quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

As Moedas Gêmeas


O Ktav Sofer, Rabino Avraham Binyamin Schreiber (1815-1875) estava eufórico. Ele dedicou muito do seu tempo e energia nos últimos anos na luta para proteger a vida tradicional judaica e agora a decisão do governo era finalmente oficial: As comunidades religiosas judaicas tinham o direito de ter seu próprio sistema de educação, sancionado por lei.

Sentindo um alivio e alegria sem limites, ele decidiu patrocinar uma enorme celebração de agradecimento, para a qual convidou os rabinos lideres, estudiosos da Torá e lideres das comunidades do Império Austro-Húngaro, todos aqueles que participaram e se beneficiariam com a luta que foi finalmente vencida.

Provavelmente nunca houve um encontro comparável com esse em Pressburg por toda a sua história gloriosa de grande centro de estudos e erudição do Judaísmo. Aquela noite ficou repleta de novas e inspiradoras interpretações da Torá enquanto cada Rabino importante, um atrás do outro, fazia um discurso. As horas passaram despercebidas. A comida e a bebida tornaram-se secundárias, devido ao alto nível daquela assembléia especial.

A animação e empolgação do grupo foram crescendo até que no seu apogeu, Ktav Sofer se levantou e começou a falar com muito entusiasmo. Sem preâmbulos, ele anunciou que em honra àquela ocasião especial queria compartilhar algo único e especial com todos. Era quase possível tocar o suspense no ar, de tão visível que estava. Não só era algo que eles nunca tinham visto, como era algo que nunca sequer imaginariam que fossem ver um dia.

Com todos os olhos e ouvidos focados sem parar no Ktav Sofer, ele tirou sua carteira do bolso e retirou de dentro dela um pequeno objeto embrulhado num pano de seda. Quando ele cuidadosamente removeu a cobertura, todos puderam ver uma moeda de prata pequena e antiga.

“Cavalheiros”, ele disse, “meus professores, mentores, e companheiros. Os senhores estão olhando para uma moeda de “Machatsit HaShekel” genuína. Moedas como essa eram doadas ao Templo Sagrado dois mil anos atrás para todos os vários propósitos sagrados que os senhores conhecem. Eu a herdei de meu sagrado pai, de abençoada memória; ela foi uma propriedade secreta e altamente valorizada de nossa família por muitas gerações. Não acredito que haja alguma outra moeda como essa em todo o mundo atualmente. Nunca pensei em mostrá-la em público até essa noite.”

Todos os ouvintes olharam maravilhados e paralisados. Uma moeda de meio-shekel de verdade da época do Templo Sagrado estava na sua frente e poderiam tocar nela! Todos queriam examiná-la de perto, senti-la, tocá-la. A moeda passou de mão em mão. Discussões calorosas surgiram e preencheram todo o salão: sobre seu peso, formato, a maneira em que era usada. O volume das vozes aumentou e cresceu.

De repente, uma voz penetrou a massa de discussões rabínicas. Um rabino que estava esperando sua vez de ver de perto a moeda, perguntou onde ela estava. Ninguém conseguiu respondê-lo. A moeda havia desaparecido!

Todos começaram a procurar freneticamente. Eles se jogaram e procuraram no chão e também embaixo de cada comida e recipiente que permaneceu na mesa. A moeda, de valor inestimável, não podia ser encontrada em nenhum lugar. Um silêncio fúnebre baixou no salão e todos os olhos se voltaram para o anfitrião. O Ktav Sofer estava visivelmente aborrecido, seu rosto estava pálido como a neve, ao ter perdido a moeda única e especial que havia sido prezada e cuidada por sua família por muitas gerações.

Ele se levantou, girou seu olhar para cada um e um dos presentes e lhes falou. “Cavalheiros, D’us me livre de pensarem que estou suspeitando que alguma das pessoas honradas que estão presentes nesse salão cometeu uma transgressão explicita da Torá. No entanto, ficamos tão entretidos na análise da moeda de meio-shekel e sua importância que pode ter acontecido que por erro alguém tenha misturado essa moeda com uma moeda de seu bolso sem querer e as tenha guardado juntas sem querer. Não temos outra escolha: com todo o devido respeito, devo pedir que cada um de vocês esvazie seus bolsos, carteiras, e pastas para que possamos determinar se aconteceu algum acidente desse tipo.”

Todos concordaram rapidamente. Eles entenderam a delicadeza da situação. Mas então uma voz foi ouvida de um dos cantos do salão. Eram um dos mais velhos e mais respeitados estudiosos da Torá presentes naquele salão. Ele tinha sido um líder rabínico importante na Hungria por mais de quarenta anos. “Oponho-me a esse tipo de busca,” ele falou, “é melhor esperar uns quinze minutos e talvez nesse intervalo a moeda reaparecerá.”

O Ktav Sofer tinha muito respeito por esse sábio venerável. Ele concordou com a sugestão. Os quinze minutos passaram, com uma tensão notável, mas sem nenhuma pista sobre a moeda.

“Muito bem,” falou o Ktav Sofer, “vamos esvaziar nossos bolsos na frente um do outro, como já havíamos todos concordado.”

Para surpresa de todos o rabino ancião novamente se opôs e pediu um adiamento de mais quinze minutos. O Ktav Sofer mais uma vez concordou, então novamente todos sentaram-se impacientes, esperando pela segunda vez o tempo passar. A tensão aumentou. Muitos dos convidados olhavam furiosamente para o velho rabino que havia causado esses atrasos, suspeitando que ele haveria na realidade embolsado a moeda e tinha pedido mais tempo para pensar num meio de devolver a moeda sem ser detectado.

Finalmente o prazo acabou novamente. Assim como antes, não havia sinal da moeda. O Ktav Sofer se levantou novamente. Podia-se ouvir tristeza e impaciência em sua voz. “Cavalheiros, tenho o maior respeito pelo ilustre e venerável colega. Mas não podemos mais adiar, a busca precisa ser iniciada.”

Mesmo que todos estivessem mais ou menos esperando por isso, todos ficaram impressionados quando novamente o velho sábio se levantou novamente para interromper o processo. Dessa vez sua voz tremia, e lágrimas rolavam por suas bochechas, enquanto se dirigia ao Ktav Sofer. “Por favor, Rebe, lembre o grande amor que seu pai, de abençoada memória, e eu tínhamos um pelo outro, e espere ainda mais quinze minutos. Se a moeda não aparecer então, concordo que o senhor faça como achar melhor.”

O Ktav Sofer hesitou por um instante, então assentiu com a cabeça. A tensão no salão aumentou novamente. O velho rabino ficou de pé no canto do salão, seus lábios se movendo rapidamente numa oração particular e silenciosa. O Ktav Sofer se sentou na outra ponta do salão, com sua face extremamente pálida e marcada pela preocupação. Parecia que ele desmaiaria a qualquer segundo. Os convidados aguardavam impacientemente a nova rodada de eventos. Muitos esperavam que o velho rabino confessasse seu roubo.

De repente, todos os olhos se viraram para a porta. Passos apressados podiam ser ouvidos no vestíbulo que dava no grande salão onde todos estavam sentados agora. A porta se abriu num estrondo e o assistente do Ktav Sofer entrou e exclamou. “Boas notícias! A moeda foi achada.”

A multidão emocionada correu na direção do assistente. Cada um queria verificar a presença da moeda de meio-shekel com seus próprios olhos. A tensão espessa se dissolveu instantaneamente. Ao invés, vozes proclamavam em alto volume: “Graças a D’us.” “Baruch HaShem!” E assim por diante. Acima de todo o barulho, pôde-se ouvir a voz retumbante do Ktav Sofer, pedindo para seu assistente contar para todos como conseguiu achar a moeda preciosa. A multidão ficou em silêncio. Todos se voltaram para o assistente, ansiosos para saber sua resposta.

Ele sorriu. “Quando vi que todos estavam tão profundamente envolvidos na discussão sobre a moeda de meio-shekel, decidi usar essa oportunidade para começar a limpar as mesas. Retirei os pratos, copos e talheres e depois removi todas as toalhas das mesas e as despejei na lata de lixo para tirar todas as migalhas e pequenos restos de comida. Quando ouvi que a moeda havia sumido, me preocupei achando que ela pudesse ter ficado em cima de uma das mesas e que eu inadvertidamente a tivesse jogado junto com as migalhas e comidas dentro da lata de lixo.

Fui até lá e comecei a remexer todo o lixo numa verdadeira montanha de refugos. Finalmente, algo brilhante chamou minha atenção. Aqui está o tesouro que encontrei no lixo.” Ele falou, enquanto entregava seu precioso achado ao seu dono.

Calmamente a multidão se aquietou e a ordem foi restaurada. A maior parte dos convidados voltou para seu lugar. Então o velho sábio pediu permissão para falar. Todos se viraram para ele ansiosos, percebendo que agora não tinham a menor idéia porque ele agiu daquele modo, pedindo insistentemente para o Ktav Sofer adiar a busca repetidamente.

“Meus queridos amigos,” ele começou, “tenho certeza que todos esperam uma explicação para meus três pedidos de adiamento da busca. Imagino que acharão a história fantástica. Vejam bem, assim como nosso estimado anfitrião, eu também tenho em minha posse uma moeda de meio-shekel genuína do tempo do Beit Hamicdash! Ela também foi passada de geração em geração na minha família, assim como na sua. Hoje, em honra ao momento festivo de nossa assembléia, decidi vos surpreender mostrando minha moeda preciosa. Mas então nosso ilustre anfitrião e Diretor da Yeshiva, me antecipou e mostrou sua moeda, junto com a observação que seria a única no mundo. Não quis enfraquecer a força de sua apresentação, então deixei minha moeda no meu bolso.

“Agora imaginem, honrados colegas, se essa busca tivesse sido conduzida conforme as instruções de nosso nobre anfitrião. A moeda no meu bolso seria imediatamente identificada, e certamente todos suspeitariam, ou melhor, teriam certeza que eu havia roubado sua moeda. Por isso tentei ao máximo adiar esse processo, rezando o tempo todo que pelo mérito do grande Chatam Sofer de abençoada memória, eu não tivesse que passar por tamanha vergonha e embaraço. Graças a D’us minhas preces foram aceitas.”

Concluindo suas palavras, o sábio venerável pegou sua moeda de meio-shekel de seu bolso, e passou para toda a audiência encantada e hipnotizada por essa história impressionante. Todos ficaram surpresos ao notar que era uma moeda gêmea idêntica a que pertencia ao Ktav Sofer. Antes de começar as bênçãos finais de agradecimento, o Ktav Sofer se levantou para falar uma última vez. Novamente suas palavras surpreenderam os ouvintes.

“Cavalheiros, realmente acredito que o verdadeiro propósito de nossa grande assembléia tenha sido para que tenhamos uma verdadeira compreensão do significado da Mishná: ‘Julgue cada pessoa favoravelmente’” (Avot 1:6). Se a busca tivesse sido conduzida e a moeda descoberta no bolso de nosso venerável colega, será que haveria alguém aqui no salão que poderia dizer honestamente que não presumiria que ele houvesse roubado a minha moeda – principalmente depois que vos influenciei dizendo que não havia outra igual no mundo?”

“Não, esse ensinamento não é apenas palavras como parece. Isso é a Providência Divina dos eventos inesquecíveis dessa festa de agradecimento.”
  
FONTE:

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Guerra ao Ódio


Por Yanki Tauber
 
Amar o próximo como a si mesmo, diz o Talmud, é toda a Torá, o restante é comentário. "Não há serviço como o serviço do amor" declara o Zohar. "Paz" não é apenas uma palavra, diz outro adágio talmúdico - é o próprio nome de D'us. Na verdade, "a Torá foi outorgada somente para trazer paz ao mundo."

Somos conclamados a amar todas as criaturas de D'us. Mas quando o puro ódio levanta a cabeça, deve ser destruído.

Citando novamente o Talmud, "Três qualidades distinguem o povo de Israel: são compassivos, tímidos e caridosos"; se alguém não possuir estes traços de caráter, somos levados a duvidar de seu Judaísmo. Mesmo quando somos obrigados, como sociedade, a punir criminosos ou empreender guerras, nós o fazemos relutantemente, sem paixão, certamente sem ódio.

O amor é a característica do Judaísmo. Alguns de nós chegamos a alegar que fomos nós que ensinamos esta palavra ao mundo. No Shabat, porém, que antecede Purim, escutamos nas sinagogas uma leitura especial da Torá que nos manda odiar. Uma vez ao ano, neste Shabat, abrimos os Rolos de Torá para a leitura especial de Zachor (Devarim 25:17-19). "Lembra-te do que Amalêc te fez..." lemos. "Erradica a memória de Amalêc de sob os céus, não esqueças!"

Amalêc não foi a única nação a nos atacar, no decorrer de nossos 4000 anos de história. Houve muitas outras que fizeram o mesmo, e ainda pior. Porém Amalêc é destacado como a essência do mal. Não havia um motivo racional para Amalêc nos atacar, nenhum possível lucro em fazê-lo. Amalêc simplesmente odeia a bondade e procura destruí-la, onde quer que floresça neste mundo de D'us.

Sim, somos conclamados a amar todas as criaturas e criações de D'us, incluindo as menos fáceis de amar. Mas quando o puro ódio levanta a cabeça, deve ser destruído. Porque se você ama o mundo de D'us, não alimenta com amor as forças que o destruiriam.

Nas palavras de Nossos Sábios: "Aquele que é compassivo com os cruéis, termina sendo cruel com os compassivos."
 


Fonte:

Documentário vai lembrar 40º aniversário do ataque terrorista nos “Jogos Olímpicos de Munique”

Ex-atletas israelenses, sobreviventes do ataque terrorista durante os “Jogos Olímpicos de Munique”, em 1972, retornaram à cidade alemã para participar de um documentário que marca o 40º aniversário do episódio. "É um sentimento confuso", afirmou o ex-nadador olímpico Avraham Melamed, de 67 anos, "nós estamos aqui tendo um grande momento, mas baseado no pior momento. Nossa visita aqui é fantástica. Sinto como se estivesse flutuando sobre uma nuvem de amor, mas as famílias e as vítimas e as famílias das vítimas compartilham uma realidade completamente diferente". Já o ex-esgrimista Dan Alon destacou: "Quando o Bio Channel decidiu fazer esse filme, fiquei muito, muito animado. Pelo menos agora, depois de tantos anos, podemos nos unir e dizer ao mundo tudo o que sabemos". O programa será transmitido no The Biography Channel no dia 07 de julho, dois meses antes do aniversário da tragédia.



Fonte:

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Documentário produzido pela BBC revela o ponto de vista de Israel para a possível ameaça de um ataque por parte do Irã.


Documentário produzido pela BBC revela o ponto de vista de Israel para a possível ameaça de um ataque por parte do Irão. Os líderes iranianos pretendem produzir armas nucleares e todas as indicações são de que Israel vai começar o próximo conflito armado. Após os recentes combates entre Israel eo Líbano, teme-se que Israel está se preparando para a próxima batalha. O programa tem acesso às principais autoridades políticas israelenses e defesa que se manifestam em relação à ameaça de um ataque iraniano. A Paris acusado de armar o exército do Hezbollah, planejamento de produção e desenvolvimento de armas nucleares. O documentário também mergulha no mundo secreto do exército israelense, que expressa pela primeira vez abertamente sobre o que eles consideram a ameaça "existencial "para seu país. Além disso, a equipe da BBC acessa as fábricas de mísseis protegidas, que produzem armas de assalto potenciais do Irã.

Uma Nação de Sobreviventes



 
 
"Eles são uma nação que se levanta como um jovem leão" (Bamidbar 23:24).

Como o leão, somos uma nação que sempre se levanta; não importa o quanto caímos, sempre nos levantamos. Isso é o que são os judeus, e é o traço de caráter do qual mais nos orgulhamos. Somos um povo que se ergue das cinzas. Essa é uma qualidade expressa por qualquer um que tenha alguma ligação com uma família que passou pelo Holocausto, e sobrevive hoje para orgulhar-se de ser judeu.

Nos campos de concentração Eichmann tirou a cortina de uma Arca Sagrada e colocou-a sobre a entrada da câmara de gás. Sobre ela estava escrito o versículo: "Este é o portão para D'us; os justos passarão por ele." Seu ato foi uma zombaria contra D'us e o povo judeu. Porém os judeus que passaram por aquela cortina tornaram-se tsadikim.

Eichmann e os nazistas desapareceram há muito tempo, mas colocamos de volta aquela cortina em nossas arcas. Nos erguemos novamente como um leão, e existem agora mais cortinas e mais sinagogas para colocá-las do que jamais houve antes. Não importa quantas vezes possamos cair, sempre nos levantamos novamente. Esta é a característica do povo de Israel. Os profetas chamam-nos de "uma nação de sobreviventes."

O Rei Salomão escreveu: "Um justo que cai sete vezes e se levanta novamente" (Mishlê 24:16). 

O que é, exatamente, um justo? Um indivíduo justo não é necessariamente quem jamais comete pecado, mas sim a pessoa que peca e levanta-se novamente.

Esta é a mensagem que Rabi Yitschac Hutner escreveu a um de seus alunos que estava desanimado sobre sua aparente falta de conquistas e desenvolvimento espirituais. Rabi Hutner disse-lhe: "Não desista. É disso que trata a vida - as batalhas, os conflitos. Nossos sábios dizem que o único modo de tornar-se um indivíduo justo é após a queda. Isso é o que o torna melhor. O crescimento vem apenas com conflito. Não é automático. Às vezes você precisa perder algumas batalhas antes de vencer a guerra."

É disso que trata a teshuvá, retorno ao caminho de Torá e mitsvot. Haverá batalhas, retrocessos, conflitos e perdas. Mas temos de nos levantar outra vez. É uma lição na história judaica e uma lição dirigida a cada um de nós. Às vezes, nós, como judeus, podemos estar dormindo. Podemos passar anos sem cumprir mitsvot. E então despertamos como um leão avançamos para frente. Mudamos. Da inércia à ação. Somos uma nação que não é derrotada, uma nação de sobreviventes. É devido a esta característica que ainda estamos aqui hoje.
    
 Estes princípios estão baseados nos textos sagrados da Torá, do Talmud e da Lei Judaica, com os comentários dos Rebes de Chabad em referência ao Holocausto.
  


Fonte:

sábado, 25 de fevereiro de 2012

EUA e Israel coordenam medidas contra o Irã, diz diplomata


Países suspeitam que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares. República Islâmica nega, alegando que interesse é gerar energia

Estados Unidos e Israel estão coordenando as medidas adotadas contra a suposta ameaça nuclear iraniana e fazem planejamentos para garantir que "todas as demais opções" continuem disponíveis, disse nessa quinta-feira (23) o embaixador norte-americano em Israel, Dan Shapiro.


Segundo ele, ambos os países torcem para que as sanções econômicas em vigor bastem para persuadir o Irã a abandonar seu programa nuclear e entendem que essas medidas já estão tendo um "efeito significativo", embora ainda sem alcançar o seu objetivo.



EUA, Israel e outros governos suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, algo que a República Islâmica nega, alegando que seu interesse é apenas gerar energia para fins pacíficos.



"Está claro que o Irã está sob uma significativa pressão econômica", disse Shapiro a líderes da comunidade judaica dos EUA. Segundo ele, as sanções ainda não "atingiram seu objetivo, que é parar o programa nuclear".



"É também verdade", prosseguiu ele, "que estamos coordenados com nossos parceiros israelenses ... para que outras opções, todas as demais opções, estejam sobre a mesa para alcançar esse objetivo". "O planejamento necessário foi feito para garantir que essas opções estejam realmente disponíveis a qualquer momento que for necessário."



Um processo de negociação entre o Irã e seis grandes potências mundiais está suspenso há mais de um ano. Sua retomada parece mais improvável depois do fracasso de uma missão da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) que esteve neste mês em Teerã solicitando acesso a instalações iranianas onde supostamente há testes de explosivos.



Shapiro disse que as constantes visitas de altos funcionários dos EUA a Israel e vice-versa permitem que ambos os governos mantenham sua coordenação sobre como lidar com o Irã.



O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, irá no começo de março a Washington, e a questão do Irã será o principal ponto da sua reunião com o presidente norte-americano, Barack Obama.



O governo Obama dá sinais de crescente preocupação com a possibilidade de Israel decidir atacar o Irã sem consultar previamente seus aliados, mas Shapiro afirmou que há uma coordenação estreita e produtiva entre os dois países.



"É o tipo de diálogo, eu lhes asseguro, que a gente gostaria que dois aliados diante de um desafio comum de segurança tivessem. É essa qualidade, esse detalhe ... e é exatamente o que deveria estar acontecendo. Vai continuar quando o primeiro-ministro Netanyahu visitar Washington."


Fonte:Gazetaweb.com

Objetivo do programa nuclear do Irã é “aniquilar Israel”


Governo iraniano vai atacar Israel até 2014

O governo do Irã continua insistindo que seu programa nuclear é pacífico por natureza, mas os líderes ocidentais estão ansiosos para que Teerã cumpra sua palavra e evite um conflito militar. No entanto, uma entrevista com a esposa do cientista que liderava o programa nuclear iraniano e foi morto recentemente, não deixa dúvidas sobre o assunto.
Bolouri Fatemeh Kashani, disse que seu marido Mostafa Ahmadi Behdast Roshan sempre deixou claro que o “objetivo final [do programa nuclear] era a aniquilação de Israel.”
Ela acrescentou: “Eu não sabia qual era o papel do meu marido. Ele não tinha um guarda-costas e andava onde queria. Sabia que meu marido se tornaria um mártir, mas não achava  que isso aconteceria tão cedo.”
Roshan era o responsável pelo  enriquecimento de urânio da usina de Natanz, uma das instalações mais importantes do programa nuclear iraniano. Possivelmente a pessoa mais indicada para mostrar que o Irã está planejando construir bombas atômicas.
Autoridades iranianas e a mídia têm acusado o Mossad, serviço secreto israelense, de estar por trás do carro-bomba que matou Roshan, enquanto ele ia para o trabalho. O presidente israelense, Shimon Peres negou que seu país estava envolvido.
Na quarta-feira (22), o chefe do exército israelense, o general Benny Gantz, reiterou que um Irã com armas nucleares é uma ameaça inaceitável para o Estado judeu. A revelação de Balouri Kashani que o marido estava trabalhando para acabar com Israel é apenas mais uma confirmação do que já se especula.
Em um documento recentemente publicado pelo aiatolá Ali Khamenei, estrategista-chefe e líder supremo da nação iraniana, ele afirma que “em nome de Alá, deve o Irã atacar Israel  em 2014. Todos os nossos problemas são devidos a Israel”.
O aiatolá Khamenei e, de modo especial, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad já declararam várias vezes que Israel era “um câncer” que devia ser removido do Oriente Médio.
Apesar de todas as evidências, os críticos de Israel continuam o acusando de manipular a situação para provocar outra “guerra sem sentido”.
Depois desse episódio,  Ali Khamenei e o governo iraniano passaram a esconder a identidade dos cientistas nucleares iranianos, temendo que algum deles possa ser o próximo “alvo” de Israel ou dos EUA.
Traduzido e adaptado de Israel Today e Ynet News

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A Mulher e o Santuário


Por Tali Loewenthal
 
O propósito da Criação é o de que a presença do Divino será revelada neste mundo. A primeira expressão disto aconteceu no Jardim do Éden, como nos é contado no início da Torá. Adão e Eva habitaram o Jardim e, junto com eles, estava a Presença de D’us. Entretanto, o mundo ainda não estava pronto para isto.

Como sabemos, Adão e Eva pecaram ao comerem da Árvore do Conhecimento e, conseqüentemente, a Presença de D’us tornou-se oculta. Outros pecados nas gerações seguintes, tais como a morte de Abel por Cain, fizeram a Presença Divina tornar-se ainda mais oculta. Entretanto, com Abraão, iniciou-se o processo de trazermos de volta, para este mundo, a Presença Divina. Isto foi continuado por Isaac, Jacó e as gerações seguintes.

Na sétima geração depois de Abraão, veio Moisés. Os Sábios nos dizem que o “sétimo” tem uma grande probabilidade de sucesso. Isto é demonstrado pelas conquistas de Moisés. Seguindo as instruções de D’us, ele guiou o povo Judeu na construção do Santuário onde a Presença Divina foi revelada, no Santo dos Santos. Esta foi a primeira expressão do cumprimento do objetivo da Criação. Um estágio adiante seria a construção do Templo em Jerusalém. Então, infelizmente, veio a destruição. O segundo Templo foi construído e novamente foi destruído. Com a vinda do Mashiach, finalmente o Terceiro Templo será construído em Jerusalém. Isto trará profundas e positivas modificações em todo o mundo.

O fato de que a Presença Divina habitou o Santo do Santos não era nada separado das vidas do povo Judeu. A Parashá 1 nos diz: “Eles construirão para Mim um Santuário, e Eu habitarei neles”. Os Sábios nos ensinam que isto significa: “Dentro de cada indivíduo”2. Através da construção do Santuário, D’us habita o coração de cada pessoa.

O Rebe de Lubavitch indica que as mulheres tiveram uma participação particularmente significativa na construção do Santuário 3. As mulheres estavam mais entusiasmadas que os homens em trazer doações de ouro, prata, cobre, lã colorida, linho, pedras preciosas e tudo mais que era necessário. Elas usaram seus dons artísticos em várias tarefas de tecelagem. Além disso, diferentemente dos homens, as mulheres foram totalmente contrárias à construção do Bezerro de Ouro. A construção deste ídolo e a maneira repugnante com a qual ele foi idolatrado eram totalmente opostos a tudo que era expresso pelo Santuário e pela Presença do Divino.

Em nossos tempos, a mulher também tem um papel de liderança na criação de um outro tipo de Santuário: o Lar Judaico. Aqui, também, habita a Presença de D’us. Os ensinamentos da Torá mostram a maneira pela qual o Divino pode estar presente em cada detalhe da vida humana, desde o mais público até o mais íntimo.

Este poder espiritual do caráter feminino está relacionado à ideia cabalística de que a mulher tem uma afinidade com o sétimo atributo Divino, Malcut (Reinado), que significa conclusão, realização e cumprimento no mundo material. Colocado em termos mais tangíveis, como expresso pelo Rebe, existe uma sensibilidade dada por D’us à mulher que a faz reconhecer o positivo e o sagrado, que cada um deveria se esforçar para suportar; e esta especial qualidade também detecta aquilo que é profano e deve ser evitado.

Claro que esta sensibilidade precisa ser criada: através do estudo pessoal da Torá e pela observância prática dos Mandamentos. Com isto, mulher e homem juntos, com suas famílias, revelarão a Presença do Divino em seus próprios lares, em sua vizinhança e, finalmente, de uma forma global. Haverá o Terceiro Templo em Jerusalém e a paz verdadeira habitará os corações de toda a humanidade.

NOTAS



1. Êxodo 25:1-27:19. Ver 25:8.

2. Ver o discurso Bati LeGani, ch.1, do R. Yossef Yitschac Schneersohn.

3. Ver Likutei Sichot do Rebe vol. l l, p.315, vol. 16, p.606.


Fonte:

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Teoria da Evolução Combina Com o Judaísmo?


Por Tzvi Freeman
 
Pergunta:
Sempre recebo respostas conflitantes sobre a Teoria da Evolução e o Judaísmo. Você poderia esclarecer?


Resposta:
Se você está recebendo respostas conflitantes, o mais provável é que você esteja perguntando a judeus. Como eles dizem, para cada dois judeus há três opiniões. Isto é apenas parte de ser judeu.

Mas agora você está me perguntando, portanto darei minha opinião. Não posso imaginar como alguém que entende evolução e entende Torá poderia imaginar que são compatíveis. A evolução é uma tentativa de explicar a vida em termos puramente materialísticos. A Torá, por outro lado, nos diz que a mão de D'us e Seu sopro de vida estão em todas as coisas e em todos os eventos.
Ou coloque dessa maneira: Evolução e Gênesis ambos concordam que o homem começou como um punhado de barro. A evolução diz que se você deixar barro suficiente por tempo suficiente, aquilo terminará se tornando um ser humano que vai construir computadores e naves espaciais. O Gênesis diz que você precisa de uma força inteligente para que isso aconteça.
Ou para simplificar ainda mais: A Evolução diz que a origem do universo é matéria inerte, e que a inteligência é um acidente. O Gênesis coloca a inteligência no centro do universo, e diz que matéria inerte é uma ilusão.
Simplificando: a Evolução diz que um universo inerte pode criar seres inteligentes. Gênesis diz que um universo inteligente pode às vezes parecer tolo, até que você observa melhor.
Por outro lado, não estou pronto para acreditar que o criacionismo é ciência. Como foi, exatamente, que uma inteligência super-cósmica extraiu todos estes seres a partir do barro primitivo é algo ainda além da nossa ciência. Talvez um dia tenhamos teorias que possam explicar um pouco disso em termos que possamos apreender. Ou talvez não. Agora, no entanto, a evolução materialística é totalmente deficiente em explicar qualquer coisa.
Fazendo justiça à sua pergunta, eu deveria acrescentar que deve ter havido aqueles que tentaram alinhar Judaísmo e Evolução, alguns deles respeitáveis eruditos de Torá. Nenhum deles, porém, conseguiu fazer uma leitura plausível de Gênesis com suas teorias. O erro deles brota da crença de que a evolução de certa forma foi cientificamente provada. Este simplesmente não é o caso. Embora as teorias de Darwin e seus similares modernos possam ter provado ser um paradigma útil para determinados estudos, eles não podem de maneira alguma ter o rigor pelo qual uma teoria deve ser colocada no mundo acadêmico a fim de ser aceita como “provada”. Sua única alegação é o medo patológico da mente humana de dizer: “Eu não entendo”.
   
Fonte:

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Serviços secretos israelenses emitem alerta de atentados

Os serviços secretos israelenses emitiram hoje (dia 17 de fevereiro) um alerta generalizado de atentados e advertiram a comunidade judaica a agir com cautela em qualquer lugar do mundo. O alerta foi divulgado por conta de informações recolhidas nos interrogatórios de vários suspeitos detidos em Bangcoc e Nova Délhi. O escritório de luta antiterrorista, responsável por emitir esse tipo de advertência, não mencionou nenhum país em especial e pediu a todos os judeus que não toquem em objetos suspeitos, não aceitem nada de desconhecidos e estejam atentos às instruções dos organismos de segurança locais.

Fonte:

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Krav Maga by Kobi Lichtenstein

Krav Maga: a arte israelense de defesa pessoal cresce pelo Brasil

Talvez nunca antes na história as lutas, de um modo geral, tiveram tanta repercussão como atualmente. Impulsionada sobretudo pelo fenômeno da globalização, elas viraram mais que uma arte e um esporte. Transformaram-se num negócio bastante lucrativo, que tem no Ultimate Fighting Championship (UFC) a principal referência, sua maior marca e modelo de como a filosofia oriental se transformou em sinônimo de dinheiro e entretenimento.

Somada às já conhecidas lutas antigas, agregaram-se novas, como o Jiu-Jitsu brasileiro, adaptado do japonês, tradicional, e o Krav Maga, uma forma nova e impressionante de filosofia.

Criado com o intuito de oferecer uma técnica de defesa pessoal para um cidadão qualquer, essa luta de origem israelense vem conquistando cada vez mais adeptos ao redor do mundo e, sobretudo, no Brasil (já são mais de 40 mil pessoas praticando). 

Com mais de 20 anos no país, o Krav foi criado durante a Segunda Guerra Mundial pelo húngaro Imi Lichtenfeld, um judeu ativo na luta contra o horror nazista, para atender a necessidade de sobreviver, independente de tamanho ou força física. Em pouco tempo, se tornou a filosofia de defesa das forças armadas israelenses, considerada uma das melhores do planeta, e se espalhou pelo mundo, chegando às potências militares EUA, Inglaterra e França, e depois ao mundo civil, a fim de ensinar pessoas comuns a se defenderem da violência do dia-a-dia.

Foto: Reprodução de internet
Sabendo desse latente crescimento, oSRZD fez uma entrevista exclusiva com o mestre israelense Kobi Lichtenstein, o responsável pela disseminação do esporte no Brasil, e aprendiz direto de Lichtenfeld, o criador. Em sua carreira como professor da arte (que ele faz questão de frisar que não é marcial e sim de defesa pessoal), já treinou diversas forças militares brasileiras, como o Bope, tido como a melhor polícia urbana do mundo, além das Forças Armadas do Brasil.

Veja a entrevista:

O começo no Brasil

"Eu cheguei em 18 de janeiro de 1990. Comecei a dar aula no início de março do mesmo ano".

Por que a América do Sul?

"Motivo nenhum. Na verdade eu estava aqui de passagem, a passeio, e aconteceram duas coisas: eu vi como as pessoas vivem reféns na mão da violência: têm medo de sair na rua, de usar um tênis novo, de andar com joias, com roupa de grifes. Então eu falei: ‘com Krav Maga eu consigo mudar essa realidade’.  A segunda foi que conheci uma mulher. Depois, eu voltei para Israel e aí eu falei com o criador e meu mestre, Imi Lichtenfeld, sobre essa ideia e ele deu para mim o maior apoio; me ensinou tudo que eu precisava; outra cultura, outro canto do mundo. Ensinar defesa pessoal em um país que o pensamento, a cultura, a realidade de vida é totalmente diferente".

Crescimento do Krav Maga

"Tem crescido devagar. A gente gostaria que fosse mais rápido. Mas a coisa mais importante que temos é a qualidade de ensino. Ensinamos defesa pessoal. Na rua não há leis, não tem juízes, assim como nos ringues: quem cai primeiro não levanta e temos visto isso nos noticiários".  

Ensino

"Ensinar defesa pessoal é um assunto muito complicado, sensível. Por isso a gente zela pela qualidade de ensino dos nossos instrutores. A verdade é que hoje no Brasil temos um problema chamado ‘pirataria’. O Krav Maga ficou conhecido; tem gente por aí que nunca fez a luta e pega uma faixa, põe na sua academia dizendo que ensina isso e dá para os alunos um curso de uma semana e eles viram instrutores. É o caso de eles serem ‘compradores de diploma’. Qual o caráter que eles têm para educar as próximas gerações? Virou um negócio: educação, formação e a vida do ser humano. Esse é o maior problema: os ‘piratas’. Se você for assistir a uma aula aqui, no Peru, na Argentina é absolutamente igual".

No que difere para outras artes marciais

"É diferente em tudo. O Krav Maga é a única técnica conhecida mundialmente como arte de defesa pessoal e não como arte marcial. A primeira coisa diferente é a posição de partida do aluno: não ficamos estudando o adversário para saber quando virá o golpe que nocauteará você. Não. Todas as nossas aulas são situadas em cima de situações, simulações. Trabalhamos em cima de fatos consumados: tem uma agressão física, como eu reajo? Quem faz Krav Maga a gente ensina a como ficar mais relaxado, calmo, paciente, controlado, avaliando a situação, tendo visão periférica. Não foi criado para sair batendo nos outros. Isso qualquer idiota pode fazer. Nossa arte foi feita para quando você não tiver opção e não tem muito o que fazer quando alguém vem agredir você. Na verdade, desde o início se muda a postura, o comportamento, o que te ajuda a evitar certas situações. O crime procura as pessoas mais fracas: crianças, mulheres grávidas, idosos. Se você muda sua postura, não é mais fraco e os bandidos não vem mais atrás de ti".

Desenvolvimento de um sexto sentido

"Bom, o chamado sexto sentido é você perceber quando as coisas vão acontecer antes de elas acontecerem. É a percepção. É saber quando haverá um problema. Sentir que algo vai dar errado e contorná-lo. Começa pela visão periférica, aprender a detectar movimentos que normalmente o cidadão comum não vê; estudar a linguagem corporal de quem está na sua frente. O corpo fala! A função de um instrutor é única: ensinar-te a você voltar para casa inteiro, vivo. Não pense que fazer Krav Maga é você virar o Rambo. Você vai ganhar muito mais autoconfiança, você vai ter mais flexibilidade e coordenação; equilíbrio.  Ensinar a pessoa a evoluir por dentro são resultados que acontecem, mas nosso único desejo é a preservação da vida".

Krav Maga e Exército israelense

"É a única técnica usada em todas as forças armadas do Estado de Israel. Dentro do serviço militar, das polícias, do Serviço Secreto (Mossad), todos treinam as técnicas do Krav Maga. É o modo mais avançado e eficiente do mundo moderno. Foi criado para o homem do mundo moderno, contra a violência do mundo moderno. A habilidade do Krav Maga faz de você homem de verdade. Essa questão do exército israelense ser o melhor deve-se ao fato de que eles encaram diferente, ou seja, têm outra capacidade de enxergar a realidade. Você elimina a necessidade de uso da força. Assim a gente iguala as pessoas, damos eficiência. As Forças de Defesa do Estado Israelense, acompanhando a filosofia existente, chegam a esse nível. Não precisa força para fazer, contornar qualquer situação".

Número de instrutores aptos no Brasil

"Hoje temos em torno de 150 instrutores aptos, 130 estão dando aula. E, lá pelo meio do ano, mais 35, 38 pessoas novas aptas. Vamos chegar na beira dos 200".

Quantidade de golpes

"Infinita. Porque a gente tem resposta para qualquer tipo de agressão. Isso tudo, e não só uma resposta, temos várias e várias: simples, rápidas e objetivas para qualquer tipo de agressão.  Para cada tipo de violência que for recebida, existe de seis a dez golpes para que cada pessoa, na ‘hora da verdade’, escolha a que saia mais natural, mais fácil naquela situação. Para que você tenha escolha. É como comprar um carro: você seleciona o que é melhor".

UFC

"Acho que isso nos devolveu a dois mil anos atrás, à época dos gladiadores de Roma. Os dois saíam na ‘porrada’ lá embaixo e todo mundo ao redor empolgado. Eu não estou falando que é certo ou errado, não tem problema nenhum. O UFC, por exemplo, tem muito mais pessoas que adoram ver essas lutas que os próprios lutadores. Para os atletas, isso virou negócio; para o público, virou diversão, como nos Tempos Antigos. Então, eu não tenho nada contra a competição, mas não faz o meu estilo. Se as pessoas gostam, o problema é delas. Os lutadores são profissionais, muito bons por sinal: rápidos, fortes. Porém virou um negócio, uma diversão, como o Big Brother. Virou moda, as pessoas gostam disso".

Formação de instrutores

"Leva cinco anos mais um curso de 400 horas de especialização para ser instrutor. Não é para receber uma graduação; você pode ser faixa preta e não ser instrutor.  Para entrar no curso de professor, há provas de entrada; provas técnicas e físicas para mostrar competência, e provas psicotécnicas para mostrar que aquela pessoa é adequada para ser líder, educadora. No meu curso, por exemplo, meu mestre me falou: ‘antes de qualquer coisa, vocês são educadores. A função de vocês é fazer boas pessoas’. É necessidade ter perfil, capacidade para ser instrutor".

Aulas de Anatomia, Fisiologia, Primeiros Socorros

"Não pode acontecer que alguém que fala sobre o corpo humano, ensina como atingi-lo, não saiba o que acontece quando atinge algum alvo nele. Ainda existem pessoas que acham que o coração está do lado esquerdo; que o baço está do lado direito. Às vezes você ouve mestres de técnicas marciais falarem algumas coisas que você não sabe de onde vêm. Você tem que conhecer o corpo".

Treinos com Forças Militares

"Tive a honra de treinar a segurança da presidência da República (do então presidente, à época, Lula). Treinamos o famoso Bope, forças especiais do Exército, Marinha, Aeronáutica, inúmeros batalhões, a Polícia Federal para os Jogos Pan-Americanos. Preparamos delegados da Polícia Civil, a Guarda Municipal de vários estados do Brasil. Basicamente: a maior parte das unidades passaram pela gente, além de empresas privadas, a nível de segurança de autoridades".

Como se dá o treinamento de agentes de Segurança Pública

"É específico. Não é igual à academia, em que você vai duas vezes por semana; são cursos intensivos direcionados pela necessidade do trabalho, pelos instrumentos que ele usa, o inimigo que ele enfrenta: o Bope enfrenta bandidos armados na favela, enquanto policiais de esquina têm outro tipo de inimigo. São outros ambientes, outros equipamentos. O ramo da segurança é dividido em 23 módulos, em que cada um deles tem uma programação e outro nível de treinamento: outra agressividade, outra mentalidade. Você não pode treinar todo mundo igual!"

Foto: Divulgação/Site Oficial Krav Maga




Como o Krav Maga modela o caráter de uma pessoa

"Em todos os aspectos. Na hora que você conhece a sua capacidade, se ganha autoconfiança. Quando você conquista essa característica, já há um comportamento diferente: alguém confiante se comporta distintamente de alguém que não é confiante. Começa pela nossa disciplina, bastante rigorosa. Exigimos dos nossos alunos padrões de comportamento: não se vê unhas grandes, de mecânico, toda suja. Para os homens, barba bem feita, não a de um terrorista, que deixa uma semana; usar desodorante. Não é permitido o uso de palavrões; também é proibido um atleta de Krav ficar bêbado; beber não tem problema, mas quando você vê que começa a ficar alegre demais, tem que cortar. Drogas... nem pensar! Essas regras não fui eu que inventei; são as regras da sociedade. Esse rigor muda o caráter de uma pessoa".

Há competição na modalidade?

"Não. Não tem como ter torneios de Krav Maga. Trabalhamos atingindo somente os pontos mais sensíveis, vitais do corpo do agressor. Elimina-se o uso de força bruta. Na hora de uma competição coloca-se o que pode e o que não pode; no Krav Maga se pode tudo".

Filosofia de faixas, assim como nas artes marciais
"Adotamos isso das faixas das artes marciais. A nossa é igual ao Judô antigo. Isso apenas por um motivo pedagógico: o aluno vai sentir que ele está evoluindo. Começa-se sem faixa, depois vem a faixa amarela, laranja, verde, azul, marrom e preta".

Foto: Hélio Rodrigues

O mestre ainda deixou uma mensagem final a quem pensa em fazer alguma luta. "É muito importante que as pessoas façam alguma coisa para sua própria defesa. A gente muitas vezes coloca a culpa no poder público, mas ele é limitado: não tem como botar policial em qualquer lugar, a todo tempo. Talvez eles tenham até culpa também, mas o que eu posso fazer pela minha segurança? Nesse processo de autodefesa devemos aprimorar sobretudo nossa autoconfiança, habilidade. Claro que eu gostaria de ver todo mundo fazendo Krav Maga, mas ninguém pode obrigar ninguém a nada".

FONTE:SRZD

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

No Banco da Paça

Por Rabino Yossef Zukin
 
Na parashá dessa semana, encontramos 53 mandamentos e um deles é emprestar dinheiro sem cobrar juros certamente, ou pelo menos dar Tsedacá (caridade) para judeus pobres. À primeira vista não dá para entender por que D’us, que é Infinitamente bom e possui todo o dinheiro do mundo deixa que existam judeus pobres e carentes.

Para entender aqui está uma história:

Uma senhora judia de meia idade foi até o grande Tsadic, Rabi Menasha de Savron, com uma pergunta de partir o coração.

Ela e seu marido tinham sido muito ricos, sua casa era aberta aos pobres, e suas mãos abertas para a caridade, mas então algo aconteceu. Pouco a pouco eles perderam tudo até que tiveram que viver de caridade. Ela não conseguia aguentar isso, como podia eles, que tinham sido tão generosos, agora ficar em plena miséria?

O rabino após ouvir seu desabafo com grande interesse, contou-lhe a seguinte história:

“Um rico homem de negócios viajou até um local distante para fazer um bom negócio. Ele levou seu gerente junto e uma maleta com uma grande soma de dinheiro. O negócio era praticamente certo e teria lucros altos. Depois de algumas horas de discussão eles chegou num acordo e apertou a mão dos seus novos parceiros dizendo que voltaria no dia seguinte com o dinheiro que tinha deixado seguro no cofre de seu quarto.

No entanto, no dia seguinte quando foi pegar o dinheiro percebeu que não estava lá. De repente, quando olhou para seu gerente, lembrou que tinham descansado na praça principal da cidade no dia anterior e que devia ter deixado a maleta no banco daquela praça lotada!

‘Guevalt!’ Ele suspirou com seu coração totalmente desesperançoso. Não tinha a menor chance de que o dinheiro ainda estivesse lá. Certamente uma das milhares de pessoas que passaram por lá deveriam ter notado a maleta e a levado consigo. Mas ele rapidamente fugiu desse pessimismo que não o levaria a nada e foi correndo até a praça junto com seu gerente. Milagre dos milagres, a maleta com o dinheiro estava lá, intocada!

Eles foram até seus parceiros e concluíram o negócio. No entanto, a partir deste dia o rico comerciante não foi mais o mesmo, tinha se tornado um homem extremamente triste.

Sem explicação, depois desse dia seus negócios começaram a cair e em menos de um ano perdeu todo o seu dinheiro, teve que demitir seus funcionários, os credores pegaram sua casa e suas posses e ele teve que passar a mendigar.

Por outro lado, seu gerente antigo tornou-se um homem proeminente até que, por ironia do destino, anos após aquele incidente, a situação estava completamente diferente: o homem que antes era rico acabou parando na casa de seu ex-gerente junto com um grupo de mendigos para pedir dinheiro.

O homem rico não o reconheceu, mas o ex-gerente sim e este ficou com o coração partido com compaixão por seu ex-chefe. Ele lhe puxou para o canto, deu-lhe uma moeda de ouro e pediu para que permanecesse Shabat como hóspede em sua casa.

O pobre ex-chefe ainda sem o reconhecer, lhe agradeceu profundamente e escondeu a moeda no seu sapato, mas um dos outros pobres percebeu.

Quando eles estavam no micvê se preparando para o Shabat, ele roubou o sapato do ‘chefe’ e levou ainda sua roupa toda, e saiu correndo antes que alguém percebesse o seu roubo.

Naquela noite, vendo que seu ‘ex-chefe ‘ não chegava, seu antigo gerente foi procurá-lo preocupado e acabou o encontrando no micvê, cantando e dançando como se fosse o casamento de sua filha… mas, vestia apenas com a roupa de baixo!

O gerente pediu para seus assistentes pegarem uma muda de roupas e pouco tempo depois estavam sentados à mesa de Shabat bebendo vinho e celebrando quando o gerente revelou sua identidade.

‘Mas tem uma coisa que eu não entendo’, ele perguntou ao ex-chefe. ‘Por que quando o senhor achou aquela maleta cheia de dinheiro há anos atrás o senhor ficou triste e agora que perdeu seus sapatos e calças estava dançando como uma criança feliz?’

‘A resposta é simples’, respondeu, ‘Existe uma roda do sucesso nesse mundo. Naquele momento, quando achei aquela mala sem que ninguém tivesse tocado nela no banco de uma praça central e lotada, percebi que tinha chegado no topo da roda. Tive uma premonição que daquele momento em diante só haveria descida. E foi o que aconteceu! Mas agora, além de não ter um centavo, perdi meus sapatos e roupa, sabia que tinha chegado no fundo do poço… o que indica que estou prestes a subir ainda mais alto do que antes!’

“E”, concluiu o Tsadic de Savron para a pobre senhora, “assim aconteceu com aquele homem e assim acontecerá com a senhora! Sua pobreza lhe deu um recipiente ainda maior para maiores bênçãos e riqueza que estão a caminho. Apenas não desista!”

Isso responde à nossa pergunta: com a chegada do Mashiach não haverá mais pobreza no mundo. Mas agora, no ‘exílio’, quando a criação parece estar longe e separada do Criador, temos pobreza espiritual e também física. E geralmente o único meio de conseguir as riquezas que merecemos é através da experiência com os altos e baixos da ‘roda do sucesso’.

Fonte: