quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O OLHAR DE UM JUSTO!




Você é Conformista?


Por Tor@mail
 
Nessa Parashá, Avraham pede a D’us para desistir da destruição de uma cidade se esta tivesse ao menos dez pessoas justas.

Por que ele não pediu para poupar apenas essas dez pessoas e não a cidade inteira? Do que resolveria dez pessoas contra uma cidade inteira de perversos?

Para entender sua posição, segue uma história.

No séc. 18 o Czar instituiu uma prática terrível, para ‘unificar’ os cidadãos russos e também ‘salvar’ suas almas.

Jovens meninos, principalmente judeus, eram raptados de suas casas e levados a campos de treinamento onde eram ensinados como tornarem-se Cristãos Russos Ortodoxos.

Haviam crianças que resistiram às torturas terríveis e permaneceram fiéis ao judaísmo, mas foram poucas. A maioria morria ou então sucumbia à pressão e se convertia.

Eli Leib Itskovits estava entre a maioria; com apenas doze anos ele foi sequestrado e não resistiu à pressão por sentir muito medo e estar sozinho. O padre parecia tão caloroso e amigo quando falava da igreja e tão temível quando falava de castigos por desobediência que Eli resolveu se deixar levar pela corrente.

Ele mudou seu nome para Sasha e ascendeu muito no escalão até acabar tornando-se tão respeitado que quinze anos depois estava para ser promovido à oficial. Como prêmio, junto com alguns outros soldados ele recebeu dez dias de folga.

No primeiro dia eles apenas comeram e dormiram, depois viajaram para uma cidade vizinha e embebedaram-se. Começaram a lembrar e falar de seus pais falando que iriam visitá-los. Eli de repente lembrou-se dos seus, veio em sua mente a imagem dos olhos penetrantes e bondosos de sua mãe e a voz de seu pai. Ficou tão tocado que resolveu visitar seu antigo lar.

Passaram-se horas e ele estava na frente de sua velha casa. Bateu na porta. Uma senhora de meia-idade abriu e ele pensou: “será que é minha mãe?”

Ela parecia muito mais velha, e certamente não o reconheceu. Ela o tratou como outro cidadão russo qualquer. Ele então começou a puxar conversa e acabou levando o assunto a sua família. Ela contou-lhe que seu marido tinha falecido há alguns anos de cólera, e ela tinha apenas um filho que tinha sido raptado pelo exército quinze anos atrás. E agora estava sozinha.

Era sua mãe.

Eli teve que controlar suas lágrimas. Seu pai estava morto, ele nunca mais o veria! Nunca mais! Seu coração apertou forte. Ele pensou que tivesse esquecido de seus pais, depois de tanto tempo servindo no exército. Tentou mudar de assunto até que olhou para sua mãe nos olhos e disse baixinho.

“Mãe, sou eu! Sou o Eli!”

Eles se abraçaram e um choro irrompeu o silêncio. Ela disse e repetiu seu nome várias e várias vezes, como se pudesse compensar a falta de todos esses anos. Passado o impacto da forte emoção, Eli contou sobre o exército e tudo o que fez nos últimos anos. Os olhos de sua mãe esbarraram na cruz pendurada em uma correntinha em seu pescoço.

“Ora, isso?” Ele falou. “Mudei minha religião. Não é nada demais. Judaismo é uma coisa do passado mesmo. Os mandamentos são antigos, etc.”

E ele toda a doutrina que havia aprendido com o padre. Sua mãe então implorou para que ele retornasse ao seu caminho, a fonte judaica contando-lhe sobre a devoção de seu falecido pai e o amor que nutria pela Torá e seus ensinamentos. O quanto gerações haviam se dedicado a fim de permanecerem fieis ao judaísmo mesmo que isto significasse o custo de suas próprias vidas.

Inútil. Ele permaneceu por mais alguns dias ajudando-a nos afazeres e consertando o que fosse necessátio, mas anunciou que chegava a hora de retornar ao exército.

Ao se despedir de seu filho dando-lhe um beijo, e um conselho: “Não quero lhe perder de novo, nem que você seja morto. Perto de nossa cidade, em Liadi, tem um grande rabino chamado Rebe Schneur Zalman. Por favor vá até ele lhe entregar esse bilhete e pedir uma benção.”

Eli iria recusar, mas o olhar de sua mãe lhe implorando por este pedido foi extremamente forte e apelativo e resolveu ir para Liadi. Ao chegar lá, não enfrentou a imensa fila de espera para falar com o Rebe, jea que os chassidim tinham instruções que soldados não deviam esperar.

Quando viu o Rebe, de repente ele sentiu um forte medo percorrendo seu corpo, da cabeça aos pés. Entregou o bilhete ao Rebe, que lhe fez algumas perguntas e finalmente falou: “Que o Todo Poderoso lhe dê sucesso em tudo o que você fizer.”

Eli tomou coragem e pediu para o Rebe lhe dar uma moeda que pudesse carregar para ter sorte e proteção conforme sua mãe lhe havia instruído. Mas o Rebe somente respondeu: “D’us lhe protegerá sem uma moeda e lhe dará compreensão para escolher o caminho correto.”

Quando Eli se retirou da presença do Rebe, sentiu como uma criança, alegre e leve. Foi como se o Rebe o tivesse restituído algo vivo e infinito que ele havia perdido.

No dia seguinte, quando voltou à base, uma coisa estranha aconteceu. Foi colocado um aviso na porta do refeitório: ‘Por ordem do Czar todos aqueles que quisessem voltar à religião de seus pais poderiam fazê-lo’.

Eli foi o primeiro a responder. Ele pediu ao seu superior para voltar a ser chamado Eli Leib e ser registrado como judeu.

Logo o padre e vários oficiais vieram para uma conversa particular, tentar convencê-lo a mudar de ideia e mostrar como estava cometendo um erro tremendo jogando todo o seu brilhante futuro pela janela. Mas Eli tinha olhado nos olhos do Rebe.

Ele esperou todos terminarem de falar para dizer:

“Nasci judeu e morrerei judeu. O primeiro judeu, Avraham, estava sozinho e o mundo inteiro estava contra ele, mas eu estou com ele, assim como meu pai esteve, e minha mãe, e antes disso meus avós e assim por diante!”

Eli foi rebaixado de seu posto e perdeu todas as suas regalias. Logo depois acabou seu tempo de serviço no exército voltou para sua mãe e a primeira benção do Rebe se materializou; ele encontrou um bom trabalho e uma boa esposa e viveu bastante tempo para ver três gerações: filhos, netos e bisnetos.

Pelo menos uma vez por ano ele unia sua família para repetir a história de como o semblante do Rebe o transformou em um homem completamente diferente.

Isso responde à nossa pergunta: não temos como entender o poder de um Tsadik, como vemos na nossa história, apenas uma palavra ou olhar de um judeu sagrado pode mudar uma pessoa completamente.

Agora podemos entender por que ntão Avraham pensou que se talvez tivesse dez desses tsadikim em cada cidade, eles poderiam influenciar mesmo os mais perversos, assim como o Rebe influenciou Sasha, o Elie Leib apenas adormecido de nossa história.

FONTE:
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário