O Dia do Perdão, o mais santo do calendário judaico, é também chamado de Dia do Arrependimento. Marcado por jejum e preces, é o dia de pedir perdão ao próximo e a D'us. O destino de cada um é selado neste dia.
FONTE:
Vários alimentos simbólicos são ingeridos na refeição da primeira noite de Rosh ha Shaná, e um pedido é recitado para cada alimento. Este costume é baseado em um ensinamento talmúdico: "Presságios são significativos; por isso cada pessoa deveria comer no início do ano abóboras, beterrabas, tâmaras e alhos-poró." | ||||
Maçã | ||||
Mergulhamos uma fatia de maçã doce no mel, recitamos a bênção da fruta (Borê Peri Haêts) e falamos: "Yehi ratson milefanêcha shetechedêsh alênu shaná tová umetucá". "Possa ser Tua vontade renovar para nós um ano bom e doce ". | ||||
Chalot | ||||
As chalot servidas em Rosh Hashaná são redondas, símbolo de continuidade e eternidade, como o círculo que não tem começo nem fim; sem ângulos, nem arestas, um pedido para um ano sem conflitos. Costuma-se mergulhar o pão no mel em vez do sal habitual, em todas as refeições desde Rosh Hashaná até o sétimo dia de Sucot. | ||||
Mel | ||||
O valor numérico da palavra "dvash" (mel) equivale ao valor de "Av Ha'Rachamim" (Pai Misericordioso): assim o mel representa a esperança de que a sentença decretada pelo Supremo Juiz seja amenizada pela Sua compaixão. | ||||
Frutas e alimentos especiais | ||||
É costume comer carne e vinho doce ou qualquer bebida doce nesta refeição, para ter um ano farto e doce. Na segunda noite de Rosh Hashaná, imediatamente após o kidush, costuma-se ingerir uma fruta nova, a primeira vez que comeríamos nesta estação, a fim de pronunciarmos a bênção de Shehecheyánu. Há quem costume recitar uma prece especial (Yehi ratson) antes de ingerir qualquer um dos seguintes alimentos. Conforme o costume Chabad, Yehi ratson só é recitado ao ingerir a maçã com mel. Os sefaradim colocam no centro da mesa uma cesta (Traskal) contendo diferentes espécies de frutas que contém muitas sementes, para que as boas ações sejam numerosas no ano vindouro além de alimentos especiais entre os quais maçã, alho poró, acelga, tâmara, abóbora ou moranga, feijão roxinho, romã, peixe e cabeça de carneiro (que pode ser substituída por língua de boi ou cabeça de peixe). Antes de ingerir cada um dos nove alimentos recita-se um "Yehi Ratson" especial. | ||||
Alho-Poró | ||||
"Yehi Ratson milefanêcha sheyicaretu oyvêcha vessoneêcha, vechol mevacshê raatênu". "Possa ser Tua vontade que sejam exterminados Teus inimigos e Teus oponentes e todos aqueles que querem nosso mal". | ||||
Acelga | ||||
"Yehi Ratson milefanêcha sheyistalecu oyvecha vessoneêcha, vechol mevacshê raatênu". "Possa ser Tua vontade que sejam removidos Teus inimigos e Teus oponentes e todos aqueles que querem nosso mal". | ||||
Tâmara | ||||
Costuma-se ingeri-la para que acabem nossos inimigos (em hebraico, yitámu, parecido com tamar). "Yehi Ratson milefanêcha sheyitámu oyvecha vessoneêcha, vechol mevacshê raatênu". "Possa ser Tua vontade que sejam consumidos Teus inimigos e Teus oponentes e todos aqueles que querem nosso mal". | ||||
Abóbora, moranga ou cenoura | ||||
A palavra "mern", em yidish, pode ser traduzida como "cenoura" e também como "se multipliquem". Por isto comemos cenoura - para que os méritos se multipliquem. "Yehi Ratson milefanêcha sheticrá rôa guezar dinênu, veyicareú lefanecha zechuyotênu". "Possa ser Tua vontade que o decreto ruim de nossa sentença seja rasgado em pedaços, e que nossos méritos sejam proclamados perante Ti". | ||||
Feijão roxinho | ||||
"Yehi Ratson milefanêcha sheyirbu zechuyotênu". "Possa ser Tua vontade que nossos méritos se multipliquem". | ||||
Romã | ||||
Costuma-se ingerir em sinal para que aumentem nossos méritos como os caroços da romã. Há uma explicação que a romã possui 613 caroços - o número das mitsvot da Torá. "Yehi Ratson milefanêcha sheyirbu zechuyotênu carimon". "Possa ser Tua vontade que nossos méritos cresçam em número como [as sementes] da romã". | ||||
Peixe | ||||
"Yehi Ratson milefanêcha shenifrê venirbê cadaguim; vetishgach alan beená pekichá". "Possa ser Tua vontade que nós nos frutifiquemos e nos multipliquemos como peixes; e cuida de nós com olho aberto [atentamente]". | ||||
Cabeça de carneiro, língua ou peixe com cabeça | ||||
Costuma-se ingerir um destes alimentos para que sejamos cabeça e não cauda: - de carneiro, para lembrar o mérito do sacrifício de Yitschac que foi substituído por um carneiro. - de peixe, para que o ser humano se multiplique como os peixes. "Yehi Ratson milefanêcha shenihyê lerosh velô lezanav". "Possa ser Tua vontade que sejamos como a cabeça e não como a cauda". | ||||
Ingredientes que devem ser evitados | ||||
Não se come nada temperado com vinagre em Rosh Hashaná ou raiz forte para não ter um ano amargo. Nozes também não devem ser ingeridas nestes dias. Um dos motivos é porque as nozes provocam pigarro que pode atrapalhar as orações do dia; outro motivo é que o valor numérico da palavra egoz (noz) corresponde ao da palavra chet (pecado) sem o alef. |
Maçã e mel | |||
Na refeição da noite, comemos maçã mergulhada em mel, a cabeça de um peixe, romãs, tzimmes (cenouras doces) e outros alimentos que significam um ano doce e bem-sucedido. |
Shofar | |||
No decorrer da manhã e do serviço Mussaf, o shofar é tocado cem vezes, em varisa combinações de tekiah (um toque longo), shevarim (um trio de soluços interrompidos) e teruah (um stacatto de notas curtas), em cumprimento da mitsvá fundamental de Rosh Hashaná. O shofar serve para trombetear nossa coroação de D'us como Rei do Universo, como um chamado ao arrependimento e para evocar a lembrança da Amarração de Yitschac. |
Tashlich | |||
Durante a tarde, o serviço de prece Tashlich, no qual pedimos a D'us para “jogar os nossos pecados nas profundezas do mar” é recitado à beira de um corpo de água (mar, rio, lago, etc.) contendo peixes. |
Tashlich | |||||||||||||||||||
Em sua explicação sobre nossos costumes e tradições, o Rabi Yaacov Levi, conhecido como Maharil, codificador de leis, retrata a origem do costume de Tashlich até épocas muito remotas. É realizado pouco antes do pôr-do-sol na tarde do primeiro dia de Rosh Hashaná, indo às margens de um rio, lago, ou algo semelhante, onde certas preces são recitadas, seguidas pelo simbólico agitar dos cantos de nossas roupas. Os três últimos versos do profeta Michá, que recitamos em Tashlich, contém a explicação para este costume. Dizemos: "Quem é um D'us como Vós, perdoando a iniqüidade e perdoando a transgressão aos herdeiros de Seu legado. Ele não reteve Sua ira para sempre, porque Ele se regozija na bondade. Ele mais uma vez terá misericórdia de nós. Ele suprimirá nossas iniqüidades; sim, Vós jogareis nossos pecados às profundezas do mar."
O Maharil nos fornece uma explicação mais completa de Tashlich. O Midrash nos diz que quando Avraham (Abraão) e Yitschac (Isaac) foram ao Monte Moriyá para a Akedá (amarração de Yitschac), precisaram cruzar um rio, uma das formas que Satan (o Acusador) usou para impedi-los de cumprirem as ordens de D'us. A correnteza ameaçava levá-los, mas Avraham rezou: "Salve-nos, D'us, pois a água atingiu nossas próprias vidas," e foram salvos da correnteza. Assim, diz Maharil, nenhum obstáculo deveria impedir-nos de obedecer às ordens de D'us. Aquele que pode mostrar o amor abnegado de Avraham sua prontidão para morrer pela palavra Divina, pode estar certo de que "seus pecados serão jogados ao mar". Nós e os peixes A prece de Tashlich, recitada às margens de um rio, lago ou mar, onde quer que haja peixes, tem um outro significado, despertando-nos pensamentos de arrependimento. Pois isto nos lembra da insegurança da vida do peixe, e o perigo do peixe ser atraído pela isca, ou de ser apanhado na rede do pescador. Nossa vida, também, está repleta de ciladas e tentações. Somos lembrados da clássica parábola de Rabi Akiva, que desafiou o decreto proibindo o estudo de Torá que o imperador romano Adriano tentou impor aos judeus. Ao lhe perguntarem por que arriscava sua vida estudando e espalhando os ensinamentos da Torá, Rabi Akiva replicou com a seguinte parábola: "Uma raposa faminta chegou até a margem de um regato. Viu os peixes nadando incessantemente. A astuta raposa disse aos peixes: 'Vejo que estão vivendo num terror mortal de que caiam na rede do pescador. Saiam aqui para a margem seca, e escaparão da rede do pescador, e então viveremos felizes para sempre, como meus antepassados viveram com os seus.' "Mas os peixes zombaram da esperta raposa, e responderam: 'Se na água, que representa nossa própria vida, estamos em perigo, certamente deixar a água significaria morte certa para nós!' "A Torá é nossa própria vida, e não podemos viver sem ela, assim como os peixes não podem viver sem a água. Podemos salvar-nos abandonando nosso modo de vida, os caminhos da Torá?" Tais são as reflexões que Tashlich desperta no coração. Finalmente, o peixe nos serve de lembrete adicional do "olho sempre vigilante" da Providência, pois os peixes não têm pálpebras; seus olhos estão sempre abertos. Assim, nada pode ser oculto de D'us. Pelo mesmo padrão, a pessoa extrai coragem e esperança da fé em D'us, pois o Guardião de Israel jamais dorme ou cochila. Tempo precioso Na Idade Média o costume de Tashlich era usado muitas vezes para acusar os judeus de fazer um feitiço sobre a água, ou mesmo envenená-la, e os Rabis eram, naquela época, obrigados a proibir a observância de Tashlich pelas suas comunidades, de forma a não ameaçar-lhes a vida Rabi Abahu disse: "Os Anjos Auxiliares perguntaram ao Todo Poderoso: 'Mestre do Universo, por que os judeus não recitam a canção de Halel perante Vós em Rosh Hashaná e Yom Kipur?' "Respondeu-lhes D'us: Quando um rei senta-se no Trono do Julgamento, com o Livro da Vida e da Morte aberto à Sua frente, é correto que os judeus cantem a Mim nesta época?"
Não há horário para se dormir em Rosh Hashaná: o tempo é precioso demais. Nem bem acabamos a refeição, e voltamos para a sinagoga. No primeiro dia de Rosh Hashaná, Minchá (a prece vespertina) é recitada cedo devido ao Tashlich, e além disso, queremos recitar o maior número de Salmos. Alguns conseguem dizer todo o livro de Tehilim (Salmos) diversas vezes durante os dois dias de Rosh Hashaná. Depois de Minchá, as pessoas saem para Tashlich, ao local mais próximo onde haja água natural e peixes (lago, rio ou oceano). Ali, à beira da água, fazemos as orações de Tashlich e sacudimos os fios do tsitsit. Isto é simbólico das palavras do profeta Michá: "E atirarás para a profundeza do mar todos os seus pecados..." Naturalmente, sacudir os cantos da roupa não nos livra de nossos pecados. Mas certamente nos recorda de que devemos fazer uma boa limpeza no coração e livrá-lo de todo o mal. |
O livro da vida | ||
Em Rosh Hashaná, após a prece da noite, cumprimentamos todos falando: Leshaná Tová Ticatêv Vetechatêm (que sejas inscrito e selado para um ano bom). Ao proferir isto, é como se pudéssemos ver os três grandes Livros Divinos abertos perante D'us: o Livro dos Justos; o Livro dos Perversos e o Livro dos Medianos - onde é provável que nos encontremos, com nossas boas e más ações quase se equiparando. Apenas uma mitsvá a mais e a balança penderá a nosso favor. | ||
A Palestina moveu as duas primeiras peças hoje no tabuleiro da crise no Oriente Médio. Primeiro, Mahmoud Abbas apresentou a Ban ki-moon o pedido de reconhecimento do Estado. Em seguida delineou a sua proposta de paz no plenário da Assembleia Geral (fronteiras pré-1967, capital em Jerusalém Oriental e uma solução para a questão dos refugiados). Sabendo do movimento palestino, Israel mostrou as suas cartas no discurso de Benjamin Netanyahu. O líder israelense defendeu negociações “incondicionais” com a condição de o Estado palestino ser desmilitarizado, sem Jerusalém e em uma área da Cisjordânia que não ofereça riscos à segurança do país, além da presença do Exército de Israel no vale do rio Jordão. Levando em conta as movimentações dos dois lados, o Quarteto delineou uma proposta para palestinos e israelenses apresentarem sugestões em até 3 meses. Em seis, precisam ocorrer progressos substanciais das duas partes. Um acordo seria assinado antes do fim do ano que vem. Em seguida, o Líbano, que presidente o Conselho de Segurança, anunciou que uma reunião para analisar o pedido palestino acontecerá amanhã (dia 26 de setembro). 1. poderá aceitar dialogar imediatamente, tendo a cartada de poder insistir em voltar a qualquer momento para o Conselho de Segurança. Neste caso, terá maior poder de barganha. O risco para Abbas será internamente na Cisjordânia, onde podem encarar o adiamento como uma derrotaNo caso, Abbas terá três opções: Resultado – Vitória externa; incerteza interna 2. pode abdicar do Conselho de Segurança e aceitar a proposta francesa de tentar ser um Estado com status de observador. E, mesmo assim, poderia negociar com os israelenses com poder de barganha maior. Neste caso, teria amplo apoio internacional e precisaria explicar internamente a mudança. O ideal era optar por esta alternativa antes de apresentar o requerimento a Ban ki-moon Resultado – Vitória externa, derrota interna 3. rejeitar uma negociação no momento, ver os EUA usarem o poder de veto no Conselho de Segurança, perder a ajuda financeira e ver a manutenção do status quo na realidade da Cisjordânia. Seria visto como herói no mundo árabe, mas as consequências para o dia a dia dos palestinos seriam graves Resultado – Incerteza externa e incerteza interna Se Abbas optar por “1”, Netanyahu poderá A. negociar, sabendo não ter a mesma força das outras vezes. Neste caso, precisaria ceder em pontos inaceitáveis para a sua coalizão de governo. Mas o elogiariam por tentar a paz B. recusar, sendo mais isolado na comunidade internacional, onde até Bill Clinton e o New York Times o criticam publicamente. Mas se veria fortalecido dentro diante israelense. Os palestinos poderiam demandar a cidadania israelense, vendo frustrado o sonho de ter um Estado. Como Israel não a concederia, passariam a dizer que os israelenses praticam Apartheid Resultado – 1A. derrota interna, vitória externa Resultado – 1B. vitória interna, derrota externa Se Abbas optar por “2”, Netanyahu poderá A. negociar, sabendo que agora lida com um Estado reconhecido internacionalmente e pode levá-lo para a Justiça internacional B. recusar, sendo colocado no ostracismo até pela França e Grã Bretanha 2A. Vitória externa, derrota interma 2B. Derrota externa, vitória interna Se Abbas optar por “3”, Netanyahu A. poderá ignorar a atitude, já que terá uma decisão da ONU a seu favor graças ao veto americano. Mesmo assim, continuará isolado internacionalmente B. poderá negociar, mas ficaria completamente enfraquecido na sua base doméstica e alguns partidos da direita ou religiosos de Israel poderiam romper, levando ao naufrágio do seu governo 3A. Incerteza externa, vitória interna 3B. Vitória externa, derrota interna Como vocês agiriam se fossem Abbas ou Netanyahu? A resposta pode indicar o que pode acontecer |