sábado, 28 de maio de 2011

" A PAZ EM DOIS MINUTOS ".

A paz em dois minutos
Mauro Wainstock, diretor do Jornal ALEF
Você já reparou que Israel, este minúsculo país, não possui assessoria de imprensa mas é assunto diário na mídia ? Entendendo ou não sobre política internacional, conhecendo ou não questões diplomáticas, sendo especialistas ou mero curiosos, somos (também estou te incluindo) obrigados a polemizar sobre seus posicionamentos e atitudes. Assim como no futebol, as discussões são tão empolgantes quanto desafiadoras; tão enérgicas quanto inócuas. Assim como no jogo, não entramos em campo, mas gritamos, xingamos, vibramos da arquibancada: criticamos o juiz, nossos próprios jogadores e até mesmo o torcedor do nosso lado... Mas a paz não é uma disputa, em que adversários duelam e só há espaço para um vencedor. A paz não se constrói com palavras “marketeiras” pronunciadas em palanques, com pseudo-sorrisos, abraços hipócritas ou constrangedores apertos de mão diante das câmeras. E menos ainda com fotos que eternizam assinaturas formais.

A única caneta da paz que realmente funciona é a usada pelo ”educador” – entendido como aquele que coloca a paz verdadeira como sincera prioridade, independente de sua ideologia, nacionalidade ou nível sócio-cultural. Apenas ele é quem pode mudar mentes e corações. Que utiliza sua capacidade pessoal mobilizadora para alterar conceitos transmitidos e enraizados através de gerações contaminadas historicamente. Apenas ele tem o poder e a credibilidade para aglutinar e conscientizar. Apenas ele é quem tem a determinação, a liberdade e a vontade espontânea tão imprescindíveis para consolidar o conceito de que o “outro” não é um oponente, mas vem do mesmo berço, possui as mesmas raízes e origens. Que o “outro” não é um adversário, mas apenas pensa diferente. E que é justamente a integração destas diferenças que proporcionou culturas tão ricas, diversificadas, globalizadas e pluralistas.

O “já basta” deve ser uma ação concreta e não uma retórica diplomática. Não precisamos concordar, mas acordar. Temos que substituir o inconsciente coletivo pelo consciente individual. Um trabalho multiplicador, de constante envolvimento: em casa, na sala de aula, nas redes sociais, no dia a dia. Um empenho que nos obriga a sair da “zona do conforto”; que respeita o passado, age no presente e acerta no futuro. Que pensa com otimismo realista e ignora os negativistas ficcionais. Afinal, vidas perdidas são famílias sofrendo. E em famílias sofrendo, as vidas são perdidas. Quantos corações ainda serão atingidos precocemente ? Quantas lágrimas inocentes ainda vão chorar ? Quantos belos sonhos ainda serão transformados em tragédias reais ? Quantas vítimas continuarão sendo meros números do conflito, páginas viradas da história ? Não dá mais para continuar com provocações, agressões e ilusões.

Neste 01 de junho, “Dia de Jerusalém”, cidade sagrada, que une povos e religiões, etnias e raças, gêneros e ideologias, peço ao mundo que faça dois minutos de silêncio: um em homenagem àqueles que, de alguma forma, pereceram em nome da verdadeira paz, e outro para marcar uma nova era, protagonizada por aqueles que, com fé, garra, confiança e coragem, estão convictos de que é viável conquistar goleadas históricas no campo do respeito mútuo, do relacionamento pacífico, onde o preconceito será expulso e a “seleção do bem” sempre ovacionada.

FONTE JORNAL ALEF - MAURO WAINSTOCK - DIRETOR JORNAL ALEF.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Netanyahu é ovacionado nos EUA: "seis palavras mudarão a história"

Em discurso ontem (dia 24 de maio) no Congresso dos EUA - em que foi muito aplaudido-, o premier israelense Benjamin Netanyahu afirmou: "Desejamos estreitar os laços entre Jerusalém e Washington. Israel não tem melhor amigo do que os EUA e os EUA não tem melhor amigo do que Israel. Israel é a única ancora de estabilidade na região, hoje com alianças instáveis. Estamos unidos na defesa da democracia, para lutar contra o terrorismo e avançar em direção à paz". Ele defendeu a criação de um Estado palestino, mas disse que, antes, os palestinos precisam aceitar e reconhecer Israel como um Estado judeu. "Mahmoud Abbas precisa dizer para seu povo 'eu vou aceitar um Estado judeu'. Estas seis palavras mudarão a história", afirmou. O líder israelense também garantiu: "Não voltaremos às fronteiras de 1967", mas admitiu: "estou disposto a fazer concessões dolorosas para chegar a essa paz histórica. Isso não é fácil para mim, mas reconheço que, em uma paz genuína, teremos de ceder partes da terra ancestral judaica".

FONTE: JORNAL ALEF

terça-feira, 24 de maio de 2011

" ISRAEL É SINÔNIMO DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO ".


Jayme Benayon, 2º Tenente R2 -Exército Brasileiro – “Tenho notado há algum tempo que a maioria das notícias recebidas do Oriente Médio são feitas de Jerusalém. É a crise no Egito e "o enviado especial da TV X falando diretamente da capital de Israel". Leio o "Jornal Y": a matéria e feita por enviados especiais diretamente da capital judaica sobre a crise na Líbia. "Atentado no prédio da ONU no Afeganistão mata 7 pessoas, todos estrangeiros, 2 foram decapitados - direto de Jerusalém para o site da Agência Reuters". "A enviada especial da Globo News, diretamente de Jerusalém informa que mais de 60 pessoas foram mortas em protestos na Síria”. É muito estranho, não consigo entender: a imprensa mundial é acolhida por Israel e de lá faz a cobertura dos acontecimentos no Oriente Médio. Da única democracia existente naquela parte do mundo ecoam notícias que abastecem o mundo todo. E os atentados em Israel? Crianças decapitadas. Quase uma família inteira assassinada covardemente. Explosão em Jerusalém fere dezena de inocentes. Cadê a mídia internacional? O Estado Judeu está sempre em estado de defesa. Ao sul o Hamas continua a lançar seus foguetes contra inocentes. Ao norte extremistas de varias facções abastecidas pelo Irã e pela Síria estão sempre atacando Israel. E o jovem soldado israelense, que não tenha mais estômago para falar o seu abençoado nome, só pensando no sofrimento daquela família, também refém do extremismo islâmico. Cadê a imprensa internacional que é recepcionada pelo povo judeu, hospedados nos melhores hotéis e de lá fazendo suas matérias para o mundo, mas continuam denegrindo Israel. Por quê não vão para Trípoli, Cairo ou Damasco, ou melhor para o Afeganistão? Lá fatalmente se transformariam em correspondentes de guerra, espiões, enviados de satã ou inimigos do Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. Eu tenho a reposta: o único lugar livre, totalmente livre, democraticamente livre, vai sempre respeitar o direito à informação, mesmo se for contra os judeus ou o Estado de Israel. Esta é a realidade. Um povo que foi quase dizimado pela falta ou falha (sic) de informação aprendeu que a maior inimiga do terrorismo, do fanatismo, do racismo, homofobia é a imprensa livre. Israel vai continuar a acolher a imprensa internacional, não por ser tolerante, mas sim, o sentido de liberdade está arraigado em seu povo. É bom sempre lembrar que, nas tragédias do povo judeu, ele mesmo é que tem que se defender, não só no campo de batalha, mas, principalmente, informando ao mundo através de canais próprios, como, por exemplo, o "Facebook", uma das mídias de relacionamento que está desencadeando esta revolução no Oriente Médio, que por ironia foi criado por um jovem judeu americano. As nossas mídias internacionais, como o Jornal ALEF e outras importantíssimas fontes de informação ecoam pelo mundo como as "trombetas de Jericó" derrubando as muralhas das mentiras, das falácias publicados por órgãos de imprensa internacional, dominadas por redatores e editores que não têm compromisso com a real situação da "Ilha de Israel” cercada pelo mar do extremismo islâmico, cujo único fim é o aniquilamento do Estado Judeu, o único lugar que esses "correspondentes" podem trabalhar dignamente. Podem ficar tranquilos "senhores jornalistas internacionais" os seus empregos estão garantidos, pois Israel sempre existirá junto com os judeus de todo o mundo, garantindo a liberdade de expressão, mesmo que muitos inocentes sejam assassinados, decapitados, ultrajados naquele solo que lhes dá abrigo, onde poucas vezes o mundo é informado destas atrocidades, a não ser que as ditas "atrocidades" são praticadas por Israel contra os "inocentes palestinos". O Povo do Livro, o Povo Judeu, O Povo Escolhido, os JuD'eus serão sempre protegidos por Ele. Da escravidão do Egito à Alemanha nazista e o ódio iraniano, o povo judeu sempre os sobrepujou e sempre renascerá e permanecerá pelas mãos do Todo Poderoso, mesmo através de um estudante judeu americano que foi iluminado para conceber o maior meio de comunicação da atualidade, que está literalmente revolucionando o modo de divulgar informações, mesmo contra o seu povo, como a noticiada Intifada. A verdadeira informação é a maior arma do povo judeu. Cada membro da comunidade judaica deve se considerar um jornalista, em uma batalha de contra-informação que, com certeza, nesta guerra venceremos com o sempre aval do Altíssimo. Shalom”.

fonte Jornal ALEF - Jayme Benayon 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

" ISRAEL COMEMORA 63 ANOS DE INDEPENDÊICA "




Tem gente que de tanto ler e ouvir sobre Israel nos meios de comunicação, pensa que se trata de um país gigantesco, mas a verdade é que se trata de uma gota d'água no oceano. O país tem um território de apenas 20.500 km2, menor do que Sergipe, que é o menor Estado brasileiro, e uma população de 7,7 milhões de habitantes, dos quais 76% são israelitas, 20% árabes e 4% cristãos (na maioria) casados com israelitas. Em 1948, quando foi criado, a população de Israel era de apenas 806 mil habitantes, dos quais somente 35% nasceram no país; atualmente 72% são “nativos” (sabras).

Nenhum país democrático da Era Moderna obteve tantos desafios, contratempos e gastos desnecessários para a sua segurança e teve tantas conquistas como Israel. Nesses dias Israel comemora 63 anos de Independência e realizações que o beneficiaram e ao mundo. Desde a década de 50, Israel ficou notório pela sua agricultura sofisticada e sistema de irrigação, que dominaram o Deserto do Neguev (metade do país). O sistema de irrigação da Netafim ajuda o mundo todo a abastecer as populações com comida e está presente no Brasil também. A laranja Jaffa é de renome internacional e o pequeno tomate cereja foi elaborado e criado em laboratório em Israel. Neste país seco, os agricultores locais conseguem tirar de cada árvore da tâmara 200 kg anuais, em vez dos 20 kg que a tamareira comum produz. A vaca israelense com comida e tecnologia nacional é a que mais leite por vaca produz no mundo todo. Israel quase não tem minerais, mas mesmo assim é o maior lapidador de diamantes, principalmente de cortes finos, do mundo.
É o terceiro país com mais ações negociadas no NASDAQ, logo após os EUA e Canadá. É o terceiro também em desenvolvimento de Tecnologia, mas é o segundo per capita em registro de novas patentes na Europa, e é primeira do mundo em número de computadores per capita e número de museus. Os israelitas são chamados de o “Povo do Livro”, e isto é tão real que Israel está na segunda posição mundial em publicação de novos livros per capita. O conglomerado Teva é o maior fabricante mundial de remédios genéricos, e Israel é o quarto país em desenvolvimento de aparelhos medicinais, logo após os EEUU, Alemanha e Inglaterra. O telefone celular no que tanto gostamos de falar, foi desenvolvido nos laboratórios da Motorola em Israel. Todos os computadores têm chips da Intel; o Pentium e o Centrino foram inventados e desenvolvidos por cientistas israelenses e produzidos pela Intel em Israel. É lá que a Microsoft tem o único laboratório fora dos EUA, e é na Terra Santa que foram desenvolvidos na maioria os projetos do Windows NT e Windows XP. O primeiro firewall (protetor contra vírus) introduzido nos computadores foi da israelense Checkpoint, de jovens israelenses que se especializaram no exército e o introduziram mundo a fora. Em 95% das casas em Israel há água quente gerada por coletores solares de energia, instalados nos tetos das residências. É ecológico e barato. O tradudor da internet, Babylon, é outra invenção israelense, bem como o VoIP, que permite conversar através do computador. Se você quer guardar dados do computador, na certa você o faz com um ‘disk on key’ produzido por Dov Moran (não é parente), que atualmente tem muitos imitadores. Israel é uma potência na indústria bélica, em mísseis, aviões não tripulados e até em satélites espiões que lançou ao espaço. A israelense Ishkar, que tem fábricas em alguns países, foi comprada (80%) pelo bilionário americano Warren Buffet, que só tem elogios à indústria e à boa cabeça dos israelenses.
Israel é pequeno, mas já teve diversos prêmios "Nobel", nove até aqui, em diversas áreas. No esporte não brilha tanto, mas o Macabi Tel Aviv conquistou o vice-campeonato de basquete europeu. Da força de trabalho israelense, 24% possuem título universitário, perdendo só para os EUA e Holanda. Tel Aviv foi escolhida como a melhor cidade para jovens em toda a... Europa! Em 20 de julho de 2008, o renomado Henri Alford, do “New York Times”, escreveu sobre a “cidade espetacular que descobri no fim do mundo (a 60 km de Jerusalém, considerada o “centro do mundo”)... os jovens são bonitos em níveis inimagináveis... excelente comida... jovens inteligentes. Antes mesmo dos americanos terem celular, os bebês de Tel-Aviv já os tinham”.
A língua bíblica, o Hebraico, é a única língua morta que renasceu, há cerca de 110 anos. O israelense lê e aprende a Bíblia na sua língua original e caminha e vive na sua região geográfica. Nenhum outro país do mundo colheu e integrou a sua sociedade imigrantes de mais de 120 países, incluindo centenas de milhares de refugiados judeus de países árabes, que de lá foram expulsos logo depois da declaração de independência do Estado Judeu. Mas mesmo hoje, depois de 63 anos de Independência, o mundo não reconhece Jerusalém como sua capital (nem mesmo a parte ocidental, que era de Israel ainda antes da Guerra de 1967), apesar de sê-lo desde os tempos do rei David da Bíblia. Esse mesmo mundo já antecipadamente reconhece Jerusalém como capital de um país que nem existe - a Palestina. Israel nunca foi eleita como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU ou mesmo da Comissão dos Direitos Humanos, mas a Líbia, Síria, Líbano, Egito e outros paises árabes já o foram. Israel é o único país do mundo que mesmo depois de 63 anos de independência ainda continua lutando por sua sobrevivência e, apesar de todas as adversidades, é a antítese de tudo que acontece ao seu redor. É uma ilha de sanidade, é uma democracia e é uma potência econômica para um país do seu tamanho. Nestes dias se nota mais esses fatos, quando tudo à sua volta está turbulento, com guerras e revoltas, e nada de democracia. Seu único desejo de alcançar a tão almejada paz (shalom), que asseguraria vida melhor a Israel e seus vizinhos, ainda não foi concretizado, mesmo depois de 63 anos. Só resta a esperança (“Hatikva”, seu hino nacional) de que este feito também seja alcançado e o mais rapidamente possível.

(FONTE JORNAL ALEF - DAVID MORAN).


segunda-feira, 16 de maio de 2011

" INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL ".


Mensagem de Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil, sobre o aniversário de Israel“Há exatos 63 anos, no dia 14 de maio de 1948, um sonho milenar se tornou realidade. O Estado de Israel ganhou sua independência, o que permitiu ao povo judeu voltar a ter seu lar nacional, depois de séculos de um exílio forçado. Passadas apenas seis décadas, Israel construiu uma democracia vibrante e uma economia dinâmica, apesar das permanentes ameaças de destruição lançadas por vizinhos que se recusam a aceitar o direito judaico a ter seu próprio país e se incomodam com a introdução da democracia no Oriente Médio. Hoje, Israel apresenta ao mundo sua democracia, seu respeito a liberdades individuais e suas incessantes inovações tecnológicas. Nós, judeus do Brasil, orgulhamo-nos do país que representa para nós uma valiosa referência histórica, cultural e religiosa. Parabéns a Israel e ao povo israelense por terem construído tanto, em tão pouco tempo e em condições tão adversas”.

Fonte: Jornal ALEF.

sábado, 14 de maio de 2011

" DEGRAUS DE UMA LONGA ESCALADA ".


Degraus de uma longa escada
Por via do blog e de um dos assuntos que trata: a conversão ao Judaísmo, muita gente me contacta pedindo informações sobre esse tema. Aqui fica uma lista dos passos do processo, com a explicação de cada um deles. Não é uma receita, nem um kit de montagem, mas talvez dê algumas dicas a quem procura assistência neste caminho às vezes tão complicado.

Jimmy e Pamela Harris são parte de um novo fenómeno americano:
negros convertidos ao Judaísmo.
0 – Porquê?
É o passo "0", porque antes de partir para o primeiro degrau, há que ter a mínima consciência do que implica uma conversão ao Judaísmo. As razões que levam cada pessoa a enveredar por este caminho variam e são pessoais. Do gosto pelo humor judaico (Porque não? É interessante poder contar piadas em nome próprio, por exemplo), reunião com as raízes familiares, busca espiritual, etc.
Na maior parte dos casos, são pouco mais que irrelevantes para o sucesso da empreitada. Como ouvi uma vez o meu rabino dizer: "Não me interessam as razões das pessoas. Só me interessa que sejam honestas". É apenas o ponto de partida.
1 – Contactar um rabino.
Obviamente, recomendo um rabino ortodoxo. As conversões das linhas reformista e conservadora não são reconhecidas pela linha ortodoxa. Apesar de as conversões não-ortodoxas darem o direito a emigrar para Israel, levantam problemas para quem desejar casar em Israel, pois apenas a linha ortodoxa é reconhecida para efeitos de casamento. Os rabinos ultra-ortodoxos (como os da linha Chabad) normalmente são mais hostis ao assunto da conversão, mas nem sempre.
O Judaísmo ortodoxo moderno é mais tolerante neste campo. As comunidades judaicas sírias (Nova Iorque e México, por exemplo) são completamente avessas ao assunto das conversões, considerando inválidas as conversões realizadas para efeito de casamento, por exemplo.
2 – Estudo de Judaísmo.
Depois de conseguir contactar com um rabino que aceite tratar do assunto da conversão, o candidato deve passar a estudar com ele. A maioria – se não todas – as comunidades têm classes de conversão. Normalmente, os rabinos não cobram qualquer quantia pelas aulas de conversão. Ensinar faz parte das funções normais do rabino. Podem ser cobradas despesas com fotocópias ou livros de estudo mas mais do que isso será, a meu ver, abusivo.
Além do estudo em classes, é importante estudar sozinho. Hoje há muita literatura sobre o assunto, seja em inglês como em português. A Internet também é uma ferramenta preciosa, mas a ser usada com cuidado. Nem todas as fontes são confiáveis.
3 – Contacto com a comunidade judaica.
Durante o período de estudo, que pode estender-se de alguns meses a vários anos, é muito importante ir mantendo um contacto com a comunidade, a par da frequência das aulas de conversão. Conhecer o ciclo anual judaico, como o Shabbat e as festas (Pessach, Shavuot, Rosh Hashaná, Yom Kippur, Succot, Chanuka, Purim) só se consegue com um contacto com a comunidade. Além de ser uma experiência preciosa, atesta o interesse do candidato no Judaísmo. Também ajuda a ter uma melhor relação com o rabino.
4 – Recomendação a um Bet Din (Tribunal Rabínico).
Dependendo do progresso do candidato na prática do estudo e da sua prática das tradições judaicas, o rabino fará uma recomendação a um Tribunal Rabínico. A maior parte dos países não têm Bet Din. Isso implica contactar com um Tribunal Rabínico noutro país. A melhor opção será Israel.
A falta de Bet Din pode implicar que a pessoa, pura e simplesmente, não possa terminar o processo no seu próprio país sem integrar um ulpan (curso) de conversão em Israel. É o que se passa na maioria dos casos de Portugal. Normalmente, o Tribunal Rabínico não facilita os processos de pessoas vindas de comunidades com poucas estruturas judaicas (como o caso de Portugal). Pode acontecer o Bet Din impor como condição a permanência em Israel (foi o meu caso).
5 – Reunião no Bet Din.
É um procedimento relativamente simples, apesar de ser o mais ansiado. Afinal, esta é a “grande prova”. Com as devidas diferenças, quem já passou um exame oral na escola pode ter ideia do tipo de acontecimento que é uma reunião de um Tribunal Rabínico. Três juízes rabínicos fazem várias perguntas ao candidato. Primeiro de apresentação, para saber a origem, como chegou ao Judaísmo, quanto tempo estudou, qual a prática que o candidato tem, etc.
Normalmente, o candidato vai acompanhado de alguém, seja o seu próprio rabino ou um professor do ulpan de conversão, ou alguém que conhece bem o candidato. São pedidas cartas de recomendação, do rabino que acompanhou o processo, da família adoptiva, de professores de yeshiva ou do ulpan, etc. São feitas várias perguntas sobre o Judaísmo: bênçãos sobre mitzvot (mandamentos judaicos) e alimentos, aspectos e leis das festas judaicas, etc.
É comum perguntarem sobre as diferenças entre o Cristianismo e o Judaísmo, para atestar a segurança das crenças do candidato à conversão, já que na maioria provêm de um ambiente cristão.
6 – Aprovação pelo Bet Din.
No final da reunião, que normalmente não dura mais de uma hora, no caso de o candidato ser aprovado como novo membro do Povo de Israel, o converso tem de enunciar a oração deShemá Israel. É a profissão de fé judaica, na qual declara a fé no Deus Único e a aceitação da Torá e das mitzvot.
Nesta altura, o converso é obrigado ao cumprimento de todas as mitzvot. Apenas está excluído temporariamente de contar para um minyan – o número mínimo de 10 homens necessário para as cerimónias públicas judaicas.
7 – Brit Milá ou Circuncisão (só para homens).
Esta que é uma das mais respeitadas tradições do Judaísmo é uma das fases cruciais do processo. Quem estuda o fenómeno da conversão ao Judaísmo explica que a enorme predominância de mulheres em relação aos homens como candidatos à conversão, se deve à obrigação da circuncisão. Nem todos os homens estão dispostos a passar por esta operação.
No caso dos adultos, a operação é realizada num hospital, mas sempre por um mohel, um homem formado especialmente na realização da circuncisão de acordo com a lei judaica. Se o candidato já é circuncidado, é feita uma revisão por um rabino, para saber se está de acordo com a Halachá. Pode ter se ser realizada uma nova operação de correção, mas na maioria dos casos é apenas realizada uma pequena cerimónia em que é retirada uma gota de sangue, simbolizando que a circuncisão foi feita de acordo com a lei judaica.
8 – Tevilá ou Banho ritual
Tevilá ou banho ritual consiste na imersão num mikve, que é um tanque de águas especial, construído de acordo com regras específicas e que se destina à purificação ritual. Para que a imersão seja completa, não pode existir qualquer barreira entre o corpo da pessoa e a água, por isso é a pessoa entra completamente nua na água.
A imersão é verificada por três rabinos (que são como um novo Bet Din). Estes, porém, não vêm a pessoa nua, já que apenas entram na sala de imersão quando a pessoa já está dentro da água. No caso das mulheres que passam pela tevilá, é uma mulher quem verifica que a imersão foi integral e apta. Neste caso os três juízes encontram-se num local onde não vêm a mulher dentro da água. Tudo é feito com discrição. No caso de o candidato tiver de passar pela circuncisão, a ferida da operação terá de curar completamente antes de poder ir aomikve, o que pode demorar cerca de um mês.
A partir da imersão, a pessoa pertence oficialmente ao Povo Judeu, em todos os assuntos. As únicas limitações são a proibição de uma mulher convertida se casar com um cohen, um membro da antiga tribo sacerdotal judaica.
Todas estas fases, cada uma com as suas complicações, apenas pretendem garantir que a pessoa está realmente comprometida com o Judaísmo. Afinal, o Judaísmo não é uma religião missionária. Não procura converter os demais, nem impor-lhes a Torá, nem considera os não-judeus como "infiéis contra os quais há que travar uma guerra santa" ou "condenados ao fogo do Inferno".
Quaisquer que sejam as motivações para a conversão, é essencial que todos os que entram no Povo de Israel o fazem com fé clara e consciência da responsabilidade de cumprimento da Torá.


publicado por Boaz 
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