A Comunidade Judaica distingue-se, entre todas as comunidades atuais e históricas, por uma quantidade de características vigentes oa longo de cerca de 4.000 anos de história. Uma delas, é que não há qualquer outra comunidade com a prevalência de emigração e imigração em relação ao seu território base - a Terra de Israel - e em relação às outras nações e mesmo continentes, quase sempre sob coação explícita ou implícita, até mesmo depois da Independência do Estado. Embora sobre as migrações mais antigas, para o Egito (cerca de 1790 AC) e do Egito para Israel (com Moisés, cerca de 1300 AC), os fatos sejam difusos, envolvidos de mitologia e lenda, e por vezes interpretados como 'contos folclóricos', a partir da expulsão dos judeus, após a ocupação Babilônica da Palestina e a Destruição do Primeiro Templo, em 586 AC, há abundantes registros escritos e documentados de todo o percurso das migrações, bem como de todos os outros acontecimentos. As migrações também estão relacionadas, ao longo do tempo, com quem dominava o território da Palestina, facilitando a permanência, impedindo a entrada ou expulsando os judeus: os canaanitas até 1000 AC; o primeiro Reino de Israel, iniciado pelo Rei David, até 586 AC; babilônios até 522 AC, persas até 331 AC, romanos e bizantinos (que inclui o período da dinastia hasmoneana, fundada pelos Macabeus entre 141 e 76 AC) até 642 DC; árabes até 1092 DC; cruzados até 1187 DC; mamelucos até 1517; otomanos até 1918 e britânicos até 1918. Por outro lado, fora da Palestina, nos países nos quais os judeus estavam espalhados (com maior ou menor freqüência, por motivações religiosas ou outras), além da auto-segregação em que a maioria se organizava, sempre houve segregação e muitas vezes perseguições aos judeus, inclusive no período que se seguiu à Revolução Francesa, que lhes deu igualdade política-social. Posteriormente, no continente americano houve um período de menor instabilidade, e o continente recebeu maciça imigração judaica da Europa no século XIX. Em termos estritos, as dificuldades correspondentes a essa instabilidade foram de tal ordem que o total de membros da comunidade judaica entre 1000 AC e 1770 DC manteve-se em cerca de 2.000.000 - praticamente não houve o crescimento normal esperado numa população. Com estes antecedentes, em 1880, havia na Palestina cerca de apenas 25.000 judeus, e, entre os judeus residentes na Europa, começou a surgir o que foi chamado de Movimento Sionista, estruturado deste 1897, e que originou o Estado de Israel, em 1948. Um dos pilares do Sionismo era, e ainda é, a imigração dos judeus espalhados na Diáspora para Israel. Com isto, começaram a ser organizadas ondas de imigração organizadas pelo Movimento, que, a partir de 1929 passou a contar com o apoio da Agência Judaica, criada pelo Movimento Sionista com este fim. Cada uma destas ondas recebeu o nome de Aliá. Primeira Aliá - 1882 a 1903 - no total, cerca de 25.000 imigrantes, sendo que a maioria foi trabalhar na agricultura. Segunda Aliá - 1904 a 1914 - cerca de 40.000 pessoas - até 1917 foram fundados 44 kibutzim e moshavim. Terceira Aliá - 1919 a 1923 - cerca de 15.000, até o fim desta aliá foram fundados mais 148 kibutzim e 94 moshavim. Quarta Aliá - 1924 a 1932 - cerca de 55.000 pessoas. Quinta Aliá - de 1933 a 1939 (última com esta designação) - cerca de 240.000. Foi nesta época que houve maiores problemas: por um lado, o Mandato Britânico na Palestina criara restrições sucessivas à imigração judaica - contra isso os judeus criaram o Mossad Aliá Beit, uma organização que cuidava da imigração clandestina de judeus vindos dos países europeus que entravam na Segunda Guerra Mundial; por outro lado, havia çada vez mais judeus querendo fugir da ameaça nazista na Europa. O Mossad Aliá Beit, de 1940 a 1948, foi a principal responsável pelos movimentos imigratórios. De 1945 a 1948 foram transportados cerca de 70.000 pessoas por barcos, e 13.000 por outras vias. O Governo Britânico opunha-se tenazmente, patrulhando o Mediterrâneo e capturando todos os barcos que podia. Os imigrantes capturados eram desembarcados de volta na Europa, ou em campos de refugiados no Chipre ou na própria Palestina. No Chipre, havia cerca de 50.000 imigrantes que so conseguiram chegar a Israel após a Independência. Diversas vezes houve fugas e invasões aos campos de refugiados na Palestina para salvar os imigrantes presos. É neste contexto que aconteceu o celebre caso do navio "Exodus 1947", amplamente divulgado pela imprensa, literatura e cinema, que transportou 4.500 sobreviventes dos campos de concentração e extermínio alemães. O escândalo internacional desse caso, a partir de Julho de 1947, deu força à decisão da ONU para elaborar a proposta da Partilha da Palestina, dividindo a região entre judeus e árabes, dando assim um passo para criação de um Estado Judaico, declarado independente em Maio de 1948. Desta forma, imigraram para Israel, até Maio de 1948, cerca de 625.000 judeus. 1948 - 2000 Ao constituir-se, em 1949, o primeiro Governo de Israel, o Ministério da Imigração (que atualmente é chamado de Ministério da Absorção de Imigrantes), passou a ter a função de atender à imigração, considerada uma das funções do Estado, conforme sua Declaração de Independência. Dos 286 kibutzim existentes até 1948, criaram-se, até 1953, mais 354, que sempre constituíram importantes pilares da absorção de imigrantes e estruturação da sociedade israelense. De 15 de Maio de 1948 a 1998, chegaram a Israel um total de 2.713.548 imigrantes, de diversas origens, como Ásia (principalmente ex-URSS), Yemen e Irã, África, principalemente da Etiópia, Europa, América e Oceania. Em 1998, as estatísticas diziam que 24,5% dos alunos com mais de 15 anos eram nascidos no exterior, e 12,7% pertenciam à 2a geração em Israel. Fonte: http://www.webjudaica.com.br |
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Aliá - Imigração Judaica para Israel
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Por Que Alguns Morrem tão Jovens?
Por Aron Moss | ||||
Pergunta: Não entendo. Por que os bons morrem jovens? Perdi um amigo que era a melhor pessoa que eu conheci. E posso ver muitas pessoas não tão boas assim que estão vivendo. Onde está a justiça? Resposta: Deixe-me lhe contar uma história. Houve certa vez um grande debate no céu. Era sobre a mais linda e preciosa alma nova que D'us tinha criado. Os anjos debatiam sobre o que deveria ser feito com essa alma. Um grupo de anjos exigia que a alma ficasse no céu. “Ela é pura demais, sagrada demais para enfrentar a feiura do mundo inferior,” diziam eles. “Quem sabe o que acontecerá a ela num mundo de tentação e mal. Esta alma deve ficar aqui conosco.” Mas o outro grupo de anjos falava exatamente o oposto. “Na verdade essa alma reluz com um brilho Divino singular. Porém por este mesmo motivo ela deve descer à terra. Pois imagine a beleza e a bondade que essa alma pode levar a um mundo obscuro. Que bem há em manter uma alma assim no céu? Que ela desça à terra e que sua luz brilhe ali.” E assim eles discutiram, cada lado inabalável em seu ponto de vista. Até que ficou claro que eles não podiam resolver o problema por si mesmos, precisavam de uma Autoridade superior. O caso foi levado a D'us Todo Podeoso. Os anjos declararam seus argumentos perante a corte celestial. D'us ouviu as duas opiniões – o primeiro grupo de anjos dizendo que essa alma imaculada é sagrada demais para ser levada ao mundo inferior, o segundo dizendo que o mundo precisa dessas almas mais do que qualquer outra coisa. E esta foi a resposta de D'us: “Na verdade, é triste enviar uma alma tão imaculada a um mundo tão escuro. Mas esta é a Minha vontade. Eu criei as trevas somente para que almas como essa pudessem transformar escuridão em luz. Todo o objetivo da criação foi que o mundo inferior fosse refinado pelas boas ações dos seres humanos mortais. Isso não pode ser feito por almas no céu. Somente pode ser atingido através de almas em corpos. E portanto até essa alma mais perfeita e pura deve descer à terra.” O primeiro grupo de anjos, que pedia que a alma continuasse no céu, ficou desapontado. Não podiam entender como um ser tão espiritual poderia sobreviver num mundo tão físico. D'us voltou-Se para eles e disse: “Quanto ao seu pedido para manter essa alma aqui, vou concedê-lo parcialmente. Embora ela deva nos deixar e descer à terra, não demorará muito até ela voltar para nós. Sua jornada na terra será breve. Uma alma tão brilhante não precisa muito tempo para cumprir sua missão. Logo ela estará livre para voltar ao céu.” D'us então voltou-Se para o segundo grupo e perguntou: “Estão satisfeitos com isso? Aceitam que essa alma somente possa permanecer na terra por um tempo limitado?” Os anjos responderam: “Sim, aceitamos. Cada dia que ela estiver na terra é uma bênção.” Quando um ente querido morre, sentimos ter perdido algo precioso. Somos deixados com um vácuo em nosso coração, e muitas vezes nos perguntamos por que eles foram tirados de nós. Mas ao mesmo tempo podemos ser gratos pelo próprio fato de que eles foram dados para nós. Somos abençoados por ter almas tão belas em nossa vida. O mundo é privilegiado por ter hóspedes tão celestiais descendo à terra. E mesmo que possa ser apenas por pouco tempo, teremos aproveitado o que pudemos. Com o tempo todas as almas serão reunidas. Enquanto isso, vamos ser gratos pelo presente de todos os dias. Rabi Aron Moss ensina Cabalá, Talmud e Judaísmo prático em Sydney, Austrália, e contribui com Chabad.org |
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Israel: Terra do leite, do mel e... do petróleo
Eduardo Araia/Revista “Planeta”
Uma das perfurações da Israel National Oil,
em Arad, na região do Mar Morto
em Arad, na região do Mar Morto
Uma piada popular entre os israelenses começa com a pergunta: por que Moisés demorou 40 anos para levar os judeus do Egito a Israel? Resposta: porque estava procurando o único lugar no Oriente Médio que não tinha petróleo nem gás. Pela via cômica revela-se uma das grandes vulnerabilidades de Israel, país com recursos energéticos nulos, enquanto a maioria das nações que o cercam nadam em petróleo. A dependência externa em relação ao combustível fóssil (praticamente 100%) e ao gás natural (70%), em meio a vizinhos no mínimo pouco dispostos a ajudá-lo, constitui há décadas um obstáculo logístico para lá de complicado. Esse quadro pode mudar radicalmente. A sorte da bíblica "terra que mana leite e mel" no setor de hidrocarbonetos começou a virar em 2009, ano da descoberta de um grande campo de gás natural na costa do Mediterrâneo, denominado Tamar, com reservas estimadas em 240 bilhões de metros cúbicos. No ano seguinte veio uma nova surpresa agradável: outro campo no litoral, Leviathan, com reservas em torno de 450 bilhões de m³. Com entrada em operação comercial prevista respectivamente para 2012 e 2015, Tamar e Leviathan devem suprir todas as necessidades de gás de Israel por 50 anos.
Na verdade, as boas notícias estavam só começando. Enquanto as sondagens eram feitas, a empresa Israel Energy Initiatives (IEI), subsidiária da companhia de telecomunicações norte-americana IDT, aprofundava suas pesquisas sobre outra possibilidade: xisto betuminoso. No início da década de 1980, um estudo do Serviço Geológico de Israel havia assinalado que o país pode conter um dos maiores depósitos do mundo de xisto, com boas quantidades de querogênio, um complexo orgânico que contém petróleo. A IEI começou em 2009 a fazer perfurações numa área de 238 km² que obteve em licenciamento e, por enquanto, os resultados que obteve batem com "as mais altas expectativas" da empresa. As avaliações reforçam projeções de geólogos da IEI de que os depósitos de xisto betuminoso de Israel podem colocar o país numa posição proeminente entre os grandes produtores de petróleo do mundo.
"Em uma estimativa conservadora, cerca de 250 bilhões de barris de petróleo estão contidos no xisto israelense - provavelmente o segundo ou terceiro maior depósito de todo o mundo", afirma o físico Harold Vinegar, cientista-chefe da IEI. "A Arábia Saudita (maior produtora global de petróleo) possui reservas de 260 bilhões de barris. Poucas pessoas perceberam que a indústria petrolífera aqui tem um tremendo potencial". Vinegar merece ser levado a sério. Ex-funcionário da gigante anglo-holandesa Shell, onde trabalhou por 30 anos e foi cientista-chefe, participou ativamente da pesquisa da empresa com xisto betuminoso no supercampo da Bacia de Piceance, no Colorado (Estados Unidos). Ali se estima haver cerca de 800 bilhões de barris de petróleo recuperável, a uma profundidade média de 300 metros. A Shell ainda não extraiu petróleo do xisto do Colorado em bases comerciais, sobretudo por um problema ambiental - o principal aquífero da região de Piceance passa através do depósito de xisto. Mas foi ali que Vinegar desenvolveu uma técnica para baratear o custo da operação que está prestes a ser posta em prática. Depois de se aposentar na Shell em 2008, Vinegar e sua mulher decidiram se mudar para Israel, onde ele pretendia lecionar. Mas o geólogo-chefe da IEI, Yuval Bartov, que o conhecia dos tempos do Colorado, tinha outros planos. Bartov convenceu o presidente da IDT, Howard Jonas, de que Vinegar era essencial para o projeto do xisto israelense e não demorou para o físico se juntar ao grupo. Bartov e Vinegar concentram esforços numa área central de Israel, Adullam, onde o Serviço Geológico já havia identificado um veio de xisto betuminoso na década de 1980. Como a camada de rochas estava a cerca de 300 metros de profundidade, não interessou, na época. Vinegar e Bartov, porém, haviam trabalhado com essa mesma profundidade no Colorado e não a consideravam um obstáculo intransponível.
Os bons resultados das pesquisas têm mobilizado muita gente. Por um lado, a IDT, controladora da IEI, viu o preço de suas ações - que haviam baixado a US$ 0,66 na crise de 2008 - subir estratosfericamente para US$ 30 em meados deste ano. A companhia tem atraído investidores pesos-pesados, como o dono da News Corp., Rupert Murdoch, o financista britânico Jacob Rothschild, o ex-vice-presidente norte-americano Dick Cheney e o bilionário administrador de fundos Michael Steinhardt - que, aliás, é o atual presidente da IEI. A dependência externa israelense de petróleo e gás contrasta com a fartura dos seus vizinhos (apresentada em reservas comprovadas). Mas se forem considerados o petróleo contido no xisto betuminoso e as descobertas de gás no litoral, o país passa a figurar entre os gigantes da região.
Do outro lado, habitantes da região e ecologistas já começaram a se movimentar para dificultar ao máximo o que consideram um crime ambiental. Adullam é conhecida pelas terras férteis e uma de suas partes, o Vale de Elah (onde, segundo a Bíblia, Davi matou Golias com uma pedrada), é chamada de "Vale do Napa israelense", pelos vinhos ali produzidos. Os agricultores estão compreensivelmente preocupados com as potenciais mudanças no ecossistema deflagradas pelas operações da IEI. Um dos principais aquíferos de Israel passa 200 metros abaixo do depósito de xisto. O principal temor é que o processo de extração acabe por contaminá-lo. Bartov e Vinegar juram que não: para eles, a camada de rochas que separa as duas ocorrências é impermeável e impedirá infiltrações. Mas essa argumentação ainda é vista com muita desconfiança. A água vale tanto ou mais que petróleo em Israel.
"Eles estão planejando uma indústria petrolífera experimental, suja e perigosa", diz a ecologista Orit Skutelsky, da Sociedade de Proteção da Natureza de Israel. "O país não é o lugar para esse tipo de indústria, especialmente esta parte dele." Chagit Tishler, professora que mora numa cooperativa próxima de Elah, compartilha dessa visão: "Há muitas incertezas e incógnitas. Eles (o pessoal da IEI) não estão sendo completamente honestos conosco. Não queremos ser cobaias." No Canadá, a exploração do xisto betuminoso gera muitas críticas e protestos. Vários grupos ecologistas impetraram na Justiça ações contra o prosseguimento dos trabalhos da IEI, por enquanto sem resultados palpáveis. A Suprema Corte israelense decidiu que só examinará o caso a partir de abril de 2012. Com isso, a IEI poderá iniciar ainda este ano uma nova etapa dos trabalhos: a perfuração de três poços com três metros de espaço entre eles e o aquecimento das rochas durante 270 dias, como amostra do processo in loco que resultaria na extração de 2 mil barris de petróleo por dia. A sequência do caminho, porém, não deverá ser nada fácil: a empresa terá de obter do Ministério do Interior uma licença de permissão de uso da terra, a qual será ou não aprovada a partir da avaliação do ministro e de um comitê de planejamento, integrado por representantes do Ministério de Proteção do Meio Ambiente e de comunidades locais. Bartov prevê dificuldades: "Achamos que o ministro do Meio Ambiente não quer que esse projeto aconteça", confessa. Sua esperança é que as razões geopolíticas - e a promessa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na exploração do xisto - vençam a resistência. "A independência energética de Israel se tornará algo muito importante para o Estado", diz Michael Steinhardt. Nos próximos meses Israel deverá decidir qual caminho seguir nessa encruzilhada.
Na verdade, as boas notícias estavam só começando. Enquanto as sondagens eram feitas, a empresa Israel Energy Initiatives (IEI), subsidiária da companhia de telecomunicações norte-americana IDT, aprofundava suas pesquisas sobre outra possibilidade: xisto betuminoso. No início da década de 1980, um estudo do Serviço Geológico de Israel havia assinalado que o país pode conter um dos maiores depósitos do mundo de xisto, com boas quantidades de querogênio, um complexo orgânico que contém petróleo. A IEI começou em 2009 a fazer perfurações numa área de 238 km² que obteve em licenciamento e, por enquanto, os resultados que obteve batem com "as mais altas expectativas" da empresa. As avaliações reforçam projeções de geólogos da IEI de que os depósitos de xisto betuminoso de Israel podem colocar o país numa posição proeminente entre os grandes produtores de petróleo do mundo.
"Em uma estimativa conservadora, cerca de 250 bilhões de barris de petróleo estão contidos no xisto israelense - provavelmente o segundo ou terceiro maior depósito de todo o mundo", afirma o físico Harold Vinegar, cientista-chefe da IEI. "A Arábia Saudita (maior produtora global de petróleo) possui reservas de 260 bilhões de barris. Poucas pessoas perceberam que a indústria petrolífera aqui tem um tremendo potencial". Vinegar merece ser levado a sério. Ex-funcionário da gigante anglo-holandesa Shell, onde trabalhou por 30 anos e foi cientista-chefe, participou ativamente da pesquisa da empresa com xisto betuminoso no supercampo da Bacia de Piceance, no Colorado (Estados Unidos). Ali se estima haver cerca de 800 bilhões de barris de petróleo recuperável, a uma profundidade média de 300 metros. A Shell ainda não extraiu petróleo do xisto do Colorado em bases comerciais, sobretudo por um problema ambiental - o principal aquífero da região de Piceance passa através do depósito de xisto. Mas foi ali que Vinegar desenvolveu uma técnica para baratear o custo da operação que está prestes a ser posta em prática. Depois de se aposentar na Shell em 2008, Vinegar e sua mulher decidiram se mudar para Israel, onde ele pretendia lecionar. Mas o geólogo-chefe da IEI, Yuval Bartov, que o conhecia dos tempos do Colorado, tinha outros planos. Bartov convenceu o presidente da IDT, Howard Jonas, de que Vinegar era essencial para o projeto do xisto israelense e não demorou para o físico se juntar ao grupo. Bartov e Vinegar concentram esforços numa área central de Israel, Adullam, onde o Serviço Geológico já havia identificado um veio de xisto betuminoso na década de 1980. Como a camada de rochas estava a cerca de 300 metros de profundidade, não interessou, na época. Vinegar e Bartov, porém, haviam trabalhado com essa mesma profundidade no Colorado e não a consideravam um obstáculo intransponível.
Os bons resultados das pesquisas têm mobilizado muita gente. Por um lado, a IDT, controladora da IEI, viu o preço de suas ações - que haviam baixado a US$ 0,66 na crise de 2008 - subir estratosfericamente para US$ 30 em meados deste ano. A companhia tem atraído investidores pesos-pesados, como o dono da News Corp., Rupert Murdoch, o financista britânico Jacob Rothschild, o ex-vice-presidente norte-americano Dick Cheney e o bilionário administrador de fundos Michael Steinhardt - que, aliás, é o atual presidente da IEI. A dependência externa israelense de petróleo e gás contrasta com a fartura dos seus vizinhos (apresentada em reservas comprovadas). Mas se forem considerados o petróleo contido no xisto betuminoso e as descobertas de gás no litoral, o país passa a figurar entre os gigantes da região.
Do outro lado, habitantes da região e ecologistas já começaram a se movimentar para dificultar ao máximo o que consideram um crime ambiental. Adullam é conhecida pelas terras férteis e uma de suas partes, o Vale de Elah (onde, segundo a Bíblia, Davi matou Golias com uma pedrada), é chamada de "Vale do Napa israelense", pelos vinhos ali produzidos. Os agricultores estão compreensivelmente preocupados com as potenciais mudanças no ecossistema deflagradas pelas operações da IEI. Um dos principais aquíferos de Israel passa 200 metros abaixo do depósito de xisto. O principal temor é que o processo de extração acabe por contaminá-lo. Bartov e Vinegar juram que não: para eles, a camada de rochas que separa as duas ocorrências é impermeável e impedirá infiltrações. Mas essa argumentação ainda é vista com muita desconfiança. A água vale tanto ou mais que petróleo em Israel.
"Eles estão planejando uma indústria petrolífera experimental, suja e perigosa", diz a ecologista Orit Skutelsky, da Sociedade de Proteção da Natureza de Israel. "O país não é o lugar para esse tipo de indústria, especialmente esta parte dele." Chagit Tishler, professora que mora numa cooperativa próxima de Elah, compartilha dessa visão: "Há muitas incertezas e incógnitas. Eles (o pessoal da IEI) não estão sendo completamente honestos conosco. Não queremos ser cobaias." No Canadá, a exploração do xisto betuminoso gera muitas críticas e protestos. Vários grupos ecologistas impetraram na Justiça ações contra o prosseguimento dos trabalhos da IEI, por enquanto sem resultados palpáveis. A Suprema Corte israelense decidiu que só examinará o caso a partir de abril de 2012. Com isso, a IEI poderá iniciar ainda este ano uma nova etapa dos trabalhos: a perfuração de três poços com três metros de espaço entre eles e o aquecimento das rochas durante 270 dias, como amostra do processo in loco que resultaria na extração de 2 mil barris de petróleo por dia. A sequência do caminho, porém, não deverá ser nada fácil: a empresa terá de obter do Ministério do Interior uma licença de permissão de uso da terra, a qual será ou não aprovada a partir da avaliação do ministro e de um comitê de planejamento, integrado por representantes do Ministério de Proteção do Meio Ambiente e de comunidades locais. Bartov prevê dificuldades: "Achamos que o ministro do Meio Ambiente não quer que esse projeto aconteça", confessa. Sua esperança é que as razões geopolíticas - e a promessa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na exploração do xisto - vençam a resistência. "A independência energética de Israel se tornará algo muito importante para o Estado", diz Michael Steinhardt. Nos próximos meses Israel deverá decidir qual caminho seguir nessa encruzilhada.
Colaboração: Paulo Abel Kligerman
Fonte:
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
O Mistério das 10 Tribos Perdidas
Breve esboço sobre as Dez Tribos perdidas
As Dez Tribos foram exiladas durante a Era do Primeiro Templo - aproximadamente há 2500 anos, e estão separadas do restante do judaísmo desde então. Mas ao final, serão redimidas, e juntar-se-ão ao restante do judaísmo - na era de Mashiach.
Este ensaio dirige-se às várias opiniões no Talmud a respeito do destino das Dez Tribos, e a grande dúvida: As Dez Tribos realmente voltarão?
Vamos começar do início
Mais de 1000 anos antes das Dez Tribos serem exiladas, o amado filho de Yaacov - Yossef, foi raptado pelos irmãos - e vendido como escravo. Finalmente, após muitos anos de separação, reuniu-se novamente com seu pai e irmãos. A Torá descreve como Yossef revelou sua identidade a seus irmãos: "Yossef não conseguiu se refrear... e ele chorou em alta voz" (Bereshit 45:1-2).
Este fenômeno se repetiria em escala muito maior - com os filhos de Yossef juntamente com outras tribos.
Yossef representa as Dez Tribos, pois a capital das Dez Tribos era Monte Efraim (Yirmiyáhu 31:5), e Efraim era filho de Yossef.
Esta reunião será triste: "Com choro eles virão, e com misericórdia eu os levarei" (Yirmiyáhu 31:8).
O profeta Yechezkel (37:19-22) fala sobre esta reunião:
"Estou levando o bastão de Yossef, que está na mão de Efraim, e as tribos de Israel - seus amigos, e os colocarei no bastão de Yehudá, e os transformarei em um só bastão, e serão um na minha mão... Estou levando os filhos de Israel das nações às quais eles foram, e os reunirei de toda parte e os trarei à terra deles. E os transformarei em uma só nação, na terra, nas montanhas de Israel. E um rei reinará sobre eles, e não serão mais duas nações, e não mais se separarão em dois reinos."; i.e., até agora, tem havido separação dentro do judaísmo. A princípio, na forma de dois reinos e mais tarde foram completamente separados. Quando Mashiach chegar, D'us nos transformará "em uma só nação e não mais seremos divididos em duas nações."
Rabi Akiva: As Dez Tribos não voltarão
Embora aparentemente seja claro que as Dez tribos retornarão, quando consultamos estas fontes, vemos que não é tão simples como parece.
Citemos o Mishná em Sanhedrin (110b):
"As Dez Tribos não retornarão como foi dito (Nitsavim 29:27) 'E Ele os jogou a uma terra diferente como este dia'. Assim como o dia passa e jamais voltará, eles também serão exilados para nunca mais voltarem". Estas são as palavras de Rabi Akiva.
"Rabi Eliezer disse: 'Assim como o dia é seguido pela escuridão, e a luz mais tarde retorna, assim também ficará 'escuro' para as Dez Tribos. D'us por fim os tirará de suas trevas.' "
Dessa maneira, temos duas opiniões a respeito do destino das Dez Tribos. O Talmud menciona um ponto de vista adicional, que afirma que o destino das Tribos depende de seu comportamento. "Rabi Shimon ben Yehudá de Kfar Ako diz em nome de Rabi Shimon: 'Se seu comportamento continuar da maneira que é hoje (este dia) eles não retornarão. Se eles se arrependerem, na certa retornarão.' "
Representantes de cada Tribo
Comecemos com uma análise da opinião de Rabi Akiva, de que as Dez Tribos ficarão perdidas para sempre. Tal opinião exige uma explicação: se o judaísmo consiste inteiramente de duas tribos remanescentes (Yehudá e Binyamin), como podem os versículos referirem-se à união da "Árvore de Yehudá" e da Árvore de Yossef".
Além disso, o profeta Yechezkel falou em dividir a Terra de Israel entre 12 Tribos.
Abarbanel explica (Yeshuot Meshicho 1:4):
Na época de Rabi Akiva, as Dez Tribos tinham estado perdidas por mais de 600 anos, e não havia a mínima pista sobre se ainda existiam.
Considere: Se as Dez Tribos tivessem ainda permanecido leais ao judaísmo, por que não teriam enviado pelo menos um mensageiro a Jerusalém durante a Era do Segundo Templo - para verificar os rumores de que os judeus tinham retornado ao seu país e reconstruído o Templo?
Este argumento convenceu Rabi Akiva de que as Dez Tribos devem ter se assimilado às nações pagãs e não seriam mais consideradas como parte do povo judeu.
E a respeito das profecias que implicam que todas as tribos existirão na Era Messiânica, Rabi Akiva poderia argumentar que, enquanto a maioria das Dez Tribos foi exilada e jamais retornará, algumas podem ter escapado e hoje vivem entre nós. Dessa maneira, teremos representantes de todas as Tribos Perdidas, e as profecias serão realizadas através deles.
As Dez Tribos voltarão
Após discutir a opinião de Rabi Akiva, discutiremos o ponto de vista oposto de Rabi Eliezer (que é aceito pela lei judaica) - de que as Dez Tribos retornarão.
O Talmud explica que esta opinião é baseada no versículo (Yeshayáhu 27:13) "e será naquele dia, um grande shofar será tocado, e os desgarrados virão da terra de Ashur" - este versículo refere-se às Dez Tribos que foram exiladas para a terra de Ashur (Assíria).
Resta um ponto ainda a ser esclarecido: Amos (5:1-2) disse em referência às Dez Tribos: "Escute isso, sobre o qual estou pranteando: A Virgem de Israel caiu, e jamais se levantará". Como Rabi Eliezer explicaria as palavras "e jamais se levantará?"
Uma explicação possível é que "não se levantará" como uma entidade independente, mas se levantará como uma entidade totalmente dependente do reino de Yehudá.
Túneis subterrâneos e o Monte das Oliveiras
O Midrash nos diz que as Dez Tribos foram exiladas em três locais: algumas foram exiladas para o país atrás do Rio Sambation. Outro grupo foi exilado para uma terra "distante" atrás do Rio (este país tinha o dobro da distância para Israel que o primeiro país); o terceiro grupo foi "engolido em Rabesla).
O Midrash descreve então o modo pelo qual alguns do Terceiro Grupo, que foram engolidos, retornarão:
"D'us lhes fará túneis subterrâneos e viajarão através deles, até chegarem ao Monte das Oliveiras em Jerusalém. D'us estará no Monte fazendo com que se parta, e as Dez Tribos emergirão do seu interior." (Yalkut Shimoni, Yeshayáhu 469).
Obviamente, o Midrash não deve ser entendido ao pé-da-letra, ao contrário, está se referindo ao exílio espiritual que este grupo agora suporta, e a transformação espiritual pela qual passarão quando Mashaich chegar:
As Dez Tribos foram levadas ao exílio e "engolidas", i.e., esqueceram-se totalmente de sua identidade judaica, como se tivessem sido "engolidos" por alguma força externa. Sua energia permanece apenas na forma potencial. Quando Mashiach vier, D'us os levará través de "túneis", simbolizando o processo de refinamento, e os levará até o Monte das Oliveiras - uma montanha que fora originalmente dedicada ao cultivo de frutos - um símbolo de energia potencial. Finalmente a montanha se partirá, e eles emergirão - sua identidade judaica re-emergirá do atual estado de "potencial" e será plenamente realizada.
Este artigo foi escrito por um rabino que trabalhou aproximadamente 10 anos no Japão e visitou todos os lugares mencionados nos textos.
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quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Existem judeus negros ?
Homenagem ao "Dia Nacional da Consciência Negra" (20 de novembro).
Texto de More Ventura, professor de História Judaica e
membro do Fórum Interreligioso do Estado de São Paulo
Os tambores da guerra soavam no Oriente Médio. O Iraque de Saddam Hussein invadira o Kuwait. O ano era mil novecentos e noventa e um. Saddam dizia ter sido instruído pelo anjo Gabriel a lançar mísseis contra Israel. George Bush Pai, costurava uma coalizão com diversos países Árabes, que condicionavam sua participação na luta contra o Iraque a não participação de Israel na guerra. Na Russia, a Glasnost, política de flexibilização do governo soviético, trazia em seu bojo a tão sonhada liberdade para um milhão de judeus soviéticos desejosos de migrar para a terra santa, que mesmo sob o ritmo dos tambores bélicos, recebia os novos cidadãos de braços abertos. América do Norte, Europa, Oriente Médio e Ásia. Para fechar a conexão internacional só faltava a América Latina. Então chegamos ao nosso destino: Jundiaí, São Paulo, Brasil. Ali estava eu no sitio Fortuna, de propriedade de meu tio avô Luiz, sentado numa poltrona carcomida pelo tempo e pelas traças, assistindo a velha televisão, quando chegou a terrível notícia, num flash da finada TV Manchete: -“Urgente! Vários mísseis provenientes do Iraque cairam em Israel. Os Hospitais estão lotados e há centenas de mortos.” - (Erro do correspondente) -Sentindo o calor da guerra e de meu sangue adolescente fervendo em minhas entranhas, ensaiei uma bicuda no velho aparelho de televisão, mas logo concluí, (de modo muito maduro), que esta atitude não enfraqueceria o ataque de Saddam aos meus irmãos israelenses, mas enfraqueceria sim, a minha posição perante meu tio-avô! A frenética ação de minha imaginação dominava a impotência gerada pela impossibilidade de agir. A bateria de meu coração abafava o temor produzido pelos tambores da guerra e logo a letra da música que acompanharia o meu frenético compasso cardiáco estava composta: -Vou para Israel! Vou para Israel! Vou para Israel! Como alguém em sã consciência pode escolher a guerra à paz ? Haifa bombardearda à Jundiai no verão? E então meus amigos, sabem o que acontece com alguém que faz tão incauta escolha? Vai parar no... céu! E ali estava eu depois de um mês, no céu! Após a escala no aeroporto de Roma subi no avião da El Al a companhia aérea israelense, rumo a Israel. Fiz tudo conforme manda o figurino: Pisquei para as aeromoças, apertei as mãos dos “aeromoços" e procurei lugares vagos para poder me deitar. Estava tudo indo maravilhosamente bem, até que percebi que...havia tomado o vôo errado! Sim! Só posso ter errado! Aquele não era um vôo para Israel e sim para a Africa provavelmente Botswana ou Suazilandia. E como eu sabia que errei o vôo ? Ora, isso era óbvio, pois meus companheiros de viagem eram todos negros que usavam roupas que mais pareciam lençóis enrolados no corpo e falavam um idioma muito diferente do hebraico. Quando perguntei o nome de seu país de orígem, recebi a resposta: somos judeus da Etiopia e estamos migrando para Israel! Naquele mesmo momento eu soube que o som dos tambores da guerra havia sido extintos e havia sido substituído por outro batuque: o dos tambores da paz! Após milhares de anos de exílio, a tribo perdida de Dan, composta pelos judeus da Etiópia, retornava ao berço de seu povo: a terra de Israel ! Este era o final de uma história: a do exílio dos judeus negros da Etiópia. Este era o inicio de duas histórias: a da chegada dos Judeus Etiopes à Terra Prometida e a da minha chegada, tão maravilhosamente bem acompanhado às mesmas sagradas terras! |
Fonte:
Por que você nasceu?
Numa reunião de família que celebrava o nascimento de uma criança, o Rebe explicou os três motivos para se alegrar numa ocasião dessas: o júbilo de toda a nação pelo nascimento de um novo membro, a alegria dos pais por serem abençoados com um filho, e a alegria da criança por ter sido trazida ao mundo.
"Mas como podemos celebrar quando ainda não sabemos o que a criança será?" perguntou um homem. "O nascimento marca o momento em que a alma entra no corpo" – disse o Rebe. "E como a alma está conectada diretamente a D’us, este é motivo suficiente para se alegrar." Por que você nasceu? Seu nascimento significa que você é filho de D’us. Seu nascimento não foi apenas um acidente; D’us escolhe cada um de nós para desempenhar uma missão específica neste mundo, assim como o compositor organiza harmoniosamente cada nota musical. Tire uma nota que seja, e a composição se desintegra. Cada pessoa tem seu valor; cada pessoa é insubstituível. Sua vida está sempre o levando na direção de seu destino, e todo momento é significativo e precioso. Muitas pessoas parecem sentir que, apenas porque não escolhemos vir ao mundo, nosso nascimento é um golpe de coincidência ou do acaso. Isso não poderia estar mais longe da verdade. O nascimento é a maneira de D’us dizer que Ele investiu Sua vontade e energia para criar você; D’us sente grande alegria quando você nasce, o maior prazer imaginável, pois o instante do nascimento engloba o potencial de todas as futuras realizações. Quando, exatamente, começa a vida? No nascimento, a alma entra no corpo, criando uma vida que se sustenta, um ser humano autônomo. Um feto, obviamente, é um organismo vivo completo com cérebro em funcionamento, coração e membros. Mas é somente uma extensão, embora viva, da mãe. Contém a vida, mas ainda não é independente, sustentado por sua própria força.
Portanto, o instante do nascimento assinala o início de nossa missão na terra, que é transformar nosso mundo material num veículo de expressão espiritual e Divindade. O processo da vida é muito mais que simples biologia. Uma pessoa não está plenamente viva a menos que esteja sintonizada com o propósito mais elevado de sua alma, a menos que conheça sua missão. Muitos de nós sentimos um lado espiritual em nossa vida. Talvez o busquemos apenas de tempos em tempos. Mas como estamos tão ocupados com nossa vida diária e tão famintos pela gratificação instantânea, esquecemos – ou jamais separamos tempo para aprender – por que, para começar, estamos aqui. Cada um de nós tem uma opção: podemos estar meramente vivos no sentido biológico ou podemos ser realmente vivos, espiritualmente vivos. Mesmo como adultos, podemos viver da maneira que um feto vive – comendo, bebendo e dormindo, uma pessoa completa que carece de seu elemento mais vital: uma alma. Ou podemos aproveitar nossa capacidade para sermos espiritualmente sensíveis, e participar do mundo. É tentador passar nossa vida num estado semelhante ao do feto. Até os Sábios admitem isso: ‘É mais agradável não nascer do que nascer." Não seria mais fácil passar pela vida aquecido e bem alimentado, protegido do mundo exterior, que suportar as difíceis batalhas da vida que todos teremos de conhecer?
De fato, muitos tentam se isolar, reagindo à vida mas nunca se envolvendo nela por completo. Sob esta ótica, vemos que o nascimento, acima de tudo o mais, é um desafio, o primeiro e talvez o mais difícil que jamais enfrentaremos. Por um momento, pense sobre as experiências de um bebê. Agora tente imaginar seu próprio nascimento. Que momento monumental! Que sentimentos você teve? Que vozes escutou? Cientistas e psicólogos estão apenas começando a reconhecer aquilo que a Torá tem ensinado durante milhares de anos: que nossas experiências como recém-nascido têm um profundo impacto em nossa psique interior. Um recém-nascido é tão receptivo como uma esponja seca. Escuta talvez ainda mais que um adulto; exatamente porque sua mente consciente ainda não funciona, e porque não entende as palavras, um recém-nascido é muito mais impressionável. Absorve tudo em seu ambiente na forma mais pura, sem ser adulterada pelo ego ou intelecto adulto. A educação, portanto, começa no momento em que a criança nasce. Isso nos apresenta uma profunda responsabilidade sobre como nos comportar na presença de uma criança, e como tratamos as crianças desde o instante do nascimento. Lembre-se: a alma de um recém-nascido está completamente viva, com ouvidos abertos que escutam tudo. Um respeitado rabino, quando bebê, era carregado com freqüência em seu cestinho para ouvir preces e canções. Ele cresceu e se tornou um grande erudito e, em reconhecimento à maneira pela qual fora criado, era cumprimentado muitas vezes com a bênção: "Abençoada seja aquela que lhe deu à luz." | |||||||
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Sabedoria diante do Irã
Leonam Guimarães, membro do Grupo
Permanente de Assessoria em Energia Nuclear
e da Agência Internacional de Energia Atômica
Nem alarmismo nem complacência com o Irã. Com base no último relatório da AIEA, pode-se afirmar com elevado grau de certeza de que o Irã não tem hoje uma arma nuclear e que não terá uma nem amanhã nem na próxima semana nem no mês que vem nem daqui a um ano. Afirmar o contrário, com base na superposição de hipóteses irrealistas baseadas nos piores casos possíveis, seria irresponsável. Por outro lado, também seria irresponsável ser complacente com o programa nuclear do Irã, porque em todos os aspectos-chave do que é preciso para ser capaz de ter uma arma nuclear, o país fez progressos significativos. Não se pode afirmar com confiança que Irã não terá uma arma nuclear daqui a dois anos. Se eles quiserem seguir esse caminho e se tudo correr bem, talvez eles possam.
Persuadir o Irã a abandonar inteiramente o enriquecimento pode ser o objetivo para alguns, mas não é exeqüível, dado o forte apoio que existe em todo o espectro político do país. O enriquecimento é visto como um direito e tornou-se parte indissociável do conceito de soberania nacional do Irã. O Irã já tem capacidade nuclear, mas ter armas nucleares não é uma conseqüência necessária dessa constatação. Suécia, Alemanha e Japão também a tem e nunca cruzaram, nem são suspeitos de terem a intenção de cruzar, a linha entre “ter capacidade nuclear” e “ter armas nucleares”. No Brasil, cruzar essa linha é proibido pela Constituição. Mas Israel, Índia, Paquistão e Coréia do Norte fizeram isso. Uma combinação ponderada de quatro elementos de resposta política disponíveis à comunidade internacional pode fazer com que o Irã não cruze essa linha:
Persuadir o Irã a abandonar inteiramente o enriquecimento pode ser o objetivo para alguns, mas não é exeqüível, dado o forte apoio que existe em todo o espectro político do país. O enriquecimento é visto como um direito e tornou-se parte indissociável do conceito de soberania nacional do Irã. O Irã já tem capacidade nuclear, mas ter armas nucleares não é uma conseqüência necessária dessa constatação. Suécia, Alemanha e Japão também a tem e nunca cruzaram, nem são suspeitos de terem a intenção de cruzar, a linha entre “ter capacidade nuclear” e “ter armas nucleares”. No Brasil, cruzar essa linha é proibido pela Constituição. Mas Israel, Índia, Paquistão e Coréia do Norte fizeram isso. Uma combinação ponderada de quatro elementos de resposta política disponíveis à comunidade internacional pode fazer com que o Irã não cruze essa linha:
1. Contenção. Sanções, controles de exportação, sabotagem industrial e outras medidas podem restringir a capacidade do Irã de expandir o programa nuclear de forma acelerada.
2. Dissuasão. Irã pode ser dissuadido de cruzar a linha se os responsáveis políticos de alto nível do país souberem, e eles certamente sabem, que isso implicaria necessariamente em uma ação militar preventiva.
3. Inspeções intrusivas. A AIEA é apenas capaz de monitorar instalações declaradas. Inspeções mais intrusivas proporcionariam uma maior confiança de que o Irã não está engajado em atividades secretas relacionadas ao enriquecimento de urânio e ao desenvolvimento de armas nucleares.
4. Diplomacia. Qualquer solução pacífica exigirá negociações e incentivos positivos. Contenção e dissuasão por si só não vão convencer o Irã a ignorar seu orgulho nacional e ceder à pressão. Alternativas positivas devem ser apresentadas. A principal finalidade desses dois primeiros elementos consiste em persuadir o Irã a sentar-se à mesa de negociação e isso, claramente, não está funcionando. Como saber se eles estão prontos para negociações reais, sem lhes falar diretamente? São necessários contatos discretos para sondar intenções e possibilidades de compromisso. O chefe da agência de energia atômica do Irã chegou a dizer que o país estaria disposto a colocar suas instalações sob controle da AIEA por cinco anos, mas não é de todo claro o que ele queria dizer com isso. É necessário descobrir.
Em suma, se o Irã pode, tecnicamente, “cruzar a linha” em menos de dois anos, esse tempo deve ser usado com sabedoria. É preciso buscar novos caminhos diplomáticos para tentar descobrir como e quando o Irã estaria pronto para negociação de algum tipo de compromisso. E isso antes que a contenção e dissuasão se demonstrem definitivamente ineficazes, como até agora têm sido, e o mundo seja empurrado para um conflito de conseqüências imprevisíveis.
Publicado no blog de Paulo Moreira Leite/Revista Época
FONTE:
sábado, 19 de novembro de 2011
Meharat HaMachpelá, a Gruta dos Patriarcas
Resumo Uma das mais famosas propriedades da terra é Meharat Machpelá (também conhecida como “A Gruta dos Patriarcas”), na cidade de Hebron, no sul de Israel. Machpelá significa “dupla” em hebraico. Um motivo para o nome é que quatro casais famosos estão sepultados ali: Adam e Eva, Avraham e Sara, Yitschac e Rivca e Yaacov e Lea (nossa matriarca Rachel foi enterrada em outro local). História Básica Conforme é relatado em Bereshit, Avraham adquiriu a gruta e o campo circundante como sepultura para sua esposa Sara, tornando-o o primeiro pedaço de terra na Terra santa a torna-se propriedade legal do povo judeu. Isso ocorreu em 1677 AEC. Antes de Yaacov morrer no Egito, em 1523 AEC, ele fez Yossef prometer que o tiraria do Egito e o enterraria com seus pais na Gruta de Machpelá. E de fato, eles realizaram uma viagem especial com este fim. 194 anos depois, um ano após os judeus deixarem o Egito, Caleb tornou-se o primeiro judeu registrado a fazer a jornada até este local de repouso e rezar nele. Foi depois seguido por incontáveis outros no decorrer dos tempos. O grande e imponente edifício de pedra que existe hoje acima da caverna foi construído por Herodes no primeiro século AEC. (Na verdade, o edifício, com paredes de pedra de quase dois metros de espessura, é a única estrutura herodiana completamente intacta.) A gruta onde jazem nossos Patriarcas e Matriarcas está abaixo dessa estrutura. Por volta de 1490, o acesso à gruta foi fechado, e permanece fechado até hoje. Como descendentes de Ismael, filho de Avraham, os árabes também reverenciam o local do túmulo de Avraham. Não se sabe exatamente quando eles construíram a mesquita dentro das muralhas herodianas. O complexo foi tomado pelos Cruzados em 1100, mas menos de 100 anos depois, foi novamente convertido em uma mesquita. Ao final do Século 14, os governantes muçulmanos proibiram os judeus de entrarem no local, mas tinham permissão de se aproximar até o 5º degrau de uma escadaria a sudeste. A certa altura, isso foi alterado para o sétimo degrau. A comunidade judaica de Hebron existe há séculos. No decorrer das gerações, os judeus iam rezar na Gruta de Machpelá, mesmo que pudessem ir apenas até o sétimo degrau. Essa antiga comunidade judaica foi destruída no massacre de 1929 quando os árabes irromperam no Bairro Judaico e assassinaram muitos judeus. O governo britânico então forçou todos os sobreviventes a deixarem a cidade. Após a Guerra dos Seis Dias, a área voltou ao controle de Israel e finalmente foi cancelada a restrição que limitava a entrada dos judeus até o sétimo degrau. Os judeus retornaram a Hebron, e foi restabelecida uma sinagoga na Gruta de nossos Patriarcas. Importância Espiritual Durante a longa e dolorosa jornada de nossa nação ao longo da história, os locais sagrados de repouso de nossos justos ancestrais tem servido como oásis espiritual. O túmulo de nossos Patriarcas e Matriarcas, fundadores de nossa nação, tem sido um local onde os judeus têm ido rezar desde tempos primórdios. No exemplo mais antigo, a Torá nos relata que Caleb, um dos doze espiões que Moshê enviou para fazer um reconhecimento da Terra de Canaã, fez um desvio em Hebron. O Talmud nos conta que ele desejava rezar na gruta onde Avraham, Sara, Yitschac, Rivca, Yaacov e Lea estão enterrados. Ele implorou aos Patriarcas e Matriarcas para intercederem a D'us por misericórdia de sua alma e que o salvasse de sucumbir a maldosa trama arquitetada pelos outros espiões. Este é um modelo que seguimos até os dias de hoje quando visitamos os túmulos de pessoas sagradas para invocar misericórdia a D'us em tempos difíceis. O Zohar relata que a Gruta de Machpelá é especial, não em virtude daqueles que ali repousam, mas porque é o portal para o Jardim do Éden. Adam, o primeiro homem, reconheceu a singularidade daquele local quando viu um raio de luz emanando da área. Portanto, ele cavou a gruta como túmulo para si mesmo e para sua mulher. Depois que Adam e Eva foram enterrados ali, a luz ficou oculta. Anos depois, Avraham descobriu o segredo novamente quando por engano encontrou a gruta. Ele decidiu que queria ser enterrado ali também, no portal para o Jardim do Éden. Nossas preces hoje, especialmente neste local sagrado, o portal para o mundo das almas, podem conseguir que nossos pais e mães intercedam em nosso favor. Fatos Interessantes Conforme o MIdrash, Avraham que era um residente de Hebron, teve um encontro sobrenatural no local da Gruta de Machpelá. Foi após sua circuncisão, e ele estava recebendo os três anjos (disfarçados de seres humanos) como convidados. Um bezerro que ele queria servir a eles saiu correndo, e enquanto tentava apanhá-lo, ele tropeçou nesta gruta. reconheceu os túmulos de Adam e Eva. Velas foram acesas e havia uma fragrância especial. Ele viu a entrada para o Jardim do Éden. * Ninguém jamais entrou na Gruta dos Patriarcas propriamente dita, que fica localizada em profundidade subterrâneas. Conta a lenda que ninguém que tenha tentado isto conseguiu retornar. Somente um judeu, Rabi Abraham Azulai, o cabalista conhecido como “Chesed LeAvraham,” temos conhecimento de ter descido à gruta e voltado vivo. A história ocorreu há cerca de trezentos anos. O sultão turco tinha por engano deixado sua espada cair na Gruta. Após vários soldados do sultão terem descido para apanhá-la e terem morrido lá embaixo, o sultão ordenou que a comunidade judaica fornecesse um voluntário que pudesse recuperar a espada. Caso contrário, todos seriam mortos. Rabi Azulai, na época já idoso, resolveu o dilema oferecendo-se para ir. Quando recuperou a espada, os judeus de Hebron celebraram. Os sete dias e noites seguintes Rabi Azulai passou ensinando segredos cabalísticos aos seus alunos. Uma semana após ele ter descido à Gruta, faleceu e foi enterrado no cemitério judaico em Hebron. * Segundo fontes do Midrash quando Yaacov morreu, Essav tentou impedir os filhos de Yaacov de enterrarem o pai na Gruta de Machpelá. Enquanto o ligeiro Naftali corria até o Egito para recuperar o título de Machpelá para provar que era propriedade deles, o filho surdo-mudo de Dan, Hushim, viu a comoção e decapitou Essav. A cabeça rolou até a gruta e foi parar ao pé de seu pai Yitschac, onde permanece enterrada até hoje. Atualmente Em 1995, o Acordo Wye River deu ao waqf (setor administrativo muçulmano) o controle da maior parte da Gruta de Machpelá, incluindo a seção sudeste, que contém os cenotáfios (monumentos) de Yitschac e Rivca (“Ohel Yitschac”). Esta é também a área que contém a única entrada conhecida da Gruta, e que possivelmente está diretamente sobre a própria caverna. Os judeus rezam em outras seções do edifício na maior parte do ano, e somente têm permissão de visitar Ohel Yitschac dez dias por ano. Um desses dias é o Shabat de Chayê Sara, quando lemos a porção da Torá que descreve a compra da gruta por Avraham. Dezenas de milhares de visitantes convergem em Hebron durante este final de semana para passarem juntos este Shabat. A Gruta de Machpelá está aberta a turistas e visitantes todos os dias. Muitos ônibus Egged (equipados com janelas à prova de balas) viajam diariamente das cidades mais importantes de Israel para Kiryat Arba, a comunidade judaica adjacente. Alguns prosseguem até a área judaica de Hebron e para a Gruta de Machpelá. Se você deseja caminhar de Kiryat até Hebron, é aconselhável fazê-lo com escolta armada. Uma estadia para um Shabat em Hebron, ou na comunidade vizinha de Kiryat Arba, é realmente uma experiência elevadora e marcante. Passar algum tempo neste local dos mais sagrados é realmente inspirador. Se você precisa de acomodação para o Shabat, ou se necessita de algum tipo de assistência enquanto estiver em Hebron, entre em contato com Rabino Danny e Batsheva Cohen, o caloroso casal que dirige as atividades de Chabad nesta cidade sagrada. Clique aqui para entrar em contato com eles. |
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Paz Agora
Herman Glanz
Ninguém fala que o Estado Judeu tem o direito de existir. Ninguém fala que os judeus têm o direito de viver como tal, em qualquer lugar. Mas gente nossa, o “Paz Agora” e outros, defendem o direito dos palestinos de hoje, sem pensar em si mesmo. O direito deles deve respeitar o direito de Israel, o que não acontece, tornando difícil defender direitos que se opõem, com violência, ao direito do Estado Judeu existir.
Vejamos como os judeus são tratados nos países árabes muçulmanos:
Judeus não são cidadãos (ou lhes são retirada a cidadania) dos Estados Árabes. São tratados como cidadãos de segunda classe. Aliás, Karl Marx já havia informado a respeito do tratamento de segunda classe aos não-muçulmanos, pois os muçulmanos dividem o mundo entre os fiéis e infiéis (os que não seguem o islamismo).
Judeus têm uma carteira de identidade especial, onde figura, em letras grandes, “Judeu”. Isso nos foi mostrado por judeu egípcio, expulso em 1956 por Nasser, vindo ao Brasil.
As instituições comunitárias judaicas são fechadas ou nacionalizadas.
Judeus estão sujeitos a restrições e quotas. O judeu egípcio nos dizia que, tal qual existe aqui a Lei dos 2/3, referente ao quantitativo de empregados brasileiros das empresas, existe lá a Lei de 80% de muçulmanos, de qualquer nacionalidade; judeus, mesmo egípcios, ficam incluídos nos 20%.
Judeus são banidos dos empregos públicos.
Em muitos Estados Árabes os judeus estão proibidos de viajar ou deixar o país.
Judeus estão submetidos a prisões arbitrárias, “acusados” de “sionistas”.
Muitos judeus foram executados sob falsas acusações.
Os judeus tiveram suas contas bancárias congeladas e propriedades sequestradas, como os expulsos por Nasser em 1956/57. Não se fala em indenização.
Os judeus eram obrigados a dar sociedade aos muçulmanos nas suas empresas.
Os refugiados judeus dos Estados Árabes, que foram expulsos, não mereceram o status de refugiados, sendo cerca de 900.000.
Chama a atenção que nenhuma das organizações dedicadas aos Direitos Humanos protesta contra as discriminações e contra as violações aos direitos humanos naqueles países. Contra os judeus, pelo que parece, não há violação dos direitos humanos.
Por outro lado, para um acordo com os palestinos é preciso haver vontade dos dirigentes palestinos para aceitar o Estado Judeu. Para fazer a guerra basta um querer; para fazer a paz é preciso que dois o queiram. É impossível um acordo com quem considera o outro de modo inferior, de segunda classe. O anteprojeto da Constituição do futuro Estado Palestino inclui artigo onde fica claro que a legislação do Estado se baseia na “Shariá”, a lei islâmica decorrente do “Alcorão”. E esta lei impõe a segunda classe aos infiéis. O atual dirigente palestino, Mahmoud Abbas, defendeu tese de mestrado na Universidade Patrick Lumunba, para terceiro-mundistas, na antiga URSS, sobre a negação do Holocausto. Os livros escolares da Autoridade Palestina indicam que Israel não existe e incitam o ódio aos judeus e israelenses. Dizem que Abbas é um moderado, na realidade é tão anti-Israel quanto o Hamas, mas o faz de maneira light. Por enquanto, a paz deve esperar, para se mostrar presente, por ausência de um interlocutor e que seja um estadista de verdade e queira a paz.
Foi Zeev Jabotinsky, no seu ontológico texto, “A Muralha de Ferro”, quem profetizou que é necessário enfrentar todos os ataques até que, vendo não poder Israel ser derrotado, entrarão em campo os moderados. A verdade é que os muçulmanos também pensam assim, e não têm respeito pelos seus, deixando-os como refugiados há mais de 60 anos, só para servir aos seus interesses políticos, cansando os israelenses e judeus, que passam a pensar em Paz Agora, a qualquer preço. Mas, parece, entre os palestinos, já está surgindo um grupo de Paz Agora e assim surge a esperança de paz.
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Uma parceria feita no céu
por Daniel Lasar | |||
Na vida, as pessoas freqüentemente pensam que os fatos acontecem por pura coincidência. Não percebemos que na verdade é a mão de D’us que faz com que as coisas aconteçam em momentos aparentemente não auspiciosos. Na porção da Torá desta semana, temos um excelente exemplo deste fenômeno. Eliezer, após ser instruído por Avraham para encontrar uma esposa apropriada para Yitschac, reza a D’us para que guie os acontecimentos para que seja encontrado o par perfeito. Nem bem tinha ele formulado esta súplica quando Rivka apareceu, agindo de uma forma que demonstrou bondade, no beneficente tratamento ministrado a Eliezer e seus camelos. A Torá relata: "E foi quando ele não tinha ainda terminado de falar que Rivka saiu de repente…" (Bereshit 24:15). Rabeinu Bachya enfatiza que a palavra hebraica para "ele" usada no versículo parece supérflua, e que ao invés de referir-se a Eliezer, "ele" refere-se a D’us. Desta maneira, este versículo conta como D’us intercedeu para assegurar-se de que Eliezer "encontraria" Rivka no momento oportuno. Além disso, os comentários explicam que devido ao recato de Rivka, ela raramente aventurava-se até o poço, mas D’us fez com que ela fosse, naquele dia específico. Se uma cena similar tivesse lugar nos dias de hoje, a pessoa poderia não perceber como este evento foi providencialmente dirigido. Os observadores poderiam ver um encontro entre duas pessoas como algo fortuito – um incidente casual de "rapaz encontra garota". Entretanto, é importante perceber que no esquema mais amplo das coisas, tal incidente não pode ser visto como sendo algo simples; A parceria (shiduch) de Yitschac e Rivka é um excelente exemplo de D’us trabalhando nos bastidores e direcionando os acontecimentos do mundo. Talvez esta narrativa da Torá represente mais efetivamente o termo judaico "basheirt", geralmente usado em referência ao futuro cônjuge de alguém, que será encontrado na hora "apropriadamente estabelecida", e de forma mais geral referindo-se ao conceito de que tudo flui da vontade de D’us. Desta maneira, a descrição do impressionante encontro entre dois dos mais importantes progenitores do povo judeu deveria nos sensibilizar, a fim de que percebamos que a cada fato da vida, a cada encruzilhada de incertezas, e a cada momento de interação, existem eventos que não são meramente acidentais, mas sim exemplos da ativa participação de D’us em nossas vidas do dia-a-dia. As coisas acontecem por uma razão; porém contando apenas com nossa limitada sensibilidade espiritual, nem sempre reconhecemos seu propósito. |
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