quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Uma parceria feita no céu


por Daniel Lasar
 
 
 
 
Na vida, as pessoas freqüentemente pensam que os fatos acontecem por pura coincidência. Não percebemos que na verdade é a mão de D’us que faz com que as coisas aconteçam em momentos aparentemente não auspiciosos. 

Na porção da Torá desta semana, temos um excelente exemplo deste fenômeno. Eliezer, após ser instruído por Avraham para encontrar uma esposa apropriada para Yitschac, reza a D’us para que guie os acontecimentos para que seja encontrado o par perfeito. Nem bem tinha ele formulado esta súplica quando Rivka apareceu, agindo de uma forma que demonstrou bondade, no beneficente tratamento ministrado a Eliezer e seus camelos. 

A Torá relata: "E foi quando ele não tinha ainda terminado de falar que Rivka saiu de repente…" 
(Bereshit 24:15). Rabeinu Bachya enfatiza que a palavra hebraica para "ele" usada no versículo parece supérflua, e que ao invés de referir-se a Eliezer, "ele" refere-se a D’us. Desta maneira, este versículo conta como D’us intercedeu para assegurar-se de que Eliezer "encontraria" Rivka no momento oportuno. Além disso, os comentários explicam que devido ao recato de Rivka, ela raramente aventurava-se até o poço, mas D’us fez com que ela fosse, naquele dia específico.

Se uma cena similar tivesse lugar nos dias de hoje, a pessoa poderia não perceber como este evento foi providencialmente dirigido. Os observadores poderiam ver um encontro entre duas pessoas como algo fortuito – um incidente casual de "rapaz encontra garota". Entretanto, é importante perceber que no esquema mais amplo das coisas, tal incidente não pode ser visto como sendo algo simples; A parceria (shiduch) de Yitschac e Rivka é um excelente exemplo de D’us trabalhando nos bastidores e direcionando os acontecimentos do mundo. 

Talvez esta narrativa da Torá represente mais efetivamente o termo judaico "basheirt", geralmente usado em referência ao futuro cônjuge de alguém, que será encontrado na hora "apropriadamente estabelecida", e de forma mais geral referindo-se ao conceito de que tudo flui da vontade de D’us. 
Desta maneira, a descrição do impressionante encontro entre dois dos mais importantes progenitores do povo judeu deveria nos sensibilizar, a fim de que percebamos que a cada fato da vida, a cada encruzilhada de incertezas, e a cada momento de interação, existem eventos que não são meramente acidentais, mas sim exemplos da ativa participação de D’us em nossas vidas do dia-a-dia. As coisas acontecem por uma razão; porém contando apenas com nossa limitada sensibilidade espiritual, nem sempre reconhecemos seu propósito.


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