sábado, 19 de novembro de 2011

Meharat HaMachpelá, a Gruta dos Patriarcas



Resumo
Uma das mais famosas propriedades da terra é Meharat Machpelá (também conhecida como “A Gruta dos Patriarcas”), na cidade de Hebron, no sul de Israel.

Machpelá significa “dupla” em hebraico. Um motivo para o nome é que quatro casais famosos estão sepultados ali: Adam e Eva, Avraham e Sara, Yitschac e Rivca e Yaacov e Lea (nossa matriarca Rachel foi enterrada em outro local).

História Básica
Conforme é relatado em Bereshit, Avraham adquiriu a gruta e o campo circundante como sepultura para sua esposa Sara, tornando-o o primeiro pedaço de terra na Terra santa a torna-se propriedade legal do povo judeu. Isso ocorreu em 1677 AEC.

Antes de Yaacov morrer no Egito, em 1523 AEC, ele fez Yossef prometer que o tiraria do Egito e o enterraria com seus pais na Gruta de Machpelá. E de fato, eles realizaram uma viagem especial com este fim.

194 anos depois, um ano após os judeus deixarem o Egito, Caleb tornou-se o primeiro judeu registrado a fazer a jornada até este local de repouso e rezar nele. Foi depois seguido por incontáveis outros no decorrer dos tempos.

O grande e imponente edifício de pedra que existe hoje acima da caverna foi construído por Herodes no primeiro século AEC. (Na verdade, o edifício, com paredes de pedra de quase dois metros de espessura, é a única estrutura herodiana completamente intacta.)

A gruta onde jazem nossos Patriarcas e Matriarcas está abaixo dessa estrutura. Por volta de 1490, o acesso à gruta foi fechado, e permanece fechado até hoje.

Como descendentes de Ismael, filho de Avraham, os árabes também reverenciam o local do túmulo de Avraham. Não se sabe exatamente quando eles construíram a mesquita dentro das muralhas herodianas. O complexo foi tomado pelos Cruzados em 1100, mas menos de 100 anos depois, foi novamente convertido em uma mesquita.

Ao final do Século 14, os governantes muçulmanos proibiram os judeus de entrarem no local, mas tinham permissão de se aproximar até o 5º degrau de uma escadaria a sudeste. A certa altura, isso foi alterado para o sétimo degrau.

A comunidade judaica de Hebron existe há séculos. No decorrer das gerações, os judeus iam rezar na Gruta de Machpelá, mesmo que pudessem ir apenas até o sétimo degrau. Essa antiga comunidade judaica foi destruída no massacre de 1929 quando os árabes irromperam no Bairro Judaico e assassinaram muitos judeus. O governo britânico então forçou todos os sobreviventes a deixarem a cidade.

Após a Guerra dos Seis Dias, a área voltou ao controle de Israel e finalmente foi cancelada a restrição que limitava a entrada dos judeus até o sétimo degrau. Os judeus retornaram a Hebron, e foi restabelecida uma sinagoga na Gruta de nossos Patriarcas.

Importância Espiritual
Durante a longa e dolorosa jornada de nossa nação ao longo da história, os locais sagrados de repouso de nossos justos ancestrais tem servido como oásis espiritual. O túmulo de nossos Patriarcas e Matriarcas, fundadores de nossa nação, tem sido um local onde os judeus têm ido rezar desde tempos primórdios.

No exemplo mais antigo, a Torá nos relata que Caleb, um dos doze espiões que Moshê enviou para fazer um reconhecimento da Terra de Canaã, fez um desvio em Hebron. O Talmud nos conta que ele desejava rezar na gruta onde Avraham, Sara, Yitschac, Rivca, Yaacov e Lea estão enterrados. Ele implorou aos Patriarcas e Matriarcas para intercederem a D'us por misericórdia de sua alma e que o salvasse de sucumbir a maldosa trama arquitetada pelos outros espiões.

Este é um modelo que seguimos até os dias de hoje quando visitamos os túmulos de pessoas sagradas para invocar misericórdia a D'us em tempos difíceis.

O Zohar relata que a Gruta de Machpelá é especial, não em virtude daqueles que ali repousam, mas porque é o portal para o Jardim do Éden. Adam, o primeiro homem, reconheceu a singularidade daquele local quando viu um raio de luz emanando da área. Portanto, ele cavou a gruta como túmulo para si mesmo e para sua mulher. Depois que Adam e Eva foram enterrados ali, a luz ficou oculta.

Anos depois, Avraham descobriu o segredo novamente quando por engano encontrou a gruta. Ele decidiu que queria ser enterrado ali também, no portal para o Jardim do Éden.


Nossas preces hoje, especialmente neste local sagrado, o portal para o mundo das almas, podem conseguir que nossos pais e mães intercedam em nosso favor.

Fatos Interessantes
Conforme o MIdrash, Avraham que era um residente de Hebron, teve um encontro sobrenatural no local da Gruta de Machpelá. Foi após sua circuncisão, e ele estava recebendo os três anjos (disfarçados de seres humanos) como convidados. Um bezerro que ele queria servir a eles saiu correndo, e enquanto tentava apanhá-lo, ele tropeçou nesta gruta. reconheceu os túmulos de Adam e Eva. Velas foram acesas e havia uma fragrância especial. Ele viu a entrada para o Jardim do Éden.

* Ninguém jamais entrou na Gruta dos Patriarcas propriamente dita, que fica localizada em profundidade subterrâneas. Conta a lenda que ninguém que tenha tentado isto conseguiu retornar. Somente um judeu, Rabi Abraham Azulai, o cabalista conhecido como “Chesed LeAvraham,” temos conhecimento de ter descido à gruta e voltado vivo. A história ocorreu há cerca de trezentos anos. O sultão turco tinha por engano deixado sua espada cair na Gruta. Após vários soldados do sultão terem descido para apanhá-la e terem morrido lá embaixo, o sultão ordenou que a comunidade judaica fornecesse um voluntário que pudesse recuperar a espada. Caso contrário, todos seriam mortos. Rabi Azulai, na época já idoso, resolveu o dilema oferecendo-se para ir. Quando recuperou a espada, os judeus de Hebron celebraram. Os sete dias e noites seguintes Rabi Azulai passou ensinando segredos cabalísticos aos seus alunos. Uma semana após ele ter descido à Gruta, faleceu e foi enterrado no cemitério judaico em Hebron.

* Segundo fontes do Midrash quando Yaacov morreu, Essav tentou impedir os filhos de Yaacov de enterrarem o pai na Gruta de Machpelá. Enquanto o ligeiro Naftali corria até o Egito para recuperar o título de Machpelá para provar que era propriedade deles, o filho surdo-mudo de Dan, Hushim, viu a comoção e decapitou Essav. A cabeça rolou até a gruta e foi parar ao pé de seu pai Yitschac, onde permanece enterrada até hoje.

Atualmente
Em 1995, o Acordo Wye River deu ao waqf (setor administrativo muçulmano) o controle da maior parte da Gruta de Machpelá, incluindo a seção sudeste, que contém os cenotáfios (monumentos) de Yitschac e Rivca (“Ohel Yitschac”). Esta é também a área que contém a única entrada conhecida da Gruta, e que possivelmente está diretamente sobre a própria caverna. Os judeus rezam em outras seções do edifício na maior parte do ano, e somente têm permissão de visitar Ohel Yitschac dez dias por ano. Um desses dias é o Shabat de Chayê Sara, quando lemos a porção da Torá que descreve a compra da gruta por Avraham. Dezenas de milhares de visitantes convergem em Hebron durante este final de semana para passarem juntos este Shabat.

A Gruta de Machpelá está aberta a turistas e visitantes todos os dias. Muitos ônibus Egged (equipados com janelas à prova de balas) viajam diariamente das cidades mais importantes de Israel para Kiryat Arba, a comunidade judaica adjacente. Alguns prosseguem até a área judaica de Hebron e para a Gruta de Machpelá. Se você deseja caminhar de Kiryat até Hebron, é aconselhável fazê-lo com escolta armada.

Uma estadia para um Shabat em Hebron, ou na comunidade vizinha de Kiryat Arba, é realmente uma experiência elevadora e marcante. Passar algum tempo neste local dos mais sagrados é realmente inspirador. Se você precisa de acomodação para o Shabat, ou se necessita de algum tipo de assistência enquanto estiver em Hebron, entre em contato com Rabino Danny e Batsheva Cohen, o caloroso casal que dirige as atividades de Chabad nesta cidade sagrada. Clique aqui para entrar em contato com eles.


FONTE: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário