ELIANA R. DIDIO
Ano que vem a imigração japonesa faz 100 anos da chegada ao Brasil. Vai ser um ano intenso de festas a começar em fevereiro com uma escola de samba usando o tema como enredo. Como tenho participado de eventos de culinária japonesa, percebi algumas semelhanças culturais com a religião judaica muito interessantes, que vou discorrer mais para frente.
Vamos conhecer um pouco dessa ligação judaica-japonesa.
Quando pensamos nas 10 tribos perdidas será que as ligamos ao Japão? Mas, entre tantos monumentos budistas, shintoístas e templos, encontramos uma comunidade no Japão tendo como herança a esperança, desespero e sacrifícios, a guerra e o esforço, não muito diferentes de outras comunidades judaicas.
Isto nos leva à comunidade de Tókio, sobreviventes das cinzas da vitória aliada. Provavelmente havia mais judeus após a ocupação americana pós-guerra do que ao longo da história. Embora a ocupação termine em 1952, uma presença militar americana persiste com as forças armadas baseadas em Okinawa as well as em outras facilidades. Em conseqüência, os judeus americanos, homens e mulheres, acabam ficando no Japão, fazendo parte de sua continuidade.
Embora alguns pensem que os judeus são passado no Japão, o país tem sua própria identidade judaica. Aqui encontramos laços significativos com a comunidade japonesa. Atualmente as comunidades judaicas de Tokyo e de Kobe fazem o possível para os judeus de muitas partes diferentes, sejam eles professores de povos ingleses, visitantes a negócio, estudantes itinerantes e viajantes, negociantes israelis da jóia, ou turistas americanos. Observam festivais e feriados, mantêm o Sabbath e preservam seus laços à comunidade e à sua fé.
Embora os viajantes judeus fossem conhecidos por terem entrado no Japão com os comerciantes portugueses e holandeses no século XVI , os judeus não se estabeleceram permanentemente em Japão até após a chegada do Commodore Perry lá em 1853. O primeiro assentamento judeu veio a Yokohama - perto de Tókio - em 1861. O cemitério judaico só teve lugar quatro anos mais tarde. Por volta de 1895 esta comunidade, que se tornou aproximadamente 50 famílias, podia dedicar à primeira sinagoga do Japão.
Embora os viajantes judeus fossem conhecidos por terem entrado no Japão com os comerciantes portugueses e holandeses no século XVI , os judeus não se estabeleceram permanentemente em Japão até após a chegada do Commodore Perry lá em 1853. O primeiro assentamento judeu veio a Yokohama - perto de Tókio - em 1861. O cemitério judaico só teve lugar quatro anos mais tarde. Por volta de 1895 esta comunidade, que se tornou aproximadamente 50 famílias, podia dedicar à primeira sinagoga do Japão.
Com um porto japonês significativo, a cidade era mais acessível aos judeus que fugiam dos pogroms Russian.
A comunidade de Nagasaki, com aproximadamente 100 famílias, era logo maior do que essa em Yokohama. A Beth Israel Sinagoga - que se usou ser descrita nos cartões de cumprimento de Rosh Hashanah vendidos na sinagoga de Tókio -, foi construída em 1894.
Há também uma seção hebraica no cemitério dos seus estrangeiros. Embora a comunidade de Nagasaki fosse considerada como ativa, durante a guerra russo-japonesa de 1904-5 a comunidade desintegrou-se, passando seu scroll de Torah aos judeus de Kobe, um grupo de soldados judeus que foram reconhecidos como prisioneiros de guerra e tinham participado no exército e na volta Russian do Czar de 1905. Um dos membros deste grupo era Joseph Trumpeldor, que perdeu um braço durante a guerra russo-japonesa e com muito atraso foi transformado em um dos heróis genuínos do movimento sionista para seu papel na formação das forças judaicas da defesa em Palestina.
O terremoto de 1923 que destruiu a maioria de Tókio teve um efeito devastador também na vida judaica no Japão. Até esse tempo a comunidade judaica, a mais ativa no Japão, estava em Yokohama. Depois do terremoto a comunidade moveu-se para Kobe, que passou a ter, então, aproximadamente 50 famílias.
A comunidade de Kobe foi composta pela maior parte dos judeus da Rússia, do Oriente Médio e da Alemanha. Na maioria de casos, os judeus russos tinham chegado ao Japão através da cidade de Manchurian de Harbin, que teve três sinagogas, uma escola judaica e uma população de aproximadamente 30.000 judeus.
Também chegaram judeus orientais do Iraque, Síria e Yemen, Irã e de outras áreas da Ásia central e oriente médio.
Talvez a família mais proeminente entre eles seja os Sassoons, sabido como o “Rothschilds do leste”. Alguns foram ao Japão por razões econômicas, outros pelo desenvolvimento.
Tókio se transformou num centro importante para a comunidade judaica. A comunidade de Tókio tem um perfil mais elevado do que Kobe e a presença da Embaixada israelense na capital também pode dar aos membros algumas oportunidades adicionais para atividades cultural e sociais.
A comunidade do Japão é filiada ao congresso judaico no mundo. Além da sinagoga, abriga uma escola judaica, uma biblioteca e atividades recreativas.
As noites de Shabat são feitas através de refeição comum kasher. Na comunidade de Kobe há um rabino permanente americano. As refeições do Shabat são feitas por um cozinheiro kasher.
Esse é um pequeno relato da formação da comunidade judaica do Japão.
Estive há pouco mais de 2 semanas num evento da Faculdade de gastronomia UNIP, através do meu mestre, mentor, amigo, professor Carlos Ribeiro, por quem eu tenho uma grande admiração e que me trouxe de volta as minhas raízes através de palestras e aulas me oferecidas para dar, culminando numa pessoa que está se especializando na culinária judaica e kasher, tentando através dela que a religião siga em frente ou atraia de volta quem está afastado por qualquer razão. Falando do evento, o professor Carlos trouxe pessoas da Câmara Brasil-Japão para dar palestras, teve show de música, tamboe e, lógico, um show á parte dos alunos da UNIP na gastronomia do Japão. Mas além de tudo isso que valeu uma bela noite, tomei conhecimento de um costume que me lembrou o muro das lamentações. Todo ano, no mês de Julho, as pessoas no Japão e até fora dele que seguem o ritual, pega um papel que já foi escrito anteriormente e dobrado, e o coloca numa árvore como foi feito no evento, mas originalmente no bambu. Esse papel contém pedidos e desejos.
FESTIVAL TANABATA
O Festival das Estrelas - A lenda por trás do Festival das Estrelas
O Festival das Estrelas - A lenda por trás do Festival das Estrelas
Há cerca de quatro mil anos, os chineses criaram uma história, inspirados nas estrelas Vega e Altair. Relata a lenda de uma certa princesa Orihime e seu amado Kengyu, podendo o casal se encontrar uma vez por ano, num dia do mês de Julho. Assim surge a lenda e estória que neste dia as pessoas fazem pedidos e desejos no tanzaku (papeleta colorida) e amarra no bambu para que possa realizá-los.
Nos dias de Tanabata Matsuri, as pessoas escrevem seus desejos em papéis coloridos chamados Tanzaku e os penduram em ramos de bambus enfeitados.
Segundo a crença, os pedidos feitos aos deuses do fundo do coração, serão atendidos.
A festa dura dois dias e no final dela os papeizinhos são queimados, para que os pedidos cheguem às estrelas.
Em agradecimento à dádiva recebida, a princesa e o pastor de ovelhas atendem aos pedidos feitos em papéis coloridos e pendurados (tanzaku) em bambus (sassadakes). Cada cor significa um pedido: branco (paz), rosa (amor), vermelho (paixão), verde (esperança) e azul (saúde).
Essa festa me lembra do costume de colocar papel com pedidos no Muro das lamentações, sem conotação religiosa e sim apenas costumes parecidos.
Outro costume que me lembrou o judaísmo é o lavar as mãos antes da Cerimônia do Chá. A Cerimônia do Chá ou Chanoyu, também conhecido como Chado (Caminho do Chá), é um passatempo estético no Japão, que é a arte de servir e beber o "matcha", um chá verde pulverizado. Existe todo um ritual e respeito para com a cerimônia.
Antes de começar a cerimônia, os convidados são então levados para o roji, um jardim interno onde poderão lavar as mãos em um tsukubai, vasilha de pedra cheia de água fresca, própria para essa função, jogando em cima de cada mão um pouco de água.
LEMBREM- SE : não estou falando de semelhanças religiosas e sim de semelhanças de costumes.
Vamos á parte gostosa da matéria.
SUSHI
Futomaki, kossomaki, niguirizushi, oshizushi, uma das variações do sushi, que é hoje em dia o parto mais famoso da culinária japonesa, antes só uma forma de conservação dos peixes. Normalmente, a carne era prensada com sal e fermentava por alguns dias antes de ser consumida. Somente há 100 anos começou a ganhar status de comida.
Mas para preparar esse prato não basta apenas saber cozinhar. Fazer sushi é quase uma arte. O tamanho deve ser exato para as pessoas comerem de uma vez só, como fazem os melhores sushimen. O corte do peixe também precisa ser minucioso, deve ter cerca de 4mm, feito na diagonal, da direita para a esquerda, e com a faca inclinada em 30 graus. A mão e a faca devem estar úmidas para que os ingredientes não grudem.
Umas das formas de fazer o sushi:
Sushi enrolado (maki-zushi) – há inúmeras variações desse tipo de sushi e cada chef cria suas próprias especialidades. A forma mais simples consiste em uma folha de alga marinha (nori) coberta com arroz sobre o qual se põe uma ou mais recheios. Com a ajuda de uma esteirinha de bambu (sudare), é feito um rolo que é fatiado em rodelas. Os rolos finos são chamados de hoso-maki; os grossos. Com muitos recheios, de futo-maki. Sushis enrolados ao contrário, com o arroz por fora se chamam uramaki.
GYUNIKU TO BUROKKORIN NO ITAME-NI
INGREDIENTES
INGREDIENTES
200 g de alcatra cortada em fatias bem finas (parte posterior da alcatra)
300 g de brócolis
100 g de cogumelos
2 dentes de alho médios
2 colheres (sopa) (30 ml) de óleo
1 colher (sopa) (15 ml) de saquê
1 colher (sopa) (15 ml) de vinagre de arroz
1 colher (sopa) (15 ml) de óleo de gergelim
1 colher (sopa) (15 ml) de água
1 colher (sopa) (15g) de açúcar
2 colheres (chá) de maisena (amido de milho) dissolvida em um pouco dágua.
300 g de brócolis
100 g de cogumelos
2 dentes de alho médios
2 colheres (sopa) (30 ml) de óleo
1 colher (sopa) (15 ml) de saquê
1 colher (sopa) (15 ml) de vinagre de arroz
1 colher (sopa) (15 ml) de óleo de gergelim
1 colher (sopa) (15 ml) de água
1 colher (sopa) (15g) de açúcar
2 colheres (chá) de maisena (amido de milho) dissolvida em um pouco dágua.
MODO DE PREPARO
Com uma faca afiada, corte as fatias de alcatra em pedaços pequenos e uniformes. Lave os brócolis em água corrente, corte os talos e separe-os em buquezinhos. Lave também os cogumelos em água corrente, corte os talos e divida-os ao meio no sentido de comprimento. Corte os dentes de alho em fatias bem finas.
Numa panela grande, coloque o óleo, leve ao fogo médio e deixe aquecer. Junte as fatias de alho e frite, mexeu de vez em quando, por alguns minutos ou até ficarem levemente douradas.
Acrescente as fatias de cogumelo á panela onde está o alho e frite rapidamente, somente até ficarem bem envoltas no óleo. Junte os pedaços de alcatra á misture e frite por alguns minutos, mexendo sempre, até a carne mudar de cor.
Adicione o saquê, o vinagre de arroz, o óleo de gergelim, a água e o açúcar á panela e misture bem. Acrescente os buquezinhos de brócolis, misture bem e deixe ferver novamente.
Tampe a panela e cozinhe sempre em fogo médio, por cerca de 5 minutos ou até os pedaços de carne ficarem macios, regando de vez em quando com o caldo de cozimento no fogo até reduzir e ficar espesso.
Regue os pedaços de carne e os legumes com o caldo do cozimento ainda quente e leve à mesa imediatamente.
Rendimento – 4 porções
Referências: Guia de Restaurantes Japoneses, São Paulo 2006
O livro do Sushi, Kotsuji Yamamoto e Roger Hicks
Livro: O Gosto Brasileiro - as mais famosas receitas das nossas avós, Cozinha japonesa, Editora Globo, 1993.
O livro do Sushi, Kotsuji Yamamoto e Roger Hicks
Livro: O Gosto Brasileiro - as mais famosas receitas das nossas avós, Cozinha japonesa, Editora Globo, 1993.
*Eliana Rebeca Rosebaum Didio
Pós-graduada Docência em Gastronomia – Hotec
http://cozinhajudaica.blog.terra.com.br
Pós-graduada Docência em Gastronomia – Hotec
http://cozinhajudaica.blog.terra.com.br
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