu passado recente. As novas gerações de judeus sequer se dão conta dessa extraordinária revolução e não podem aquilatar como era antes e o que é hoje. É como se Israel sempre tivesse existido; o que não deixa de ser, também, uma grande realidade. A presente crônica é escrita no limiar de um novo ano judaico. É a época em que, tradicionalmente, expressamos as nossas inquietudes e formulamos nossos votos de um futuro melhor. Assim sendo, associo-me plenamente a Herzl, o sonhador.

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Membros do PSOL queimam a bandeira de Israel

lerta do leitor Ari Samuel - "É lamentável ver uma cena como essa. O que esse partido tem contra nós? O que fizemos a eles para nos tratarem com tamanha agressão? O senhor Freixo, candidato a prefeito do Rio deveria explicar porque tem tanto ódio pelo nosso povo. Queimar nossa bandeira é queimar nossa história! Lutamos tanto por nosso Estado reconhecido! Precisamos falar, discutir, conhecer e divulgar esta triste ação, para fazer chegar aos nossos irmãos". Assista ao vídeo, acesse aqui.



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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Jornalistas debatem assuntos de interesse da comunidade judaica no "Papo de Redação"


- Com ingressos esgotados dois dias antes de sua realização e com mais de 700 pessoas acompanhando o evento pela Internet, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) e a A Hebraica/SP comemoraram o sucesso do “Papo de Redação”, que reuniu os jornalistas Caio Blinder, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo no Teatro Arthur Rubinstein, do clube. Foram discutidos temas como: "Primavera Árabe", "Irã e Israel", "Eleições americanas" e "Antissemitismo", entre outros. O jornalista Ricardo Berkiensztat, vice-presidente da Fisesp, foi o mediador do encontro. “Na imprensa brasileira, Israel é sempre o culpado. O extremismo islâmico passou a ser identificado com a esquerda, o que é uma grande perversão intelectual. É um absurdo termos que discutir a existência de Israel e dos judeus. Ao defender Israel e o povo judeu, me sinto verdadeiramente humano. Vocês representam um povo universal, a humanidade, independente das crenças que possamos ter”, declarou Reinaldo Azevedo. Por sua vez, Diogo Mainardi acrescentou: “Hoje, o anti-israelismo virou antissemitismo. Quando se quer atacar os judeus, ataca-se Israel. Nunca houve nada semelhante à barbárie do Holocausto, que não pode ser comparada a outros tipos de atrocidades”. Os participantes também chamaram a atenção para a presença de extremistas islâmicos no Brasil e a possibilidade de um ataque terrorista. “Onde houver israelenses ou judeus, existe a possibilidade de um ataque”, alertou Blinder.

Mario Fleck, Caio Blinder, Diogo Mainardi,
Reinaldo Azevedo, Claudio Lottenberg, Abramo e Berta Douek

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Perto do fim


Quando se fala de sobreviventes diretos do Holocausto e destas pessoas terem, de fato, construído o moderno Estado de Israel, não se imagina o número enorme de gente envolvida. Em nossas comunidades no Brasil sempre tivemos poucos sobreviventes diretos do Holocausto. Em Israel este número chegou a muitas centenas de milhares. Gente despossuída de tudo, sendo atacada por seus vizinhos europeus ao tentar voltar para casa e recuperar suas propriedades roubadas tanto por nazistas quanto por cidadãos dos países de origem, que só encontrou como acolhida viável o novo Estado onde poderiam ser livres. Hoje, o número de sobreviventes do Holocausto em Israel baixou da marca de 200.000 pessoas. Nenhuma delas com menos de 80 anos. Essa gente sofrida, esses avós, bisavós e trisavós judeus reconstruíram suas vidas em Israel e em todos os lugares. É nosso dever oferecermos todo o respeito a estes judeus aos quais a longevidade inesperada conserva viva a maior prova das atrocidades às quais foram submetidos. Sempre é bom lembrar que para os nazistas, sobreviventes não faziam parte do plano. (Foto de divulgação)

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A culpa não é de Israel

Ilan Sztulman, cônsul-geral de Israel em São Paulo
Perto da divisão entre sunitas e xiitas, é pequeno o conflito com Israel. O desleixo de ditadores com o seu povo é a real causa do descontentamento árabe. A tensão no mundo árabe vai muito além do conflito Israelo-palestino. Estamos assistindo pela TV diversas atrocidades no mundo árabe. Partes de corpos, fileiras de crianças mortas na Síria. No Bahrein, se um médico tratar de um manifestante ferido, ele é preso. Os mulás (líderes religiosos muçulmanos) desafiam as sanções internacionais pelo desenvolvimento da capacidade nuclear. Isso vai desencadear uma corrida armamentista nuclear na região. Por incrível que pareça, depois de 18 meses do início da "Primavera Árabe", ainda nos é dito que se o conflito Israelo-palestino se resolver as tensões mais prementes da região também vão se resolver. Como se o conflito Israelo-palestino fosse a causa de toda a instabilidade do mundo árabe. O regime brutal de Assad, na Síria, teve a audácia de dizer no Conselho de Direitos Humanos da ONU que a ocupação de Israel é o principal obstáculo para a paz e estabilidade na região. Isso vindo de um regime que está massacrando seu próprio povo e colocando em funcionamento 27 "centros de tortura" espalhados por todo o país.
O conflito Israelo-palestino não é a principal causa do descontentamento árabe. Mesmo porque, considerando que a divisão entre sunitas e xiitas existe há 1.300 anos, o conflito árabe-Israelense, com seus cem anos, fica pequeno na comparação. O que tem acontecido, na verdade, é que ditadores do mundo árabe têm usado o conflito Israelo-palestino como um espetáculo conveniente que distrai a multidão dos problemas reais dessas sociedades árabes. E os problemas reais destas sociedades são resultados de anos e anos de desleixo com as necessidades e interesses de suas próprias populações, que agora cobram por isso. O que a população está cobrando? Contra os regimes repressivos de todo o Oriente Médio, ela cobra liberdade, direitos humanos e distribuição mais justa dos recursos. Em resumo, o que as pessoas querem é um salário justo, casa própria, emprego e comida na mesa. Os levantes da Primavera Árabe deixaram um espaço que está sendo perigosamente preenchido por alianças formadas com base na divisão entre xiitas e sunitas. O Irã, patrocinador do terrorismo no mundo (inclusive na América Latina), é um poder xiita. Vem estendendo a sua influência na região com o uso de braços armados como o Hezbollah e por meio de alianças com a Síria e o Iraque. Em uma região tão instável, o crescimento do islã político é perigoso e não deve ser ignorado. Redes sociais são usadas como instrumento de opressão, difundindo o extremismo.
A juventude democrata do Irã, embora educada, ajudou a derrubar o xá, mas não conseguiu traduzir a sua revolução em poder político. Acabou sendo dominada por islamistas que não estavam preocupados com a democracia, mas na revolução islâmica e no terror. Israel acredita que existe uma oportunidade no estado atual. Israel reza para que a paz e a prosperidade na região sejam alcançadas. Reza, principalmente, para que a democracia deixe de ser apenas uma ferramenta para se chegar ao poder, como aconteceu em Gaza, para se tornar um objetivo final e real - como é no nosso país. A população do mundo árabe tem seu destino em suas próprias mãos. Eleições não vão levantar a economia da noite para o dia ou resolver conflitos religiosos, mas democracia e qualidade de vida, acima da política sectária, traduzem uma fórmula que Israel vive e apóia. Acreditamos que ela seja a melhor solução a longo prazo para a região. Israel tem esperança de que esse caminho leve os muçulmanos, os judeus e os cristãos para a unidade democrática, para a verdade e para a prosperidade, como também no Brasil e em todo o mundo. Isso não diminui a importância de uma resolução justa para o conflito Israelo-palestino que tanto queremos, mas os eventos recentes devem nos lembrar que, quando se discute o conflito entre Israelenses e palestinos, não podemos ignorar a verdadeira natureza do descontentamento árabe.
Publicado na Folha de São Paulo

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