Lashón HaRá, literalmente, significa “má língua”. Em nossos dias, podemos chamá-lo de “declaração difamatória”. A Torá tem 3 classificações de Lashón HaRá. A primeira é clássica: uma pessoa diz a verdade, porém trata-se de uma informação difamatória. A Segunda: Motsi Shem Rá (Criar um mau nome), é quando se difama alguém através de uma mentira. A terceira: Rechilut (transmitir informações, também conhecido como fofoca), contar a alguém o que outro fez ou disse sobre ele. Todas são proibidas. Uma pessoa não deve falar, ouvir ou acreditar em Lashón HaRá - a não ser em situações muito específicas, para evitar danos ou prejuízos.
Lashón HaRá destrói amizades, arruína negócios, arrasa casamentos e encurta vidas. O Talmud nos conta que nós, o Povo Judeu, estamos no exílio por causa dele (Yomá, 9b; Guitin 57b). Existem 17 proibições da Torá e 14 mandamentos positivos que acabam sendo violados quando uma pessoa fala ou ouve Lashón HaRá. Incluído entre os mandamentos negativos estão: “Não seja um fofoqueiro dentro de seu Povo (Vaicrá 19:16)”, “Não preste falso testemunho (Shemót 23:1)”, “Não profane Meu Nome sagrado (Vaicrá 22:32)”. Entre os mandamentos positivos que podem acabar sendo violados estão: “Ame seu próximo como a si mesmo (Vaicrá 19:18)”, “Com justiça você deve julgar seu próximo (Vaicrá 19:15)”, “O Eterno, seu D’us, você deve temer (Devarim 10:20)” e “Ande em Seus caminhos (Devarim 28:9)”.
Se realmente nos importamos com o mundo, a humanidade, ecossistemas, pobreza, saúde, educação, aperfeiçoamento do mundo, ser feliz e propiciar a felicidade aos demais - então o princípio de onde se partir é em nossas bocas, guardando nossas línguas. A Fundação Chofetz Chaim Heritage, nos EUA, uma organização criada para promover “a fala adequada”, coloca isto de uma forma elegante: “D’us deseja que as pessoa vivam juntas, em paz e fraternidade, e as leis da fala adequada são o caminho da Torá para consegui-lo. Na verdade, é um princípio bem simples: Se retirarmos a fofoca, a difamação, a discórdia e a raiva de nossos vocabulários, automática e dramaticamente melhoramos nossas próprias vidas e a vida de todos aqueles que nos rodeiam”.
Não existe nenhuma maneira que eu possa lhes transmitir tudo que precisamos saber sobre as Leis da fala correta. Recomendo-lhes o livro, em inglês, ‘Guard Your Tongue’, do rabino Zelig Pliskin. Está disponível, em português, o excelente livro ‘Chafets Chaim: Uma lição por dia’. (Livraria Sefer – tel: 011-826-1366). Também é possível contatar, pela Internet, o site da Fundação Chofetz Chaim Heritage Foundation: www.chofetzchaimusa.org.
A nossa época é uma de constante procura pelo prazer instantâneo e imediato. As pessoas também querem espiritualidade instantânea. Querem algo que lhes propicie comunicação instantânea com D’us e um sentimento de espiritualidade e santidade. Como diz o provérbio: ‘Não existe almoço de graça!’ Espiritualidade e santidade exigem conhecimento e trabalho sobre nós mesmos – sobre nossas características. Ser cuidadoso com a fala é um modo genuíno de aumentar nossa espiritualidade, de nos aproximarmos de D’us. Tente. Veja o que isto fará por nós, por nossas famílias, nossos relacionamentos – e nossa relação com o Todo-Poderoso.
LEIS ESSENCIAIS SOBRE A FALA1) Estamos proibidos de fazer um comentários difamatórios: tal pessoa fez algo errado, tem falhas de caráter em tais pontos ou não tem certa virtude - mesmo que seja verdade!
(Extraídas do livro Guard Your Tongue, do rabino Z. Pliskin)
2) Qualquer comentário, mesmo que não difamatório, que possa levar a uma perda monetária, sofrimento físico ou psicológico, angústia ou qualquer outro dano está proibido.
3) Qualquer método de se transmitir ou dar a entender informes difamatórios sobre os outros é proibido: escrever, fazer sinais, mímica, expressões faciais, etc.
4) Não devemos relatar coisas difamatórias mesmo por gestos.
5) Mesmo se a declaração difamatória não vier a causar nenhum dano ou perda, está proibida.
6) Quando for necessário a alguém se informar sobre coisas difamatórias para um propósito construtivo, somos obrigados a lhe relatar tais informações como, por exemplo, se alguém está planejando enganá-lo ou prejudicá-lo de alguma forma.
Rabino Kalmon Packouz |
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