O francês de origem argelina, Mohamed Merah, de 24 anos, acusado de matar quatro pessoas em uma escola judaica em Toulouse, afirmou que deve se entregar ainda hoje (dia 21 de março) à Polícia francesa. Ele estava sendo investigado há vários anos pelos serviços secretos do país e, de acordo com o presidente Nicolas Sarkozy, pretendia executar novo ataque hoje. As autoridades acreditam que o criminoso tenha ligação com a rede Al Qaeda e com os fundamentalistas “salafistas”. O jovem não demonstra nenhum arrependimento, a não ser por não ter feito mais vítimas, e se vangloria de ter "colocado a França de joelhos". Ele justificou o atentado alegando que queria "vingar crianças palestinas".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que a "propaganda contra Israel e os judeus" é a causa de ataques como o realizado em Toulouse. "Acho que devemos lutar contra essa enorme propaganda contra Israel e os judeus em qualquer lugar, propaganda contra inocentes, que leva a realização de atos bárbaros". Ele também criticou a alta representante europeia de Política Externa, Catherine Ashton, por ter comparado o atentado de Toulouse com a situação em Gaza: "A tragédia e a crueldade desse caso são notórias, trata-se da execução de uma menina de oito anos. A selvageria e a falta de humanidade do assassino são difíceis de compreender. O que mais me indignou foi a comparação entre um massacre contra crianças e uma atividade defensiva cirúrgica do Exército para acabar com terroristas que usam menores como escudo", explicou, acrescentando: "se fizermos esta distinção moral, teremos derrotado o terrorismo, mas se permitimos uma analogia tão mentirosa, então eles terão ganho". Já Catherine Ashton assegurou que as palavras dela sobre o ataque à escola judaica foram "muito distorcidas". Esclareceu que se referiu "a tragédias que custaram a vida de crianças" e ainda garantiu que não fez nenhuma comparação entre as circunstâncias desse ataque e a situação em Gaza. "Estou muito triste pela distorção de minhas palavras. Condeno sem reservas os terríveis assassinatos na escola Ozar Hatorah em Toulouse e transfiro meus sentimentos às famílias e amigos das vítimas, ao povo da França e à comunidade judaica".
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, afirmou que é preciso parar de usar a causa palestina como justificativa para atos de terrorismo. "É o momento destes criminosos deixarem de reivindicar seus atos terroristas em nome da Palestina e que parem de pretender defender a causa de suas crianças, que apenas desejam uma vida decente, para eles mesmos e para todas as crianças do mundo. Nosso povo palestino e seus filhos, que não podem aceitar crimes contra vidas inocentes, condenam categoricamente estes crimes terroristas".
As vítimas foram enterradas no cemitério Har Hamenuhut, em Jerusalém, em cerimônia marcada pela emoção e pela dor. "Todo Israel está de luto e chora a morte de crianças inocentes e de um pai dedicado", lamentou o vice-chanceler israelense, Danny Ayalon, ao receber o ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, que viajou especialmente de Paris para a cerimônia. O representante francês afirmou: "É o sangue de nossos dois países que foi derramado na escola Ozar Hatorah". E garantiu: "Estamos comprometidos com o mesmo vigor com a luta contra o terrorismo, este flagelo que atinge muitas regiões do mundo, infelizmente inclusive a França". As três crianças assassinadas tinham dupla nacionalidade: francesa e israelense.
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