Diáspora judaica (no hebraico tefutzah, "dispersado", ou גלות galut "exílio") refere-se a diversas expulsões forçadas dos judeus pelo mundo e da consequente formação das comunidades judaicas fora do que hoje é conhecido como Israel, partes do Líbano e Jordânia (por dois mil anos).
Primeira diáspora (Galut Bavel)
De acordo com a Bíblia, a Diáspora é fruto da idolatria e rebeldia do povo de Israel e Judá para com Deus, o que fez com que este os tirasse da terra que lhes prometera e os dispersasse pelo mundo até que o povo de Israel retornasse para a obediência a Deus, onde seriam restaurados como uma nação soberana e senhora do mundo.
Geralmente se atribui o ínicio da primeira diáspora judaica ao ano de 586 a .C., quando Nabucodonosor II — imperador babilônico — invadiu o Reino de Judá, destruindo a Jerusalém, e o Templo; e deportando os judeus para a Babilônia. Mas esta dispersão se inicia antes, em 722 a .C., quando o reino de Israel ao norte é destruído pelos assírios e as dez tribos de Israel são levadas como cativas à Assíria e Judá passa a pagar altissmos impostos para evitar a invasão, o que não será possivel negociar com Nabucodonosor II.
Diáspora na Babilônia
Com a conquista de Judá cerca de quarenta mil judeus foram deportados para a Babilônia, onde floresceram como comunidade e mantiveram suas práticas e costumes religiosos, associados a outros costumes herdados dos babilônios. A assimilação fez com que o hebraico perdesse sua importância em função do aramaico que tornou-se a língua comum. Com a queda do poder babilônico e a ascensão do imperador persa Ciro I, este permitiu que algumas comunidades judaicas retornassem para a Judéia, mas a grande maioria da população judaica preferiria permanecer em Babilônia onde tinham uma sociedade constituída do que retornar às vicissitudes da reconstrução de um país.
Com o domínio romano sobre a Judéia, a maior parte dos judeus que viviam na Judéia emigrou para Babilônia, que se tornou o maior centro comunitário judaico no mundo até o século XI. Ao vencerem os partas em 226, os persas novamente conquistam a Babilônia, mas os judeus permanecem com uma relativa autonomia sob a liderança do exilarca ou Resh Galuta (Príncipe do Exílio), descendente de Davi. No século IV é compilado o Talmud Babilônico, e tem início a crise caraíta.
A comunidade judaica na Babilônia perdurou solidamente através da história, influenciando o judaísmo mundial também na segunda diáspora e só deixará de existir com a emigração dos judeus do Iraque no século XX.
Segunda Diáspora
A Segunda Diáspora aconteceu muitos anos depois, no ano 70 d.C. Os romanos destruiram Jerusalém, e isso acarretou uma nova diáspora, fazendo os judeus irem para outros países da Ásia Menor ou sul da Europa. As comunidades judaicas estabelecidas nos países do Leste Europeu ficam conhecidas como Asquenazi (netos de Noé). Os judeus do norte da África (sefardins) migram para a península Ibérica. Expulsos de lá pelo crescente cristianismo do século XV, migram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina e, estimulados pela colonização européia, chegam ao continente americano.
Sionismo e a Criação do Estado de Israel
Estima-se que 6 milhões de judeus foram exterminados nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Isso impulsionou a reconstituição de um Estado próprio, depois de quase 2 mil anos da saída dos judeus. A diáspora terminou em 1948, com a criação de Israel sobre a Palestina. Em 1996 estimou-se que haja 7,5 milhões de judeus vivendo em Israel, cerca de 5,5 milhões nos Estados Unidos, 700.000 mil na França, 500.000 mil no Reino Unido, 185.000 mil na Argentina, 96.700 mil no Brasil, e 75.000 mil no Chile.[1]
Movimentos anti-sionistas
As visões judaicas a respeito da diáspora (tefutzah) se misturam. Enquanto a maioria dos judeus apoia o sionismo (retorno a Israel), outros se opõem ao conceito de moderna nação como um Estado secular e acreditam que esta só poderá existir após a chegada do Messias, como por exemplo os Neturei Karta.
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