Nos Bastidores da Diplomacia: basta um microfone aberto… Os microfones acidentalmente abertos em uma conversa entre os presidentes dos Estados Unidos e da França revelaram como Barak Obama e Nicolas Sarkozy tratam a questão palestina nos bastidores da diplomacia. Seis jornalistas que aguardavam a entrevista dos dois durante a cúpula do G-20, em Cannes, no dia 3 de novembro, ouviram o diálogo confidencial pelo canal em que deveria ocorrer a tradução simultânea. Os repórteres decidiram não divulgar o material porque não o tinham gravado. Porém, na segunda-feira (7), ele foi revelado pelo site francês especializado em cobrir os bastidores da imprensa Arrête Sur Images. Os dois presidentes deixaram de lado qualquer restrição sobre o delicado tema das relações Israel-Palestina. Obama começou criticando Sarkozy por não tê-lo avisado que iria votar a favor da adesão da palestina à Unesco, enquanto os Estados Unidos se posicionaram firmemente contra. A conversa a seguir refere-se ao primeiro-ministro israelente, Bibi Netanyahu. "Não posso nem vê-lo, é um mentiroso", disse Sarkozy. Obama, em seguida retrucou: "Você pode estar cheio, mas eu, tenho que lidar com ele todos os dias." "Você tem que passar a mensagem junto aos palestinos que eles devem parar com isso imediatamente", pedido de Obama a Sarkozy para tentar "convencer" os palestinos para abrandar sua proposta de adesão à ONU. Bibi deve estar rindo da gafe cometida, e que deve ter contado com a Mãozinha lá de cima. Afinal, sabemos e somos prova de que na vida nada é por acaso… Ainda não encontrei nada que tenha sido publicado sobre o “troco” de Bibi, embora dê para prever o prato cheio que este episódio renderá em pautas de programas de humor e charges. Além de um líder carismático, corajoso e de uma mente afiada, nada irá detê-lo em sua meta de levar Israel a cumprir seu papel no mundo e na defesa de seus direitos. Geralmente ao subir no palco da ONU a maioria dos líderes fica intimidada pelo excesso de diplomacia. Mas não BIbi. O primeiro-ministro subiu transcendendo as circunstâncias, nada poderia escravizar a sua voz. Na ONU deixou sua alma falar, sua alma judia. Foi a primeira vez na história de Israel, uma democracia liberal secular, que um líder declarou em público que a sua fonte de inspiração foi o Rebe. Netanyahu citou seu encontro com o Rebe de Lubavitch, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memoria, há 25 anos: “Em 1984, depois de ter ido à ONU como embaixador de Israel, encontrei o Rebe. Ele começou a falar comigo durante 40 minutos. E ele me disse: ‘Você está indo para um lugar de profunda escuridão e mentiras. Se acender uma vela da verdade, vai dispersar a escuridão.’ Neste assunto Netanyahu não deixa dúvidas. Provou que tem coragem quando teve a “chutspá, ousadia, de no palco das Nações começar seu discurso deplorando a escuridão do local, veja apenas alguns trechos [no final do artigo link para seu discurso na íntegra, trazendo à tona fatos que comprovam a história]: “…Esse é um aspecto triste da ONU. É o... o teatro do absurdo. Não só Israel é apresentado como o vilão; com frequência, os verdadeiros vilões desempenham o papel de protagonistas: a Líbia de Kadafi presidiu a Comissão das Nações Unidas sobre Direitos Humanos; o Iraque de Saddam chefiou o Comitê da ONU sobre Desarmamento. Pode-se dizer: isso é passado. Bem, aqui está o que acontece agora... exatamente agora, hoje. O Líbano, controlado pelo Hezbollah, preside o Conselho de Segurança da ONU. Isso significa que uma organização terrorista preside a instância encarregada de garantir a segurança do mundo. Isso não poderia acontecer. “Então, aqui na ONU, maiorias podem decidir qualquer coisa de modo automático. Podem decidir que o Sol se põe no oeste ou nasce no oeste. Penso que a primeira alternativa já foi pré-ordenada. Mas essas maiorias também podem decidir... e decidiram, que o Muro das Lamentações, em Jerusalém, o lugar mais sagrado do judaísmo, é território palestino ocupado. E até mesmo aqui, na Assembléia Geral, a verdade às vezes pode entrar. Em 1984, quando fui nomeado embaixador de Israel nas Nações Unidas, visitei o grande rabino de Lubavich. Ele me disse... e, senhoras e senhores, não quero que nenhum de vocês se ofenda por causa da experiência pessoal de servir aqui, sei que há muitos homens e mulheres honrados, muitas pessoas capazes e decentes servindo suas nações na ONU. Mas eis o que o rabino me disse. Ele me disse: ‘Você vai servir numa casa de muitas mentiras.’ E então falou: ‘Lembre que, até mesmo no lugar mais escuro, a luz de uma única vela pode ser vista em toda parte.’ “Hoje espero que a luz da verdade brilhe, mesmo que apenas por alguns minutos, em um salão que há muito tempo tem sido um local de trevas para meu país… Vim aqui para falar a verdade. A verdade é que Israel quer a paz. A verdade é que eu quero a paz. A verdade é que no Oriente Médio, em todos os momentos, mas especialmente nestes dias turbulentos, a paz deve ser ancorada na segurança. A verdade é que não podemos alcançar a paz por intermédio de resoluções da ONU, mas apenas por meio de negociações diretas entre as partes. “Trago esses problemas porque eles não são problemas teóricos. São muito reais. E, para os israelenses, são assunto de vida e morte. Todas essas potenciais aberturas na segurança de Israel têm de ser fechadas num acordo de paz antes de um Estado palestino ser declarado, e não depois, porque, se deixarmos isso para depois, elas não serão fechadas. E esses problemas vão explodir em nossa cara e explodirão a paz. Os palestinos devem primeiro fazer a paz com Israel e, em seguida, obter o seu Estado…” A um jornalista ele declarou: “É isto o que venho tentando fazer aqui: apresentar a verdade de maneira clara e com confiança.” Nisto, somos unânimes: Bibi não tem duas caras! |
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Confidencial - Desta vez não foi o Wikileaks
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