domingo, 18 de dezembro de 2011

As Luzes de Chanucá e os Mandamentos Divinos


O mandamento Divino de acender as luzes de Chanucá é semelhante, em dois aspectos, ao mandamento da Mezuzá – o rolo de pergaminho, no qual está escrita a passagem bíblica do Shemá Israel, que é colocado no umbral de uma propriedade judaica.
Uma semelhança é que tanto as luzes de Chanucá quanto o rolo de pergaminho devem ser colocados ao lado da porta de casa; e a outra é que ambos devem ficar do lado de fora da casa. Contudo, há também duas diferenças significativas entre esses dois mandamentos.
A primeira diferença é que a Mezuzá precisa ser afixada do lado direito da porta, ao passo que as luzes de Chanucá sãocolocadas ao lado esquerdo da porta. A outra diferença é que apesar de ambas serem colocadas do lado de fora da casa, no caso da Mezuzá isto serve para indicar a entrada: serve para apontar o domínio privado da pessoa, fornecendo bênçãos e proteção a quem nele habita. Em contraposição, as luzes deChanucá destinam-se a brilhar para fora, iluminando, a partir daí, o exterior – o domínio público.
Estes dois aspectos diferenciadores do mandamento das luzes de Chanucá – a dizer, sua colocação do lado esquerdo e no exterior do domínio privado, apontado para o domínio público – estão entrelaçados. O “domínio público”, Reshut HaRabim, que literalmente significa “o domínio dos muitos”, sugere a idéia de multiplicidade e falta de união. De modo similar, o “lado esquerdo” é a denominação dada à fonte de separação e desunião que prevalece no mundo. O “domínio público” e o “lado esquerdo” são entrelaçados , pois representam o grau do distanciamento, da divisão e da alienação dos seres humanos perante D’us.
Mezuzá e os outros Mandamentos Divinos
Como cada mandamento da Torá representa a vontade de D’us, não cabe a nós, seres humanos finitos, decidir quais são mais ou menos importantes. No entanto, não se pode negar que há certos mandamentos que são mais enfatizados pela própria Torá. O da colocação da Mezuzá é um desses; diz-seque sua importância equivale à de todos os demais mandamentos em conjunto. Assim como os mandamentos da colocação dos Tefilin e do ensino e estudo da Torá, o da colocação da Mezuzá aparece no primeiro e segundo parágrafos do Shemá Israel. Sendo que este mandamento engloba dentro de si os demais ordenamentos da Torá, é de se esperar que praticamente todos eles compartilhem as duas características básicas da Mezuzá: a idéia do lado direito – pois a Mezuzá sempre deve ser colocada à direita, no umbral da porta – e o conceito de estar direcionada para dentro, dirigida ao interior de um domínio privado.
De fato, quase todos os mandamentos da Torá compartilham essas duas características. Com poucas exceções, qualquer mandamento a ser cumprido com a mão de uma pessoa, deve ser feito com a mão direita. Por exemplo, quando o Templo Sagrado de Jerusalém estava de pé, uma oferenda era invalidada se a pessoa não a oferecesse com a mão direita. Ademais, assim como a Mezuzá, muitos mandamentos da Torá “dirigem-se para dentro” – ou seja, devem ser realizados em ambientes privados. Quanto aos mandamentos que são realizados em domínio público, eles também podem ser realizados em ambientes privados: não possuem conexão integral com a idéia de um “domínio público”; de fato, não têm conexão com lugar algum.
Já o mandamento das luzes de Chanucá, que é associado com o lado esquerdo e basicamente direcionado ao exterior, é essencialmente diferente dos demais mandamentos da Torá.

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